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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Seco & Sexo: Espiadela Virtual...




Duas da manhã. De um sábado para domingo... Já domingo! O tempo está voando, e eu estou envelhecendo! Minha mãe diz ser aquisição de sabedoria. E eu amo essa palavra: aquisição!

Gosto de adquirir o que eu puder comprar. E de comprar coisinhas que alimentam meu ego. De ego inflado fico mais feliz! Sempre foi assim...

Hoje o dia foi corrido. Aliás, ontem. Mesmo sendo sábado, tive um dia agitado. Um pouco de adrenalina sempre firme para testar o coração. E eu gosto disso. De manter o coração acelerado.

Faz dias que estou fazendo tudo no automático. No trabalho, fujo do colega que me persegue. Uma aventura que foi boa. Mas, perdi o interesse. Como tantas outras que já descrevi aqui!  Gosto da aventura, mas não de ser controlada. Sou do comando. Por isso estou com o meu marido. Ele me deixa livre. Às vezes, até demais...

Por falar em marido, hoje íamos num evento de publicidade de sua empresa. Contudo, ele esteve resolvendo assuntos pendentes até além do horário de expediente, inviabilizando a ida ao jantar. Então resolvemos jantar em casa. Pedimos no restaurante de costume dois pratos de grelhados com massa ao pesto e gorgonzola. Abrimos um vinho branco e bebemos um pouco. Nada além do costumeiro diálogo entre um casal que convive junto há mais de uma década.

Fomos para o quarto e , em questão de minutos, adormeceu. Olhei para o relógio e eram quase vinte e três. O sono não veio. Fiquei remexendo na cama, pensando na vida. Olhando meu marido dormir. E em tudo o que já vivi, nesses anos todos de casamento. Aí que perdi mais ainda o sono!

Resolvi levantar e ir para o quarto de hóspedes. Lá ficaria mais à vontade para ser eu mesma. Sem ter que controlar as palavras, os sonhos e os desejos. Por falar em desejos, peguei-me pensando no quanto gosto de desejar. E de ser desejada. O ato do cortejo me fascina desde que eu me entendo por adulta. Porém, fui educada que uma mulher não poderia sentir desejos. Deveria ser recatada. Por isso vivo um casamento de fachada. E vivo minhas aventuras secretas...

Por falar em segredos, sempre tive vontade de conhecer alguém nas redes sociais. Alguém totalmente desconhecido, que nunca mais eu visse depois... E com o notebook bem ali na minha frente, resolvi passar a chave na porta do quarto, acendendo somente a luz do abajur... Eu já estava em outro quarto, que não o meu. Marido dormindo feito uma pedra... E eu querendo! 

Entrei na Web. Num chat qualquer. A fim de conhecer. De prosear. De me aventurar. De queimar por dentro, e por fora! De lingerie preta, cheirosa e com o tesão à flor da pele. Uma, duas, três, quatro solicitações para conversa. Uns minutos de diálogo e nada! 

Foi quando estava quase desistindo e indo dormir, enfadada por aquela falta de gente interessante, que algo me surpreendeu... Um homem com nome, e não nickname. Com o mesmo signo que o meu, exatamente no mesmo dia, e uma diferença de três anos. Casado, e cheio de vontade de conhecer alguém que tivesse a mesma ousadia que si. E então o tempo voou!

Voou como a camisola saindo do corpo, a mão tocando o clitóris! O bumbum rebolando, os seios expostos. Como se ele estivesse ali, pronto para lamber o meu caminho do perigo. E para me fazer gozar na sua batida. A cada estocada, com seu olhar me devorando. Com sua ansiedade misturada com sua experiência...

Mais uma da lista, certamente. E eu nem ligando para isso! O importante sim é o desejo recíproco. E eu me tocando, enquanto vejo aquele mastro hasteando sua bandeira, sudindoa cordinha do prazer a cada rebolado meu!

