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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sábado, 4 de maio de 2013

Jovem... Velha




Sou velha em corpo jovem.
Pensamentos divergem da idade cronológica.
Sou anciã em meio às crianças.
Tão criança quanto todas.
Tão ímpar nas ideias e ideais.
Carrego n’alma o peso das vidas.
E na pele, a pouca envergadura.
Carrego nos olhos
Todas as lembranças, tão vivas.
E no sorriso, nem sempre tão alvo,
A certeza da sabedoria adquirida.
Busco no amor
A única forma de fazer valer a pena.
Busco nos abraços
A certeza que o que é bom
Permanece conosco, após a sepultura.
Não sou muito das flores.
Eu as admiro em sua beleza.
Mas não me vejo apta a nada
Além de admiração.
Amo os animais.
Amo mesmo.
Sem vergonha nenhuma!
Eles são seres de luz
Disfarçados entre os homens.
Tenho conceitos que “fugiram de moda”.
Acredito em coisas que, hoje em dia,
Pouco se vê creditar.
Amo a chuva.
Seu barulho me faz adormecer como bebê
No balanço do colo da mãe.
E por falar em mãe.
Creio que há aquelas
Que simplesmente deveriam ser eternas.
Eternas não só nas lembranças doces.
Mas na capacidade de acarinhar.
Mães são anjos disfarçados, também.
Nem todas, mas a grande maioria.
Amo essa velhice precoce.
Faz de mim ser sábio em meio
A tantos ignorantes.
Mas, sem orgulho, sem soberba.
Faz de mim ser capaz de aconselhar e ser ouvido...
Faz de mim ser capaz de captar
O que quer que me oriente.
Seja real, seja sobrenatural.
Sou velha em pele jovem.
E acabo por ouvir minha intuição
Com uma audição mais aguçada.
O que faz com que eu erre menos.
Continuo errando.
Continuo tentando acertar.
Mas, as inúmeras existências
Fez de mim ser calejado.
Apto a tropeçar sem arrancar
A ponta do dedão do pé.
E isso é bom, sem dúvida.
Não sei por que escrevo.
Talvez para expressar minh’alma.
Talvez para exercitar meus pensamentos.
Já pensando na velhice física, caso ela chegue...
Ou para melhorar o mundo,
Num mundo cheio de seres
Que se consideram humanos.
Sou velha em pele de jovem.
E isso não há como, nem porque mudar.
Sou feliz nessa esquisitice.
Mais feliz do que se fosse jovem, em meus pensares.
Não é nada ruim.
Bom seria se houvesse mais velhos jovens.
Certamente a prosa fluiria com mais facilidade.
E no mesmo nível de discernimento.
Ando querendo demais, não é?...


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