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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

domingo, 28 de abril de 2013

Primavera




Há dias de primavera
Mesmo em meio ao outono.
Dias em que o sorriso brota solto
No canto dos lábios.
Mesmo que não percebamos.
Dias em que cantamos junto à música.
Bem baixinho.
Mal movendo a boca.
E quando vemos, estão nos olhando,
Como se fôssemos palhaços sem pintura.
Coisa boa de ser sentida
Quando a alma não sente dores!
Quando Deus nos olha mais a fundo
E resolve dar-nos um “bom dia!”...
Há dias que o respirar fica mais brando
A pele mais brilhante
E os pensamentos mais flutuantes.
Isso nos renova as forças
E nos faz querer ficar,
Mesmo debaixo de chuva.
Então, enchemos os pulmões,
Com todo o oxigênio próximo,
E damos aquela gargalhada gostosa
Que contagia quem quer que ouça.
Pulmão cheio, gargalhada dada...
Deixamos os monstros debaixo da cama.
E até ousamos
A sair de chinelo de dedo
Quando a ocasião pede salto agulha.
Criamos coragem.
Sentimo-nos donos de nós mesmos.
Sem receio das críticas bestas
Que pessoas pequenas o fazem.
Com o intuito de nos minar a alma.
Há dias em que o sol brilha
Mesmo num finzinho de tarde
Depois de um dia cheio de chuva fina.
E é bom demais vê-lo vindo
Dar-nos “oi!”.
Faz com que queiramos continuar
A saltitar a amarelinha da vida,
Mesmo que tenhamos nos esquecido das regras do jogo.
Mesmo que estejamos com dores nas juntas.
Mesmo que tenhamos uns oitenta e poucos anos.
E para abrilhantar mais, à noitinha,
Surge a lua linda a nosso deleite.
Ilumina nosso caminhar noturno,
Para enxerguemos os obstáculos.
E assim vamos levando.
Com sorrisos gostosos, em dias de primavera d’alma.
E também com alguns chuviscos lacrimais,
Só para variar um pouquinho.
Só para lavar-nos das poeiras postas
(e impostas)
Por aquelas pessoas pequenas
Que só nos lembram
Quando somos meramente interessantes.
E de gente assim... Aff!
Só Deus para suportar
Com toda sua sabedoria divina!...
E por não possuir divindade quase nenhuma,
Vou seguindo, tropeçando,
E rindo dos dedos cortados
Pelas “topadas” dadas.
Vou buscando acertar.
Vou querendo continuar
Porque as manhãs primaveris surgem.
Quase sempre depois de um inverno rigoroso.
Onde a gente prefere encobrir a cabeça e os pés
Com cobertores grossos e quentinhos.
E elas, as primaveras, surgem belas.
Prontas a colorir a vida.
Prontas a perfumar o caminho
E a deixar flores,
Onde normalmente há espinhos...

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Menina Má






Garota malvada
Com sorriso perdido
No canto dos lábios
Quase expõe sua real intenção...
Inebriar o vizinho
Com o perfume de seus cabelos negros.
Tão negros quanto seus anjos, ao vê-lo.
O desejo brota na pele
Como nascente de rio quase desconhecido.
Pronto a expedições mais amplas e demoradas.
Menina travessa
Quase enlouquece com sua alegria,
Com sua espoletice.
Sai de short curtinho
E nem percebe os olhares de volúpia que causa...
Tão doce...
Inocentemente provocante,
Maquiavélica.
Faz com que tudo saia ao seu modo.
E o resto...
Que se dane!
Quer mais é ser feliz
Com sua doçura
Seu encanto provocante
E essa desfaçatez doida
De atiçar.
Hoje, amanhã e depois.
Enquanto for possível.
Enquanto valer a pena abrir sorrisos...