Passo a mão pelos lábios, mostrando piração total. Uma maldade sem vergonha... Um copo de whisky. Às vezes, eu procuro algo mais forte, para provocar. Um golinho goela abaixo, rasgando a garganta. E eu confesso que queria sentir o gosto ácido de outro sabor descendo pela garganta. 

Rebolo, de lingerie preta. De meia sete oitavos, liga e salto, recostada na escrivaninha do quarto. Tiro o salto e, ainda de meias, pulo na cama, para ampliar a visão da safadeza. Mudo a roupa, enquanto ensaio umas caras e bocas. Penso melhor, e resolvo ficar despida. Completamente nua. Apenas com uma máscara de festa do último baile de máscara que fora. 

De máscara na face. E nada mais na pele. Além das joias reluzindo minha deliciosa forma de poderio.  Porque perco tudo, menos minhas meninas dos olhos.

Resolvo então que posso mostrar que sei me tocar como ninguém! E abro-me em frente à câmera que me focaliza. Encosto meus dedos, e busco o meu prazer mais profundo... A fundo, com um, dois, três dedos. Como quem busca o frenesi com a pontinha das unhas. Como quem quer sentir o gozo jorrando, solitariamente.

À medida que sinto, vou me deixando ser sentida, em silêncio. Do outro lado da tela. Como se a tela fosse mera coadjuvante no jogo da sedução. E não há como mais gostosa do que seduzir. Com a boca, com a língua, com a inteligência, com o clitóris inchado e endurecido, sedento por relaxar depois daqueles segundos de prazer.

Toco -me insanamente! Como se não houvesse amanhã... Como se não houvessem paredes que já presenciaram minhas lágrimas. Como se não houvesse mais ninguém na casa, àquela hora da noite.

Mas, há! Sempre há... E quando estou quase no auge da minha loucura virtual, ouço batidas na porta. Quem será? Tenho que me recompor e mudar a cena do crime, antes que alguém descubra... Porém, ouço um girar de chave e uma maçaneta se abrindo, assim que eu desconecto o computador. 

E você? Será que sabe quem é que estava me espiando, pelo buraco da fechadura? Confesso que esse será o meu mistério revelado, na próxima história! Espera! Conto até o fim de semana... 

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Kiwi & Anis Estrelado: A Estrela Além das Lentes...




Um olhar. Uma câmera. Um estúdio de fotografia. Um divã de veludo em tom de uva. Uma arara de roupas me esperando, para que eu sirva de cobaia. 

Foi assim que eu comecei meu dia. Um dia de folga do trabalho. Mas, com um trabalho extra... Fotografar! 

O olhar é para as lentes do fotógrafo que, sugestivamente tem sotaque rúbio. Não sei o porquê, mas amo esse enrolar da língua ao falar. Quase um canto, ao som de um violão e violinos, num dedilhar provocante.

Saí de casa às nove. Acordei mais cedo. E sedenta de excitação pela vida. Onde eu sinto a magia do mundo me rodear. Pus um vestidinho estilo marinheiro, curto e de listras azuis, brancas e vermelhas. Uma sandália   Melissa, com salto transparente. E por baixo um lingerie de renda, tipo fio. Vermelho vivo.

Cabelos soltos ao sabor do vento, e perfume e maquiagens devidamente impecáveis! Como sempre gostei de ser. Falando através da aparência. E me deixando enigmar. Porque eu não gosto de revelar minhas frestas, onde quer que elas estejam. 

Hoje quis dirigir sozinha, ouvindo uma playlist totalmente insinuante. Então, para me livrar do segurança, usei o blindado. Com uma vinte e dois no porta luvas, por segurança. Exigência do motorista preocupado e desconfiado de todos e de tudo. 

Hoje não quis comer muita coisa. Preferi um iogurte natural com mel e granola. Coisa simples, na louça de porcelana. Porque eu jamais perderei a elegância. Ela é parte de mim e eu tenho total propriedade sobre ela...

