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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Fale-me de você...



Fale-me de você.
De seus sonhos.
Sou toda ouvidos.
Diga-me o que aflige os pensares.
Talvez eu possa ajudar.

Fale-me das brincadeiras infantis.
Dos ralados no joelho.
Dos amores de adolescência.
Garanto não rir.
Ouvir, apenas.

Fale-me se reza, à noite...
Ao deitar a cabeça no travesseiro.
Isso nos faz melhores
Do que realmente somos.

Diga-me seus desejos mais secretos.
Amo desvendar segredos.
Isso fascina meus pensamentos.

Fale-me das angústias, dos desesperos.
Compartilhar coisas ruins
Faz com que nos sintamos menos densos.

Diga-me a que veio.
O que busca.
O que quer longe de você.
Talvez eu ajude.
Talvez eu só escute, calmamente.

Fale-me da família.
Como vai?
A união das forças humanas
Faz com que criemos energias
Suficientes a iluminar os caminhos.
Mesmo em noites de maré alta,
Mar revolto e um breu assustador.

Diga-me da sua felicidade.
Isso tudo me faz útil.
Ouvir, calmamente
Faz de mim ser melhor que sou.

Fale-me de você.
E lhe garanto audição.
Talvez um pitaco ou outro.
Não sei.
Tudo vai depender
Do que meus ouvidos perceberem.
Tudo vai depender
Do que seus olhos esconderem.
Do que suas expressões denotarem.

Fale-me de você.
Sou toda ouvidos.
Por hora, por hoje.
E enquanto quiser prosear, sem pressa.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Desculpe-me...



Desculpe-me.
Não uso rosa todo o tempo.
Há dias em que sou bege.
Dias em que o morno predomina.
Dias em que o silêncio faz-se imperador.
E então busco as cores pastéis
Ao invés do rosa menina.
Ao invés da delicadeza
Busco a palidez.
A forma mais explícita
De implicitar o que me vai alma adentro.
Gosto de brincar de esconde-esconde.
Sempre gostei.
Mas, ultimamente o faço para com minha pessoa.
Não gosto que me descubram.
Não demais.
Tão somente o quanto quero.
E quando quero.
E isso é raro.
Tão raro que ando fugindo
Dos meus próprios pensamentos.
Não uso rosa toda a vida.
Amo a negritude.
Amo me esconder
Atrás de um preto
Com ou sem paetês.
A cor preta me representa mistério.
Instiga os pensares.
E essa instigância toda
Faz com que nos tornemos necessários.
É tão bom sermos a necessidade
Ao invés dos serviçais!
Isso nos infla os pulmões
De uma sensação boa... Indescritível.
Desculpe-me.
Não uso rosa, nem branco.
Sou das cores frias.
Das cores mortas.
Das cores solitárias.
A solidão não me é tortura.
Faz-me bem, muitas vezes.
Acalanta meus pensares.
Reorganiza minh’alma.
Reenergiza-me enquanto ser humano.
Um humano humano demais.
Com o coração mole, quase idiota.
Mas, isso tudo segue às escuras.
São poucos os humanos
Que têm acesso a essa idiotice toda.
Escolhidos a dedo.
E tão somente eles.
Por egoísmo.
Por não querer represálias.
Por não querer dedos apontados
Denotando os defeitos.
Por não querer almas
Que não sejam afins.
Simplesmente assim.
Fácil ao extremo.
Não sou do rosa.
Sou do lilás.
Sou da espiritualidade à mostra.
Do que me faz bem acreditar.
E isso me basta.
Faz-me feliz assim.
Com esses erros a acertos.
Com tantas perguntas mal resolvidas.
Não uso rosa.
Quase nunca.
E se isso lhe fizer diferença,
Sinto muito.
Pegue suas tralhas,
Vire as costas
E saia.
Garanto não sentir saudades.
Compreendeu?
Ou quer que eu desenhe?...