Segunda Etapa

Estamos numa outra etapa.
Numa segunda chance.
Onde a proximidade é mais sensível.
Já fomos loucos, ensandecidos...
Num querer despir ao primeiro olhar.
Hoje, os olhos “sorriem” ao enxergar o outro,
Do outro lado da tela.
Hoje a conquista é diferente.
É feita minuciosamente, detalhe a detalhe.
Com ouvidos atentos, com atenção redobrada.
Sabendo que queremos algo.
O que queremos?
Não sabemos, ao certo.
Estamos deixando rolar.
Só percebemos que queremos a presença um do outro, aqui... Aí!
Com um sorriso lindo estampado no rosto...
Com as bochechas rosadas...
Com uma felicidade em ter o outro, assim, tão próximo.
Estamos deixando fluir.
O que flui?
Um desejo bom de paz, de querer...
A pele, as palavras, os sorrisos, elogios!
Um eu e você, com direito a suco de limão no boteco da esquina.
O seu sem açúcar, eu já sei!
Quero teu abraço apertado.
Seus olhos castanhos, seus dentes alvos a sorrirem para mim.
Sua jovialidade, maturidade, leveza...
E o resto?
O resto vem no pacote, embrulhado para presente...
Para que eu desembrulhe, sem pressa nenhuma,
Enquanto o mundo lá fora para, na sua loucura diária...
Para observar a nossa conquista, o nosso eu e você!

Castelo de Cartas...

Já passam das vinte e duas horas...
E uma pequenina lágrima teima em dependurar-se no canto esquerdo do olho.
Estou deitada de lado, sobre o braço, tentando esconder as sensações.
Você faz parte dessa raiva de mim...
Por tamanha idiotice.
Por acreditar que seria capaz de ter-lhe ao meu deleite,
Tão somente meu, no momento que fosse.
Entretanto, como num castelo de cartas minuciosamente selecionadas
Você teve a proeza de empilhar uma a uma...
Para derrubá-las num piscar de olhos.
Foi absurdamente indelicado...
Quando disse ter sido ingênuo.
Sua “ingenuidade “pôs tudo a perder.
Sou alma.
E isso é defeito...
Que seja!
Seria menos boba se talvez não pusesse meu sentir no que faço.
Jamais faria ou farei algo no modo automático!
Sou da entrega e da reciprocidade.
Todavia, mostrara-me que, mesmo na fase adulta,
Soube e sabe ser um adolescente inconsequente de suas palavras.
A criança linda deixou bem claro que o ser humano é falho
E que vaso quebrado não se cola com cuspe.
É preciso restauração para que o vejamos não tão danificado...
É preciso dedicação para reconquistar algo perdido por idiotice.
A noite será longa.
Os pensamentos, desconexos.
E a lágrima ainda se equilibra no canto do olho...
Querendo terminar sua trajetória nós lábios que você tanto admira...

Idade Adulta!

Tira minha roupa, beija minha boca...

Com todo o desejo que possui!

Mas, não demora, criança!

Tenho ansiedade à flor da pele,

Na mesma pele que quer você, suando comigo...

Numa loucura absurda.

Num misto de cuidado e perda de controle.

Tira minha vergonha, pedindo que eu satisfaça seu desejo mais ousado.

E me faz sua, assim, sem pressa.

Porque quero chupar você de canudinho, bem devagar...

Para acabar só no ano que vem!

Vem! Não demora!

Eu sou do agora, do já!

Esperar me entedia a alma.

E calma demais nessas horas não é bom!

O bom mesmo é jogar o corpo para trás,

Enquanto você me puxa pela cintura,

E segura minha nuca, puxando meus cabelos...

De cabelos molhados, todos eles.

De pele lisinha, perfumada.

De cantada dita ao pé do ouvido.

Quero ouvir seu gemido, louco, só para mim.

Assim, como um homem maduro e sua menina!

Como uma criança linda e sua bebê!

Vem beber meu néctar, sugar cada gotícula!

E me deixar fazer você perder a noção do universo,

Tamanha a vontade de ter você pra mim...

Você aceita um beijo?

O resto eu garanto satisfação, saiba disso...

Ou então, você me castiga,

Pela propaganda mal feita...

E me mostra como se faz, já na casa da idade adulta!!!

Adota-me!...

Adota essa criança linda!
Disse você para mim...
E confesso que se fosse possível, já estaria em meu colo,
Ganhando cafuné até adormecer.
Já estaríamos rindo de tudo, sentindo a energia do outro...
Assim, de pertinho!
Adotar-lhe-ia com satisfação.
Por saber que morreria de felicidade...
Atingida e afogada pelo transbordar da sua vivacidade!
Um viver gostoso, invejável para quem quer que lhe cruze o caminho.
Vive, sem pensar no amanhã...
Porque o amanhã é incógnita.
Pensa, hoje!
Porque Deus lhe permitiu abrir os olhos, logo cedo.
E isso para você é dádiva!
É feliz ao seu modo.
Não espera sua felicidade de nada e nem ninguém!
É criança linda...
Com desejo de adoção momentânea!
E o momento atual nos mostra quem somos...
O que queremos...
O que nos falta e o que de sobra temos a oferecer.
Hoje, a adoção seria a pedida do momento!
Com ou sem arrependimentos, depois?
Não sabemos.
Só que seria delicioso o cafuné sem pressa,
Sem ter que contar os minutos...
Sem quaisquer sensações que não fossem
O eu e você...
E a loucura da nossa vida cotidiana!

CRIANÇA LINDA...

Eu lhe chamo de criança,
Mesmo você tendo passado dos cinquenta.
Eu adoro seu sorriso maroto, seu olhar de garoto...
Sua energia quase pueril.
Mesmo viril a quase me devorar com os olhos.
E gosto que me olhe,  deseje, fale!
Diz o que quer sem rodeio...
Como se estivesse no recreio da escola.
Escola essa onde já sabe a matéria.
E ensina, tanto quanto aprende!
A gente fica longe, fica perto.
Fica rindo, fica sério.
Fica fora de controle!
Como se precisasse controlar algo!
Conhecemos o outro um pouquinho...
E é tão bom isso!
Um menino encantador,
Com olhos castanhos...
Sorriso alvo, cujo alvo é certeiro.
Conquista pelo jeito jovem, cheio de vida!
E vive, querendo encontrar mais e mais motivos
Que o leve, leve, aos oitenta...
Certamente com essa graciosidade de um homem maduro.
Eu juro, criança...
Ôh! Coisa boa essa nossa!