um pouco mais sobre mim...

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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Preciso...



Preciso encontrar sorrisos.
Lágrimas que não sejam incógnitas.
Preciso olhar em tons de furta-cor.
Preciso de afagos sinceros e sem pressa.
De encantamentos além dos olhos.
De magia e doçura em tudo o que meus olhos mirarem.
Se não em tudo, ao menos quase.
Preciso sentir nas mais sutis fibras d'alma
As notas musicais de cada canção ouvida, sentida.
Preciso respirar e inspirar-me de cheiros doces e inesquecíveis.
Experimentar na língua os mais diversos sabores.
Cada um como forma de recordação e aventura.
Preciso sentir na pele o arrepio do frio,
Depois de um vento todo revolto entrando pela fresta da janela.
Preciso sorrir sem motivos.
Dançar sem medo de parecer ridícula.
Cantarolar quando debaixo do chuveiro.
Cantar nos alimenta as cordas vocais, a alma.
Preciso me encantar com as expressões e caretas que faço e que me fazem.
Subir e descer degraus.
Vestir vestidos, saias... sem medo de mostrar minhas curvas.
Preciso sonhar sonhos bons.
Daqueles que, ao acordar,
A gente ainda tem na boca o gosto de quero mais.
Fechar os olhos e preparar aquele chocolate quente...
Para ser tomado sem pressa ou mesmo companhia.
Ouvir a própria voz que vem de dentro.
E querer compartilhar com ela cada detalhe.
Seja ele um belo recordar, seja um aprendizado para toda a vida.
Quero sentir a vivência em cada poro
Como sendo algo que valha a pena .
Quero ouvir meus medos
Sem medo algum dos pensamentos.
Quero dialogar com as pessoas 
Sem vergonha de olhar bem fundo dos olhos
E me sentir despida, invadida.
Quero todo o amor do mundo ao meu redor.
O amor é sem dúvida o quê que move o mundo!
E toda forma de amor nos é importante.
Quero e preciso sentir que estou viva!
Sentir que as cicatrizes hoje só são pequeninas lembranças.
Sentir que cada colar, cada espartilho apertou a alma há vidas atrás.
E não hoje.
Preciso de amor.
Mas de um amor que está dentro d'alma minha.
Porque ainda não nos sentamos para uma prosa tranquila.
Daquelas de crianças quando começam a descobrirem-se gente grande.
Quero, preciso e vou conseguir!      

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Entrega




Entrego-lhe meu corpo
Como quem busca o impossível,
O desdobramento espiritual,
O discernimento enquanto ser pensante, ser ouvinte.
Sinto cada reação
E posso dizer que isso me enlouquece.
Deixa-me fora do eixo.
Deixa-me a um passo da loucura.
Uma loucura doce, sutil
Envolta em peças de seda, lençóis de cetim.
Inebriada em meio aos perfumes
Aos pós de arroz, aos blushs...
Passa das cinco
E a lua brilha no céu
Toda cheia de charme.
Um charme fatal
Propício a noites e madrugadas
Regadas a muito vinho e beijos.
As carícias tão perversas
Fazem da carne
Ser fraco, quase que pecaminoso.
Os pelos denotam
Que, por dentro,
Algo segue além
Aquém de qualquer pecado.
Ah! Como é relativo dizer que pecamos!...
O ato dos movimentos excitantes
Faz de nós seres quase que divinos.
Uma divindade dividida
Sentida no mordiscar dos lábios
No penetrar dos falos, das línguas.
No êxtase d'alma.
Uma divindade relativa
Escondida debaixo das saias
Submersa nos olhares marejados
Subentendida através de meias palavras.
Um querer mais que bem-querer
Um bem-me-quer todo coberto por purpurina furta-cor.
Um desejar todo carregado de sentimentos
Um ousar mais do que o possível
Um possível mais que impossível.
Ah! As maneiras de expressar o amor!...
Tão desejosas de carinho
Tão carentes de si mesmas
Tão dos outros
Ao invés de ser de nós mesmos!
Quisera o homem
Merecer mais do que alcança.
Quisera o homem
Possuir mais do que pensa.
Pensar mais do que tenta.
Tentar mais do que ousa!
Uma ousadia tamanha
Que foge do normal.
Somos feitos de energia.
Somos feitos de pelos ouriçados.
Somos feitos de salivas e sussurros.
Somos tão doces, azedos
Tão pecaminosos
Tão angelicais.
Quase arcanjos.
Quase Luciferes.
Uma delícia com sabor de milk shake!...
Daqueles que não saem do paladar
Daqueles com sabor de quero mais!
Entrego-lhe meus poros
Ora salgados, pelo êxtase.
Ora tão doces
Como se mamãe
Tivesse passado-me açúcar.
Entrego-lhe meus mais secretos desejos.
Sem esperar que você seja
O anjo a realizar todos eles.
Seja apenas o demônio
A me tirar o sono
A me satisfazer a carne
A me deixar sem fôlego.
Seja isso tudo
E garanto-lhe
Você estará no caminho certo!
Entrego-lhe meus beijos.
São seus.
Venha buscá-los.
Antes que eu morra à espera.
Antes que os lençóis sirvam
Apenas para cobrir a pele
Em noites de outono d'alma.
Venha.
Mas venha logo!...   

