um pouco mais sobre mim...

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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Mona, lisa...




Quinta, de novo... No meio do povo,

Disfarçando a persona,

De Mona, lisa...

Com brisa na cara,

Ela para e respira.

Não pira porque não há mais o que enlouquecer.

Talvez esquecer seja a solução...

Ou não!

Quem sabe...

Vasculha os bolsos,

Mergulha nos copos de Dri Martini

Ouvindo Ricky Martin e sua “La vida loca”.

Uma boca grande.

Que é pra devorar o chapeuzinho vermelho.

Diante do espelho do motel barato,

Num trato de tostões amassados.

Assados com o vai e vem das coxas,

Brochas, broches e paetês.

Não vês que és uma mulher transviada?

Toda trabalhada na purpurina, 

E ensina a menina o caminho da roça, da rua, toda nua?

Rebola ao som da salsa...

De calça comprida e bustiê dourado.

Do lado, um moreno de um metro e oitenta...

Será que aguenta sua maestria?

De dia, ao meio-dia de quinta,

Sucinta um poeminha erótico

Para compor a personagem.

E que viagem é essa?!

Uma balinha de menta, e senta...

Cruza as pernas...

Para descruzá-las depois do sexo.

Sem nexo?

Talvez!

E desde quando faz sentido 

O que é vivido às quintas-feiras?

domingo, 14 de novembro de 2021

Desordenada...




São quinze horas e vinte e quatro minutos. Eu estou enrolada na toalha branca, com uma dor de cabeça que me persegue há dias. Menstruada, sigo só de calcinha e absorvente, sentada na cabeceira da cama, olhando os minutos no relógio da cômoda passarem. E estou tentando entender as coisas da vida...

Uma vida rumo aos trinta e sete, com grande parte rodeada de incógnitas e decepções. 

Na infância, os desvarios do pai alcoólatra. Na adolescência, a solidão interna, os desamores, as desilusões.

Na fase adulta, um turbilhão de responsabilidades que fazem com que a massa encefálica funda, vez ou outra.

Olho para a TV ligada, ecoando som baixinho... No volume dois – sou misofônica. E tudo se mistura dentro de mim.

A angústia abafada num lacrimejar sem choro. A saudade de algo inacabado, impossível de ser vivido e revivido pelas desventuras do tempo. A vontade de viajar quilômetros de distância, em prol de um momento de paz e felicidade. 

Mas, qual felicidade? A que não me acompanha, mesmo eu pedindo a Deus um minuto de tempo parado, sentido à flor da pele?

Não sei a que vim. Não sei quando vou. Eu apenas sei que quando for, talvez não seja Deus quem me receba de braços abertos...

Talvez eu esteja sufocando meus gritos, meus frutos, minhas frustrações. E esteja morrendo aqui, de olhos abertos.

Hoje minh’alma pede um colo. E não há um par de pernas onde eu me recoste. 

Hoje meu coração está ferido, perdido, inundado por um limo tão grosso, que não consigo me desgrudar desse visgo todo.

Hoje o desabafo. Solitário em meio às palavras, minhas fiéis companheiras...

Aqui o peito dói. A cabeça toda, depois de diversos calmantes, a fim de remediar a vida, reordenar as coisas.

Todavia, reordenar o quê? Se eu não consigo sequer não sentir essa angústia abafada dentro de mim?

É preciso reabrir o sorriso. Amanhã ou depois o trabalho exigirá mais uma vez um sorriso estampado no rosto...

E agora, Deus? Como driblar tudo isso dentro de mim? Se eu desaprendi a acreditar em milagres, nas promessas das pessoas?

Sinceramente, não sei como e por onde buscar... 


sábado, 13 de novembro de 2021

Carta para alguém que eu amei...




Começo essa carta da pior forma possível. Desistindo de tentar.

Mas, antes que você me crucifique, vou dar os meus motivo para tal. 

