um pouco mais sobre mim...

Minha foto
Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Saudade!



Talvez você não acredite, mas tudo de você ainda permanece aqui, a sua espera.
Já se passaram meses. E tudo aqui segue exatamente igual: os livros, os discos, suas coleções em miniaturas, as caixinhas de chicletes. Absolutamente tudo está aqui. Como você deixou quando se foi.
E às quintas-feiras são piores. Pois me trazem de volta cada lembrança, cada expectativa em viver de novo os momentos tantos, guardados na memória.
As quintas lembram como éramos felizes, sem precisarmos fingir a satisfação em termos um ao outro. Éramos felizes e ponto! Com nossas manias. Com nossas caretas, com os apelidos carinhosos.
E confesso que isso tudo me falta uma falta tremenda!
Segurar a certeza de que não mais lhe verei é tão dolorido quanto dor de dente no sábado. Porque não quem socorra.
Você se foi cedo demais. Antes mesmo de completar quarenta. E eu fiquei sem, saber o que fazer. 
Hoje, às quintas à noite, saio para jantar no mesmo restaurante em que pedíamos fritas e refrigerantes. Onde bebíamos vinhos saborosos, não tenho satisfação em ir sozinha. E não há a menor pretensão em substituir a companhia a outra taça de tinto.
Porque dói. E enquanto doer, seremos eu e suas lembranças. Mesmo que nas quintas-feiras elas estejam mais absurdas, tentando sufocar o pouco de esperança em receber uma carta debaixo da porta, vinda por mãos estranhamente iluminadas, dizendo que, apesar de tudo, estamos bem; que a vida segue com você aqui, ao lado, sempre!

O tempo



Ando perdida no tempo. No meu tempo. Que é diferente do seu. Que é só meu!
Um tempo sem espera, porque já esperei demais a vida toda. E só no fim da vida vi ser inútil esperar por algo que não valia a pena.
Mas, esperei. E aprendi a ser sábia. A observar a vida e suas pequeninas transformações.
Transformei-me em gente grande, mesmo com pouco mais de um metro e cinquenta. Mesmo de estatura baixa, soube (e sei) ser gigante, como jamais vi outras pessoas serem!
Vim de terra simples, mas com uma educação exemplar. E hoje sou toda especial, ao meu modo.
Sou da felicidade sem companhia. Porque aprendi a sê-lo! Não preciso mais de ninguém para saltitar minhas alegrias!
Foi-se o tempo em que esperava em você a razão para jantar algo do meu agrado. Hoje, alimento-me do que quero, e quando quero.
O amor transformou-se em compaixão. Pelas infinitas dores que me causou.
Aprendi que amar vai muito além dp sexo, do beijo, da "bitoca" mal dada. Vai na alma, e isso você nunca soube me dar.
Contudo, dei-lhe meu coração pueril, quase inocente. Hoje, porém, tomei-o de volta, por ver que você não soube cuidar do meu bem mais precioso.
Guardo dentro de peito o amor e as dores. Misturadas umas às outras, para que eu não as deixem criar raízes mais profundas do que já são.
Vejo-lhe à minha espera. E eu, sinceramente, já não sei se quero voltar para tudo isso.
Talvez queira sentar no banco da praça, a degustar daquele sorvete azul dos tempos de menina, sem pressa em terminar o sabor, sem vergonha nenhuma em lambuzar os dedos e em pintar a língua.
Minha língua hoje ora. Pede a Deus por sua tranquila resiliência. Por um final de nós dois pacífico e menos doloroso. Porque doeu a vida toda.
Contudo, hoje não dói mais. É só parte da memória,. em momentos onde a cabeça e o corpo podem descansar, lá pelas três da manhã.
Fui sua. E você não me quis. Hoje sou minha. E eu me quero bem, todos os dias. Seja ao seu lado, quando me chama. Seja quando viajo para Nárnia.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Minha boneca...



Ela é o meu doce. Minha inspiração. Minha boneca.
Cheia de rugas, pelas cicatrizes do sofrimento vivido. Contudo, guarda debaixo da pele fina uma alma iluminada.
Guarda no coração uma criança grande, com essência sem igual!
É cheia de manias - muitas dessas que eu também carrego comigo. Somos amigas, confidentes. Companheiras de lágrimas e palavrões. De esperanças na vida e de risadas pela rua, num fim de tarde, depois do trabalho.
Já vi gente que acredita no poder de Deus. Mas, com ela o negócio é mais que especial!Ela conversa com Ele como se explicasse sua receita de família. E sabe que Ele entende de primeira.
Tem uma fé inabalável, mesmo com todos os obstáculos. Já perdeu os pais, mesmo quando eles ainda respiravam. Foi criada em casa de chão batido e cheia de pingos pela cabeça; o que fez dela cada vez mais grata pelo que possui.
Criou suas filhas como tesouro. Fê-las mulheres de bem e do mundo. E tem orgulho disso.
É sapeca, cheia de alegria e com uma disposição infinita. Carrega o seu mundo nas costas e sabe que, quando for ter com Deus, será bem recebida; deixando a todos saudosos de sua molecagem sem malícia.
Seu nome: Mirtes. Mas, pode chamá-la de mãe, que ela atende com o mesmo carinho..