domingo, 21 de abril de 2013

Escrita



Escrevo como quem flutua!
Passo para o papel
Cada pequenino sentimento
Que dança à minha frente.
Ouço conversas alheias
Como se fosse minhas irmãs,
Profissionais da psicologia.
Mas, meu diploma eu não quis.
Preferi seguir meu coração.
Preferi dançar ao som dos sentimentos.
Preferi sorrir somente para os que amo.
De alma e coração.
E, portanto, faço das palavras
Minhas eternas companheiras.
Seja na madrugada, após pesadelos ou sonhos bons.
Seja no meio do dia, ao estalar das inspirações.
As palavras surgem tão donas de mim,
Que quase as sinto abraçando-me!
Abraço sincero.
Algo eterno dentro d’alma.
Dizem os mais antigos
Que quando não se há o que dizer
Escrever é quase uma confissão.
Adoro confessar-me assim!
Tão somente eu a caneta
Que desliza tão rápida no papel
Que certas vezes ouso-me a dizer
Que se psicografasse
Competiria com os mestres dessa arte.
Faço isso tão meu
Que é quase como respirar!
Sinto-me leve
Cada vez que as palavras
Saem de meu pensar
E dançam no papel.
Amo a madrugada.
Nela meus pensares fluem
Que mal espero encontrar o pequenino caderno de rascunhos
E pôr-me a escrever.
Já escrevi no escuro, em cinco minutos.
Algo tão longo e conexo
Que poderia eu desconfiar de não ser tão eu...
E ficou tão bom!
Escrevo como quem busca encontrar a si mesma.
Seja em cada artigo, cada substantivo,
Ou na junção de fonemas,
Na união perfeita de gramática e sentimentos
A união absoluta e exata
De um casal feito um para o outro.
As palavras traduzem o que sente a alma.
E a alma busca nas palavras
Sua eterna companheira
Para as noites frias e sem chocolate quente.
Talvez seja esse o melhor dos cobertores.
Um bom texto.
Feito com todas as vírgulas e reticências.
Com toda pompa de escritor profissional.
Mesmo que tal nomenclatura
Siga só nas ideias, ideais de ascensão.
Escrevo como quem busca anjos
E digo: quase encontro!
Sentado em nuvens
Com suas pernas batendo,
Num vai e vem, a observar a Terra.
Tem dias em que a escrita busca anjos.
Noutras, apenas rascunho de mim mesma.
Mas, o ato de deixar as mãos deslizarem,
E traduzirem em símbolos conexos
Toda e qualquer desconexão mental
É uma das melhores coisas!
Faz bem à alma, à pele,
E a quem quer que perca cinco minutos
E disponha-se a ler-me,
Mesmo em pedacinhos.
Escrevo por necessidade.
Por satisfação de uma vida.
Por exemplificação de sonhos.
Por buscar ser feliz.
E talvez por isso
Eu o faça de olhos fechados.
Como se não precisasse de ensinamentos.
Como se já o fizesse
Há muito antes.
E é divinamente compensador!
Compensa toda e qualquer amargura.
Todo e qualquer choro contido.
Todo e qualquer desejo de cancelar o show, fechar a cortina...
E, com as luzes apagadas,
Apenas pedir ajuda bem baixinho...
Escrever talvez faça isso.
Alivie-me aos poucos,
Quando estou à beira da loucura.
Quando não há outra forma de expressão.
Escrever eleva-me
Mesmo que metaforicamente.
Faz-me poetisa.
Pretensiosa.
Dona de mim.
Mesmo que por alguns instantes.
E talvez seja por tudo isso
Que ainda sigo buscando as palavras.
E buscarei, enquanto conseguir.
Enquanto o oxigênio me adentrar aos pulmões.
E enquanto me lembrar a que vim.
E o principal,
O quanto minhas palavras atingem
A mim e a você...