Quando conheci você, tive a oportunidade de enxergar sua alma. Uma doce vibração cósmica de alguém machucado pelas dores do amor. E isso foi algo magnânimo, embora surpresa para mim!...

E aos poucos, pude conhecer sua vida. E ficando cada vez mais encantada com o brilho de uma pessoa especialmente guerreira.

O sentimento fora crescendo, na contramão do que eu considerava ser certo. Porém, o que é certo, quando em se tratando do coração?

Não sei. Freud nunca me explicou, mesmo sendo o pai da psicanálise...

E por falar em analisar, tenho que lhe dizer que foi exatamente isso que eu fiz, ao abrir a porta do quarto, naquela tarde de sexta... Analisei o que os olhos podiam enxergar. E também o que a alma sentia.

Analisei. Como quem observa uma prova de matemática financeira e diz: “e agora?!”... 

Tive todos os receios do mundo. Tive todas as vibrações dentro de mim, ao olhar nos seus olhos e sorrir de canto de boca...

Sabia que ali eu estaria perdida. Ou talvez tivesse me encontrado. Não sei. Só sei que tudo foi aprendizado. Que cada palavra, cada gesto, cada sorriso, cada choro, cada palavrão, cada elogio, cada xingamento, cada medo, cada segundo... Cada coisa vivida foi um aprendizado.

Aprendi que o amor pode vir e ir embora, na mesma velocidade. Que ninguém manda no coração. E nem nas pessoas. Tampouco nos seus sentimentos.

Aprendi que eu não sou o que você procura. E que eu procurei demais por alguém que não me procurou. 

Aprendi que a reciprocidade, a cumplicidade, o romantismo, a entrega são fatores fundamentais para se haver amor. Para se querer ficar.

E você nunca quis ficar. 

E eu queria muito que você ficasse...

E você, como boa teimosia, preferiu colocar tudo a perder, quando resolveu salvar a humanidade, deixando a mim órfã de seus cuidados.

Pedi infinitas vezes por cada olhar. E seu horizonte fora outro. Pedi e perdi as contas das vezes em que eu quis um pequenino pedacinho do seu dia. E você me dizia ser profissional.

Um profissionalismo tamanho, esquecendo que eu não era sua colega de serviço. Que eu era a mulher que houvera feito de tudo para estar com você.

Mas, agora é só uma lembrança que tenho comigo. É só uma pessoa que eu vou guardar para sempre aqui, no cantinho esquerdo do lado sul do meu coração... De ponta cabeça, como me deixara.

Sem cabeça feita, porque bagunçara tudo o que eu tinha acomodado dentro de mim, há tempos muitos...

Hoje, depois de tudo isso, só me resta agradecer por tudo. E por nada. Porque não houvera vínculo. O que houve foi o desejo de me vincular a sua alma...

Todavia, não sabemos os desígnios superiores. Não sabemos os motivos de Deus em colocar e tirar de nossas vidas as pessoas.

E você se foi. Na mesma proporção que veio. 

Não sei o que será de mim de agora em diante.

Só gostaria que soubesse que, mesmo assim, fora você uma pessoa que eu amei... E desisti de amar, por justamente acreditar no amor como sendo a fonte de energia vital do homem, enquanto ser humano... E para haver amor, você precisava querer estar aqui. Coisa que você não fez...

domingo, 10 de outubro de 2021

Duelo diário...




A vida talvez seja isso: uma indefinição de sentimento.

E nessa madrugada longa, ouço tudo.

Menos suas palavras dizendo que eu realmente não deveria acreditar

No poder da minha intuição.

Ela grita essa incerteza de nós dois, todo o tempo.

E eu fico no dilema silencioso e interno de verdadeiramente acreditar no que me diz.

A vida segue. As horas passam.

A noite vai embora, dando lugar ao cantar dos pássaros.

O dia ressurge, com sua ambiência urbana.

E eu estou aqui, nua, deitada na cama...