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Tente-me






Venha tentar meus pensamentos.
Eles estão desejosos de ousadia!
Venha tentar minha pele.
Ela busca o combustível
Para sua explosão carnal.
Tente meus olhares.
Eles seguem você, silenciosamente.
Tente meus desejos.
Eles buscam um quê todo ímpar.
Venha tentar meus lábios.
E mostrarei a você o doce frescor do meu salivar.
Venha tentar minha nuca.
Com mãos tão suaves...
E o resto eu prometo...
Farei tão bem
Que serei sua tentação mais gostosa.
Farei-me doce, felina.
Mostrarei a você o sabor de cada “Halls”, de cada chantilly.
Venha tentar-me.
Ponha-me aos seus pés
E poderá fazer de mim
A boa menina...
A malvada das mulheres!
Ponha-me ao seu deleite
E o resto...
O resto eu sei de cor!...

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Deixe-me




Deixe-me mostrar a que vim...
Deixe-me mostrar meus melhores sorrisos...
Deixe-me lavar-lhe com minhas lágrimas doces...
Deixe-me saborear seus lábios,
A hora que eu puder e quiser.
Deixe-me exalar meus mais doces perfumes,
Impregnar-me na sua camiseta...
Deixe-me exibir minh'alma
Deixe-me mostrar a doçura da dança.
Deixe-me gargalhar, conter o riso.
Deixe-me querer andar ao lado,
Deixe-me abrir os braços,
No mais gostoso e receptivo abraço!
Deixe-me bagunçar seus pensamentos.
Deixe-me atordoar seu mais íntimo querer.
Deixe-me adocicar sua vida.
Deixe-me correr em meio à chuva.
Para depois ficar toda molhada e totalmente visível aos seus olhos.
Deixe-me cair na cama, toda despida
Para fazer de meus dotes seus mais audazes desejos.
Deixe-me ser velas e flores a perfumar seu doce viver.
Deixe-me olhar em seus olhos e despir sua alma.
Deixe-me querer ficar mais um pouco.
Deixe-me querer não ir embora.
Deixe-me estar à vontade.
Buscar o imprevisto.
Deixe-me usar o batom todo vermelho,
Daqueles que só saem dos lábios
Mas não dos pensamentos.
Deixe-me sentir que me pertence
Como pertenço a você.
Deixe-me esconder meus medos, meus monstros assustadores.
Deixe-me querer estar onde estou.
Deixe-me tão feliz
Que já queira eu não deixar.
Que seja tudo isso
Que preenche a alma
Causa loucura
E espanta as tormentas
Agradando aos anjos
Torturando e atiçando demônios
E fazendo de mim pobre criatura
À mercê de seus quereres.
Deixe-me e mostrarei de que sou capaz!

