um pouco mais sobre mim...

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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

domingo, 29 de abril de 2012

Renascimento



Renascemos todos os dias... nos
 reinventando em prol de algo que nos tire a dor... que nos faça expor um 
sorriso, um meio sorriso que seja... Buscamos espelhos, mas o que encontramos são poças d'água no caminho, onde vemos através do turvo, onde ao batermos as mãos, tudo muda de fisionomia... e a imagem já não é mais a mesma...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Lembranças...



Ao som de “Per Amore”
Fecho os olhos e volto...
Volto no tempo das lembranças
Fecho meus olhos lentamente
E ao abri-los novamente
Vejo-me de frente ao espelho d'alma.
Um espelho grande
Uma penteadeira repleta
Não só de perfumes e pós de arroz
Mas de segredos.
Segredos sufocados pelo falso sorriso
Escondidos por trás das cortinas
Compartilhados somente com minha pobre dama de companhia.

Oh! Pobre coitada!
Resmungo desilusões quase todos os dias
Quero voar para longe
Mas sinto-me prisioneira.
Uma prisão não só nas vestimentas
Porém muito além delas.

Amo a noite.
Amo os violinos.
Amo olhar pela janela
E ver pessoas e “gondolieris”
Rindo, felizes.
Contudo, cá estou.

Olho pelo espelho d'ama
E é tão nítido visualizar o passado!
É como olhar para uma poça d'água
E reconhecer cada ruga...
Cada cicatriz, cada choro impregnado...

Sou Armanni.
Sou Camargo.
Sou Heloisa.
Sou Cláudia.
No corpo, mudanças significativas.
Na alma, o mesmo desejo de ser feliz.

Vivemos em épocas distintas
Com nomes e filiações diferentes, também.
Entretanto, nosso olhar segue o mesmo.
Com a enorme vontade
De abrir as asas.
Alçar voo...
Desamarrar os espartilhos.
Deixar as anáguas caírem.
Abrir um sorriso sincero.
Sentir que o amor vale
Toda e qualquer respiração.
Cada lágrima.
Seja ela feliz, seja desabafo...

Dois corpos
Uma só alma
E as infindas lembranças na mente.
Hoje, amanhã
E enquanto houver eternidade...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Filhos do Sol



Talvez o raiar de sol
Que adentra pela fresta da janela
Venha me aquecer da solidão.

Talvez eu saiba o caminho...
Mas esteja à espera daquela mão toda especial
A guiar meus passos.

Talvez o ato de caminhar com as próprias pernas
Leve-me a muitos tombos, e hematomas eternos.
Entretanto, quando olhá-los, saberei que cada qual
Possui seu quê todo especial.

Acredito no amor, e em sua infinita força enquanto mudança.
Creio que só seremos algo se realmente perdermos o medo do escuro,
Do monstro que mora embaixo da cama,
E de sermos verdadeiros!

Crer em algo faz com que nos tornemos mais fortes,
(ou menos covardes)
Faz com que estufemos o peito e sigamos em frente
Mesmo sabendo que à frente mora um abismo;
Tão grande quanto as tormentas d’alma...
Tão sombrio quanto cada choro silencioso.

Fechar os olhos e teletransportar-me.
Voltar aos vestidos e anáguas,
Aos prantos e promessas...
Tudo tão vivo
Tão distante...

Ecoa-me n’alma
Cada lembrança
Cada melodia.
Cada choro solitário,
Sufocado pelos espartilhos
Amarrados pela dama de companhia.

Pensamentos rondam minha mente.
Ora com todo o sentido do universo,
Ora sem sentido algum que sirva.

Debato-me comigo mesma.
Busco respostas.
Ensaio prosas e versos.
Contudo... tudo não passa de ensaio.

Um ensaio sem fim.
Cheio de fantasias e perfumes
Maquiagens e brilhos a enfeitar.
Às vezes, faço graça.
Noutras, busco véus a esconder meus desalentos.
Busco encontrar-me em meio aos sonhos.
Devaneio muito, e quase sempre morro em mim mesma.
Uma morte lenta e dolorosa.
Carrega-me como que tentando arrancar os pecados
Que possa haver em meus poros.

Pecados... O que na verdade serão eles?
Um olhar distinto, adocicado.
Um perfume que vem com o vento
E nos remete a momentos ímpares.
Um sorriso, um meio sorriso quase que enigmático
E lá está nossa consciência a nos buzinar moralidades.