O estúdio de fotografias ficava no centro. Num sobrado imponente do século passado. Porém, totalmente restaurado. Decidi aceitar o convite do meu sócio, e fazer propaganda da marca nova que estamos oferecendo na empresa. Escolheram a mim para servir de garota propaganda. Fazer o quê, se não recuso um desafio!

Estacionei o carro em frente ao estúdio. Desço e vejo uma porta de duas folhas, alta e entalhada. Subo as escadas e, à medida que eu subo degrau a degrau,posso ouvir uma música Porto Riquenha vindo de encontro a mim. Instantes depois estou defronte ao que chamaria de aventura  extravagante. 

 Abro a porta, depois de três toques com a mão. E sou recebida com um sorriso alvo, tipo comercial de creme dental. E um par de olhos verdes como hortelã. Uma pele perfumada, jambo, e uma musculatura torneada, mas sem exageros. Paralisada, respirei fundo e retribui o sorriso.

Retribuí e não sei o motivo ao certo, mas estava à vontade ali. Aquela ansiedade de quando chegara, houvera desaparecido, aos poucos. Depois de alguns minutos, umas palavras que se transformaram em diálogos soltos, tudo estava absolutamente como deveria, para o trabalho.

Na sala principal uma arara com diversos tipos de vestimentas. Do terninho de linho cru ao Black Tiê, passando pelo vestido de pedrarias e ao vestido de noiva estilo princesa. Para cada vestimenta, uma maquiagem e um penteado amplamente rico de detalhes, feito pelo maquiador. 

Umas poucas instruções e depois de dez minutinhos, lá estava eu num salto Luís XV e um tubinho violeta. Com colar de cetim e Camafeu dependurado no pescoço, tocando as saboneteiras. A lingerie vermelha não se fez vista. Umas poses executivas e logo mudo de roupas. Um alfaiataria estilo smoking e cartola, de lado, com cigarrete na ponta dos dedos. Um suspensório e gravata borboleta, mostrando o lado feminino por trás da sobriedade masculina. 

A cada posição, uma pose. A cada pose, uma posição. E uma música. Porque o mundo das imagens é audível! Sensorial na alma e na pele.

Mais cinco minutos e lá vou eu para mais uma troca de roupas. Dessa vez um vestido de festa, cor rosa, todo de paetês. Até o chão. Contornando o corpo, combinando com um scarpin preto e uma bolsa de mão, tipo carteira.  Uma janela e uma cortina. E eu olhando por entre o voal branquinho com amarril dourado. 

Vestida de noiva, era preciso mudar a lingerie. E até para isso havia algo especial preparado. Como se eu tivesse sido milimetricamente estudada, para compor cada cenário. Uma lingerie branca. De renda e pérolas. Bordada a mão. Rica em detalhes. E com caimento perfeito. Uma liga branca, um salto de veludo branco, bordado com as mesmas pérolas. Um colar de ouro, tipo lacraia, e uma tiara de princesa. Ambos dourados, combinando com o par de brinco de ouro em meia argola de brilhantes. 

Cabelos presos numa tranca raiz. Posta de lado. Numa angelicalidade sem fim. A princesa do estúdio.  As fotos a essa altura já fluíam facilmente. E eu me via cada vez mais envolvida por aquela alma livre e sedutora. 

Último traje. Algo ousado, que eu jamais poria. Uma meia arrastão, um salto com tiras largas, uma minissaia de couro e um croped, também em couro, com tachas de metal. Algo dark, rebelde provocante. Coisa que eu não gostaria de revelar tão explicitamente. Contudo, eu recebi a incumbência de fazer dar certo aquela sessão de fotos e o futuro da relação de negócios com os Norte americanos. Por isso, aceitei a empreitada mais ousada de todas.