Tentando entender o que aconteceu comigo, conosco.

Há tantas sensações escondidas!

Todavia, é difícil ficar em silêncio quando a alma é bocuda.

Já fiz tanto...

Gritei, xinguei, esperneei.

E nada saiu do lugar.

Talvez eu esteja exagerando.

Porém, sou intensidade.

Nos sentimentos. Nas delicadezas e brutalidades.

O dia já raiou.

E aqui ainda escorrem as lágrimas.

Misturadas com a incerteza de um valer ou não a pena

Estar nesse duelo diário...


quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Relevância...




Releva, menina!

Releva e não revela os motivos...

Veste a capa de super heroína, a roupa de viver...

E mete a cara, às quatro da manhã!

Dorme pouco! Ninguém precisa dormir tanto!...

Pensa de madrugada na vida.

Conversa. 

Mas, dialogue consigo mesma.

Ninguém merece saber o que você pensa a respeito do mundo!

Não cause problema a ninguém.

Socorra o mundo alheio.

E petrifique seu coração.

Porque coração mole é coisa de gente frouxa.

Trouxa e sem atitude!

Seja forte e feliz.

O mundo pede fortaleza e felicidade.

A troco de nunca expôr as fraquezas. 

A ponto de engolir seu choro e ostentar um sorriso largo no rosto.

E por falar em rosto, você já vestiu sua máscara de hoje?


quarta-feira, 23 de junho de 2021

Sobre ela...




Sou dos dramas.

Das lágrimas abafadas.

Dos quereres postos de lado.

A vida me ensinou que nem tudo vale a pena.

Que silenciar, por vezes, é minha única opção sensata.

Quem sabe eu melhore...

Que sabe eu engula os sapos, o choro, os roncos.

Sou tão ou mais imperfeita que já fui.

E serei, muito mais, daqui a alguns tempos.

Porque minh’alma é pequena.

Tão pequenina que, por vezes, não consegue se expor.

Tenho medo de quase tudo.

E sim! Esse medo me paralisa como criança...

Quando vê o brinquedo na loja.

Tal qual a ele... Às vezes,  vejo minha vida exposta na vitrine.

Como se alguém sempre estivesse à espreita...

Para alfinetar qualquer detalhe.

Não sou fácil...

Não saberia ser tão doce, como minha diabete.

Digo que gosto.

E se não gosto, minha fina sobrancelha direita ergue...

Denotando minha total insatisfação!

Tenho medos absurdos...  Desejos à flor da pele...

Numa pele branca, que se roseia quando dos elogios e das angústias também.

Já não consigo disfarçar muito bem meus sentimentos...

Foi o tempo que isso era fácil!

Hoje só sei trazer valores na alma que fazem de mim ser não tão bem quisto...

Tem dias que eu preciso de refúgio.

Um afago.

Um querer estar aqui, aí...

Tem vezes em que saber dos sentimentos a mim endereçados

Faz com que eu me norteie...

Então, seja você!

E você terá o meu melhor!...

quarta-feira, 31 de março de 2021

Artigo de Lei




Talvez escrever seja isso.

Ir além das palavras, das pessoas, do que é dito.

Talvez seja carreira solo, ou samba de roda!

Terreiro de orixás.. Preces de Nosso Senhor.

Uma súplica escondida em meio às letras, sobrepostas uma a uma.

Um pedido de socorro, subentendido com a caneta esferográfica,

Na folha de papel branquinho.

Baixinho, numa oração.

Bem alto, num palavrão.

Seja falta de educação ou inconstitucionalissimamente...

Na constituição nacional o direito a expressão é Artigo de Lei.

E leia-me, se for capaz!

Capaz! Pode ser que amanhã eu levante sorrindo, que lindo!!!

Ou eu peça em súplica pelas minhas palavras, postas no vento,

Sendo levadas até o destinatário da mensagem.

A imagem de mim é assim...

Às vezes, anjo.

Noutras, demônio.