Trancamos nossos portões.
Fechamos as janelas
Para que nada de mau nos aconteça.
Contudo, nos esquecemos que somos nós mesmos
Quem buscamos o mau.

Somos feitos de bondade
Mas recheados pela loucura!
Insanidade sem fim.
Somos levados ao delírio
E nem sequer percebemos o quão isso nos faz bem, às vezes.

Delírios, loucuras...
O bem e o mau fundidos na carne.
As asas, ora alvas, ora negras
Fazem questão de estarem sempre buscando o vento.


Fomos feitos para voar.

Mesmo que percamos o fôlego.
Que as asas, enferrujadas pela falta de uso,
Queiram permanecer assim,quietinhas.

Fomos feitos de vento, de sol.
Somos filhos do sol e da lua
E essa nossa filiação
Sem dúvida nos permite buscar
O verdadeiro caminho.
Mesmo que para isso
Machuquemos nossos dedos, quebremos as unhas.

Somos asas, somos lágrimas.
E essa miscelânea toda
Nos faz ser seres humanos...
Seres em busca da luz
Mesmo que essa luz não brote de nós
E sim de algum anjo
Que conosco venha caminhar.
Seja por vontade própria
Seja para nos resgatar enquanto for possível fazê-lo.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sonho de menina




Vejo-me menina
No topo da escada
Fazendo pirraça
Pedindo atenção.

Volto no tempo
Na infância
E quase posso
Sentir o cheiro
Dos bolinhos de chuva.

Saudades da infância
E dos sonhos nela contidos!

Tempos remotos
Sonhos desfeitos
Como suspiro de padaria.

Brigo com meus pensamentos
Ora conexos,
Ora sem conexão alguma.

Busco respostas concretas
Mas como as posso querer
Se são feitas a partir dos sonhos?

Trago o bem em minh'alma.
Contudo, nem sempre
Ele retorna para mim.

Trago sorrisos, lágrimas
Pulos, angústias escondidas através do olhar.
Poucos sabem diferenciar-me.
Talvez porque sejam poucos
Os que deixo adentrar em meus pensamentos.

Saio pela manhã
Já depois de muito pensar.
Há dias tranquilos.
Há dias em que a alma
Busca voltar para a cama.

Ora embelezo-me,
Tentando rebuscar as angústias.
Ora as deixo à mostra
Para quem quiser vê-las.

Faço do corpo
Recanto do conhecimento.
Faço d'alma
A eterna morada dos sonhos.

Saltito como quando aos quatro anos.
Mas, compreendo que tal saltitar
Não pode ser concreto, real.

Sorrio sozinha, medito.
Deixo as lágrimas rolarem
Enquanto me banho,
Depois e um longo dia.
Faço delas, as lágrimas,
A válvula de escape
Para que eu não exploda ou enlouqueça.

Esqueço-me das coisas
Como ancião quando retorna à idade pequenina.
Anoto quase tudo
E quando não anoto...
Ah!... Era o que mais precisava lembrar!...

Porém, há momentos
Que mesmo sem serem anotados
Não me saem da memória.

O barulho da Kombi
Levando de vez uma das minhas paixões.
A última conversa consciente
Desta paixão que se foi.
A perda da amiga.
O enterro das ilusões.

A vida se incumbe de encaixar
Pessoas, momentos e coisas
Para que possamos fluir.

Um fluido que nos move as células
Que faz com que cresçamos, dia após dia...
Tombo após tombo.

Somos eternos transeuntes.
Somos viajantes solitários
Vagando ora pelas esquinas do mundo
Ora pelas esquinas de nós mesmos.

Embebedamos nossos pensamentos
Com os mais fortes etílicos
Afim de esquecermos
Que não passamos de seres rodeados pelo passado.
Vivemos do passado
E é ele quem nos faz querer voar
Seja para voltar às doces lembranças
Escritas e esquecidas no diário da menina
Seja afim de consertarmos o que já erramos.
Afinal, a vida, em seus tropeços
Faz-se sábia e contínua
Num eterno vaguear de almas
Em busca do belo e pitoresco.
Do palpável e, ao mesmo tempo, adocicado
Ato de abrir e fechar os olhos,
Manhã após manhã.
Enquanto nos for permitido fazê-lo...