Discorrer
sobre a bondade humana na atual conjuntura da própria humanidade é algo que nos
faz ecoar risos. Risos, não. Gargalhadas sonoras e absolutas! Sabe porquê?
Porque
na atual sociedade em que vivemos e julgamos sê-la tão ímpar, mal sabemos
amarrar nossos próprios cadarços e nos achamos os donos de tudo o que ocupa
espaço no Universo.
Somos
capazes de encher a boca, nos julgando puritanos e beneditinos, e nem sequer um
prato de comida a um cão somos capazes de pôr em nossa porta.
“Isso
que fique para os outros, que não têm nada a fazer!”... É o que a grande
maioria das pessoas pensa e ecoa, meio que sem jeito, para que no fundo a
própria consciência não ouça e retruque.
Achamo-nos
tão soberanos em nossos diplomas e certificados de conclusão disso e daquilo.
Contudo, esquecemo-nos de que nada nos adianta tê-los, se não soubermos
utilizá-los para além do bel-prazer.
Guardá-los em pastas e/ou quadrinhos enfeitados nas paredes das salas de nada
adianta. Apenas junta poeira e traz recordações.
Vejo
que quanto mais as pessoas se julgam “cultas”, menos na verdade estão fazendo
jus a tal cultura. Isso se dá porque, ao contrário do que se dizem as
estatísticas, a sabedoria não está nos livros. Adquire-se em meio aos problemas
do dia a dia – sejam eles os que nos atormentam diretamente, sejam os que nos perseguem
tão somente em ideias.
Quanto
maior a altura, maior a queda; já diziam os mais velhos. Sábios em forma de
pensadores, que não precisam de certificações que provem que assim o são e
exercem-na.
Buscar
a bondade além do próprio umbigo é algo que as pessoas deveriam se preocupar
com mais frequência. Ser humano no sentido metafórico, muito além do literal.
Talvez assim aprendêssemos a ser felizes, verdadeiramente. Talvez assim soubéssemos
retribuir quando alguém nos cumprimenta, e mal respondemos. Talvez assim
possamos realmente dizer que somos humanos, e não só “projeto de gente”, com
músculos e ossos, pele e cabelos, boca e olhares sem uma expressão iluminada
que mereça aplausos.
Somos
seres humanos. Tão somente seres. O “humano” ainda estamos aprendendo a ser.
Talvez
um dia a soberba toda faça parte dos certificados de conclusão, pendurados na
parede, que nos mostrem que um dia fomos “primatas”, quase paleozoicos arte de estender as mãos sem sermos
considerados austeros ou mesmo escravos. Talvez um dia possamos nos orgulhar de
sermos chamados de seres humanos, e não somente seres; onde o humano ainda
adormece, à espera de certificações medíocres e torpes.
Pobre
humanidade desumana essa de hoje...
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