Doçura da Vida




Há dias em que a alma, meio perdida, pede todo o colo do mundo. E assim, toda sem jeito, sente-se à deriva, à mercê dos próprios quês... das decisões acertivas, dos momentos de reflexão dura e solitária.E por isolar-se, numa reclusa quase que interminável, para e pensa sobre o real doce da vida...
Um doce viver perfumado, imensamente desejado até mesmo ao mais pobre dos mendigos. Um querer todo coberto por encantamentos e inspirações a nos fazer perder o fôlego,o juízo, o sono e do sério...
Então, por hora surgem tantos questionamentos! E questionando, vê-se a necessidade de agradar a outrem, como se esse outrem fosse parte integrante de nós mesmos. Contudo, nem sempre vale a pena tanto agrado, tão aconchego. Há momentos em que o melhor a ser feito é observar até onde vai tanta bondade, tanto bem-me-quer. E só depois deve-se pôr em prática os valores morais benéficos, em prol de um alguém que nos ronda.
Não devemos estar ilhados. Contudo, se, por vezes, estivermos cercados de nós mesmos, certamente saberemos encontrar os motivos básicos para que busquemos o bem.
Quando digo buscar o bem, é óbvio que refiro-me ao bem como ser humano. Mas, algo além dele, também. Um bem a nós mesmos, ao espaço que ocupamos no meio do mundo. Um bem que nos faça querer estar nas nuvens, que nos deixe totalmente fora do prumo, do foco. Um bem tão prazeroso de ser sentido que nos adoce os lábios, mesmo sem bala alguma a nos colorir a língua. Todo esse doce é sem dúvida um dos meios mais fáceis de se atingir a plenitude de sentimentos.
Todavia, quanto se dispõe o ser humano a buscar essa doçura de viver? Talvez menos que uma tampa de xarope como medida. Ou até menos. Espera-se muito que todo o bem nos caia do céu, nos pule no colo como criança com medo da tempestade.
Somos muito comodistas, esperando que o outro resolva nossos problemas, que mate nossos medos e desilusões.
Ah! Pobre do homem em crer que seja tudo tão fácil!
Se o fosse, certamente não haveriam pobres criaturas mendigando por abraços e atenções, ao invés de pratos de comida e tostões a preencher as carteiras e o bolsos.
Somos seres à espera do próximo, que, por fim, espera a mesma atitude, só que de nós mesmos.
E assim, numa espera quase que idiota, nada sai do lugar, e o fluido segue como torneira velha e enferrujada. Mal vemos a água, e quando sai, o amargo da ferrugem nos deixa fétidas as mãos, e acabamos com gosto ruim na boca, como que se isso nunca mais saísse da língua.
Então, perdemos a doçura da vida, nos tornamos amargos. Uma amargura que acaba por adentrar à alma, e fazer morada nos alvéolos e capilares existentes em cada sopro de ar que emanemos.
Ferimos quem quer que conosco queira caminhar. Deixamos de lado as balas, os chocolates. E passamos a saborear aquele “Halls” preto em meio aos goles de conhaque e vodka. E talvez nem percebamos. Ferimos com as mais duras palavras, com os olhares mais secos e sombrios. Ferimos. E isso é fato. Mas, quando os outros acabam por retribuir o que fazemos, permanecemos estupefatos, paralisados com tamanha falta de postura e cordialidade.
Como podemos nós sermos tão hipócritas ao ponto de querermos somente o bem, se nem nos dispomos a sermos o bem a nós mesmos?
Olhamo-nos no espelho, ao acordar e nem reparamos que estamos cada vez mais enrugados por nossa própria ignorância, por nossa própria austeridade e soberba! Somos icebergs, quando deveríamos ser sóis, mesmo que fosse através do reflexo multifacetado de um espelho velho e descascado, todo cheio de marcas de dedo e lembranças de lágrimas.
Somos nós quem fazemos nosso dia ser tão doce quanto suspiro, e isso sem dúvida faz toda a diferença!
Portanto, cabe a nós, enquanto seres conhecedores dos caminhos, pararmos, nos sentarmos na soleira da porta velha e embolorada pelas marcas da vida, olharmos o pôr-do-sol e crermos que somos capazes de ousar, seja para os outros, caso queiramos um olhar mais distinto e direcionado, seja para nós mesmos, afim de que conheçamo-nos um pouquinho mais, para que, lá no final das contas, não nos sintamos tão visivelmente perdidos, amargos, abandonados por tudo e por todos... Tão perdidos quanto à doçura do viver.
Talvez seja essa uma boa receita...