Ao som de “Per Amore”
Fecho os olhos e
volto...
Volto no tempo das
lembranças
Fecho meus olhos
lentamente
E ao abri-los novamente
Vejo-me de frente ao
espelho d'alma.
Um espelho grande
Uma penteadeira repleta
Não só de perfumes e
pós de arroz
Mas de segredos.
Segredos sufocados pelo
falso sorriso
Escondidos por trás
das cortinas
Compartilhados somente
com minha pobre dama de companhia.
Oh! Pobre coitada!
Resmungo desilusões
quase todos os dias
Quero voar para longe
Mas sinto-me
prisioneira.
Uma prisão não só
nas vestimentas
Porém muito além
delas.
Amo a noite.
Amo os violinos.
Amo olhar pela janela
E ver pessoas e
“gondolieris”
Rindo, felizes.
Contudo, cá estou.
Olho pelo espelho d'ama
E é tão nítido
visualizar o passado!
É como olhar para uma
poça d'água
E reconhecer cada
ruga...
Cada cicatriz, cada
choro impregnado...
Sou Armanni.
Sou Camargo.
Sou Heloisa.
Sou Cláudia.
No corpo, mudanças
significativas.
Na alma, o mesmo desejo
de ser feliz.
Vivemos em épocas
distintas
Com nomes e filiações
diferentes, também.
Entretanto, nosso olhar
segue o mesmo.
Com a enorme vontade
De abrir as asas.
Alçar voo...
Desamarrar os
espartilhos.
Deixar as anáguas
caírem.
Abrir um sorriso
sincero.
Sentir que o amor vale
Toda e qualquer
respiração.
Cada lágrima.
Seja ela feliz, seja
desabafo...
Dois corpos
Uma só alma
E as infindas
lembranças na mente.
Hoje, amanhã
E enquanto houver
eternidade...
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