Criancice



Há quem diga que a plenitude d’alma
Só se consegue com os tombos da vida.
Mas, creio piamente no contrário.
Os tombos só nos servem de cárcere.
Ficamos reféns de nossos medos
E nos escondemos debaixo da cama
Como cão recém-nascido
Com medo do castigo
Por ter feito xixi no tapete.
Os tombos acabam por ferir mais e mais.
Não deveriam, mas o fazem.
Fazem com tanta maestria
Que o que mais se vê nos dias atuais
São pessoas movidas por tarjas pretas
Ao ponto de babar colorido
Quando não ingeridos.
A massa de depressivos e neuróticos
Cresce tanto quanto diminui o ritmo da felicidade.
Ser feliz não é um ato mágico.
Embora pareça.
Ser feliz é ser criança.
Mesmo com sessenta, setenta anos de idade.
As responsabilidades acabam por nos cortar as asas.
E sem asas, perdemos a capacidade de voar.
Acostumamo-nos a andar com os pés no chão o tempo todo.
Esquecemo-nos do quão bom é brincar
De esconde-esconde com os pensamentos.
Deixamos de lado os “escorregas”, os desenhos animados.
E o que vemos à frente
É somente e tão somente a sombra de um viver.
Responsabilizamo-nos demais com as coisas
E quando vemos, estamos velhos...
Desdentados e tão surdos quanto uma porta.
Já não suportamos o próprio peso
Quem dirá o dos sonhos!
Dizem que quando se é criança
A única preocupação é o presente de Natal.
Há razão neste dizer.
Não se esquenta a criança
Com nada além de seu leite com Toddy
E sua boneca, seu carrinho.
E quando a fome aperta
Um grito “Mãe! Faz miojo?!”
Resolve todos os problemas.
Deveríamos buscar mais criancices.
Rir da própria careta, no espelho.
Faz um bem danado à alma!
O segredo da felicidade
Está por aí.
Espoletar-se entre sonhos e guloseimas.
Forrar o estômago e a alma!
Dar um chute nos monstros
Que teimam em buscar morada debaixo da cama.
Não ter vergonha de sorrir.
Mesmo que na boca só haja dois dentes.
Ou nenhum talvez.
Que mal há nisso?
Afinal, as responsabilidades e as contas,
Ninguém se dispõe, além de você mesmo.
Então, não deixe a velhice chegar,
Para perceber que a felicidade
Está nos olhos
E não nos lábios.
Afinal, dizer-se feliz,
E a coisa mais fácil que existe.
Já sê-lo...
Ah! Isso só para quem não tem medo
De chamar os “monstros”
Para um duelo de risadas.
Daquelas bem gostosas
Que nos fazem perder o ar
E ficar com câimbra na barriga de tanto rir.
Talvez assim sejamos verdadeiramente felizes.
Antes disso...
Pago para ver!


sábado, 20 de abril de 2013

Humanos?




                Discorrer sobre a bondade humana na atual conjuntura da própria humanidade é algo que nos faz ecoar risos. Risos, não. Gargalhadas sonoras e absolutas! Sabe porquê?
                Porque na atual sociedade em que vivemos e julgamos sê-la tão ímpar, mal sabemos amarrar nossos próprios cadarços e nos achamos os donos de tudo o que ocupa espaço no Universo.
                Somos capazes de encher a boca, nos julgando puritanos e beneditinos, e nem sequer um prato de comida a um cão somos capazes de pôr em nossa porta.
                “Isso que fique para os outros, que não têm nada a fazer!”... É o que a grande maioria das pessoas pensa e ecoa, meio que sem jeito, para que no fundo a própria consciência não ouça e retruque.
                Achamo-nos tão soberanos em nossos diplomas e certificados de conclusão disso e daquilo. Contudo, esquecemo-nos de que nada nos adianta tê-los, se não soubermos utilizá-los  para além do bel-prazer. Guardá-los em pastas e/ou quadrinhos enfeitados nas paredes das salas de nada adianta. Apenas junta poeira e traz recordações.
                Vejo que quanto mais as pessoas se julgam “cultas”, menos na verdade estão fazendo jus a tal cultura. Isso se dá porque, ao contrário do que se dizem as estatísticas, a sabedoria não está nos livros. Adquire-se em meio aos problemas do dia a dia – sejam eles os que nos atormentam diretamente, sejam os que nos perseguem tão somente em ideias.
                Quanto maior a altura, maior a queda; já diziam os mais velhos. Sábios em forma de pensadores, que não precisam de certificações que provem que assim o são e exercem-na.
                Buscar a bondade além do próprio umbigo é algo que as pessoas deveriam se preocupar com mais frequência. Ser humano no sentido metafórico, muito além do literal. Talvez assim aprendêssemos a ser felizes, verdadeiramente. Talvez assim soubéssemos retribuir quando alguém nos cumprimenta, e mal respondemos. Talvez assim possamos realmente dizer que somos humanos, e não só “projeto de gente”, com músculos e ossos, pele e cabelos, boca e olhares sem uma expressão iluminada que mereça aplausos.
                Somos seres humanos. Tão somente seres. O “humano” ainda estamos  aprendendo a ser.
                Talvez um dia a soberba toda faça parte dos certificados de conclusão, pendurados na parede, que nos mostrem que um dia fomos “primatas”, quase paleozoicos  arte de estender as mãos sem sermos considerados austeros ou mesmo escravos. Talvez um dia possamos nos orgulhar de sermos chamados de seres humanos, e não somente seres; onde o humano ainda adormece, à espera de certificações medíocres e torpes.
                Pobre humanidade desumana essa de hoje...