Por cima da pele, um conjunto preto de renda. Bem sensual. Um perfume mais masculino, importado. E uma boca Amora. Quase preto. Olhos desenhados no delineador líquido. Impecáveis.  Cabelos molhados, bagunçados com creme de pentear. Estratégia de fotografia.

O fotógrafo diz que é para eu me imaginar completamente livre. Num Pub à meia-luz, com bebidas à mesa, som de guitarra  solo, num metal melódico. E eu imagino. Só que coloco na imaginação o bar tender com colete sem mangas preto, de vinil. Calça preta, jeans. Coturno de amarrar alto. E perfume de homem dono de si rescendendo  pelo balcão, misturado aos aromas das bebidas. Imagino eu bebendo uma batida com kiwi e vodka. E  anis estrelado de enfeite, do lado do canudo preto.

Imagino de olhos fechados a cada cheia, com passantes e conhecidos. E aquele belo par de olhos me encarando. Sem disfarçar em nada o desejo de um algo além da bebida. Abro meus olhos e estou totalmente entregue ao meu imaginar, dançando ao som da guitarra solista, que se mistura em sequência com o bater das castanholas... Saio do Pub e caio na tenda cigana. Onde sou expectadora. Onde posso delirar observando o fotógrafo que, a essa hora, está sozinho comigo na sala. 

Somos eu e ele. A música e a vestimenta cheia de mistérios. Estou boquiaberta, vendo aquele homem e sua destreza em me enredar somente com seus olhos. Posso imaginar cada detalhe além do olhar. E isso faz eu querer me enredar mais ainda. 

Ele chega mais perto. Toca meu queixo com a pontinha do indicador direito. E sussurra em meus ouvidos um “¿vien junto a mí?”. Quase infarto, mas vou. E ele me enlaça pela cintura, enquanto rodopio em seus braços. De repente, me joga para trás e,num ímpeto, me rouba um beijo. Do beijo, um passo e estamos no chão. Eu de lingerie preta, posta de lado e sem a parte de cima. Ele, nu. Eu por cima, num cavalgar feito Cavalo do Vingador, com asas e capa de malvadeza. Com tridente e mordidas nos lábios e seios, enquanto deixo meu quadril fazer o trabalho árduo de estar no comando.

Amo comandar. E faço isso com toda a minha força. Só deixo que me comandam quando quero força e cabelos entre os dedos de alguém, num puxão mais audacioso. Caso contrário, sigo meu ímpeto de comando. Contando nos dedos as vezes que não estive no controle da situação.

Em cima, sou segurada pela cintura, e meu corpo é deliciosamente tocado por um par de mãos grandes e sedentas por meu íntimo. Um toque, dois, três... E rapidinho estou gemendo a insanidade daquele cigano, tentando decifrar suas origens!

Contudo, o chão gelado da madeira não impede que ele me vire de costas, pondo-me ao seu deleite. De leite em leite, seios, suores e sensações fundem-se. Numa força como gosto, por mais de quarenta minutos. 

Um sexo selvagem, com o mais misterioso dos meus homens. Talvez a aventura mais enlouquecedora. E a única que teve coragem e a audácia de filmar o ato todo, enquanto me consumia em gemidos e beijos molhados... Fui perceber a câmera ligada já no terceiro momento...

Essas minhas travessuras estão me deixando sem fôlego! Ou será que você ficou sem fôlego? Posso surpreender você, numa respiração boca a boca... Ou num sussurro... Você vem comigo? No caminho lhe mostro como se perde o ar de verdade... 



sábado, 5 de agosto de 2023

Cinco ou Oito III




Cinco ou oito? E daqui um ano?

Esse dia chegou. 

E ontem nós decidimos seguir...

Guarda o que foi bom!

E voa, criança!

Estarei esperando você na próxima vida.

E eu irei reconhecer seu perfume em meio a multidão.

Como você me reconhecerá?

Vou olhar para você e dizer: BORA?

Te a... né? 

Sempre!

Gratidão em versos...