Imperfeitaça!

Mas, com uma verdade nós olhos

Que óculos de sol nenhum consegue esconder...


Poeminha Erótico I




 Nua, deitada na cama enorme.

Com o uniforme de guerra jogado no chão da sala, peça a peça...

Peço a você que seja bonzinho.

Mocinho de uniforme preto, tão perto, quase invadindo.

Invasão planejada, arcada pelos tostões que dispomos.

Porque seus trocados alegram minha desenvoltura, debaixo dos lençóis.

A sós, num quarto de motel barato, com suor escorrendo

Invento ser eu a doce criatura a lhe satisfazer os desejos.

São três, como na lâmpada mágica

Escolha logo, antes que os alisamentos sejam feitos por mãos alheias.

E as meias de seda vermelha

Façam parte de outra situação relaxante...

Porque o tempo voa, feito cavalo alado.

E do meu lado, eu tenho quem se dispuser a me fazer 

Sentir-me especial, ao meu modo todo imperfeito!


Ser Líquido...

 



Não sou fácil.

Nem quero sê-lo!

Sou das dificuldades de infância,

Que se tornaram conquistas na fase adulta.

Sou dos trocados poucos, prontos!

Para arcar com as contas ...

Afinal de contas, são tantas coisas a contar!

Mas, contar para quem?

A infância já se perdeu dentro de mim.

E a fase adulta suporta tudo, calada.

Alada. Mas com asas paradas

Pelo peso da responsabilidade.

Exacerbada, por hora, cansada.

Quantos gritos cabem no silêncio?

Humanamente, perdi as contas!

Segurar o mundo alheio... Não deixar a peteca cair!

Sorrir, mesmo sem mostrar os dentes!

Sorria! Você tem tudo!

Contudo, falta-me a mim!

Assim, num cafuné sem pressa.

Num elogio despretensioso.

Nervoso, meu coração pulsa descompassado.

Amassado como rascunho.

De punho cerrado num soco de direita...

Aceita que dói menos, menina!

Olha a diplomacia e elegância!

Mantenha distância dos problemas e dos palavrões!

Que se danem as etiquetas!

Minhas maricotas dançam Ragatanga, querendo eu expressar 

Toda essa minha ânsia de ser eu mesma!

Oh! Pobre criatura!...

Doçura só se encontra na lata de açúcar,

Guardada na geladeira, longe das formigas.

Amigas que, quando necessário, se fazem presentes.

Mas a ausência é maior que a presença física.

É solidão em meio a madrugada!

Porque discutir com a humanidade é estressante.

Você está bem, querida?

Sim, eu respondo.

É muito mais fácil responder que sim...

Do que explicar os motivos de não estar...!


domingo, 21 de março de 2021

Reflexão da Madrugada




São três e quinze.

E já se passaram vários pensamentos, aqui.

Um turbilhão de pensamentos e sensações, nesses trinta e seis.

Às vezes, quase sempre, guardados a sete chaves...

Olhando para trás e também para o futuro...

Vejo uma pessoa que ainda precisa aprender a ser forte!

Porque força nunca é demais...

São três décadas e um pouco mais de um olhar o mundo,

Tentando sorrir em meio às intempéries.

É alma que rola no chão com a cachorra...

Que cuida, preocupa e auxilia.

Mas, que também busca, silenciosamente, o cuidado, a preocupação e o auxílio.

São três e vinte e um da manhã.

E hoje é dia de saber

A quem a criatura faz a diferença.

Isso para o dia todo.

Por ter todos os minutos desse 21 de março a esperar.

Mais um dia, de um ciclo novo que vem chegando!

E como será?

Isso só Deus sabe!

(espero que seja bom!)


domingo, 7 de março de 2021

Sentir... Sentido!




Passa das dez da noite.

Lá fora e tal qual aqui, tudo segue esperando a vida passar...

Por vezes, com uma calmaria doce.

Por horas, como agora: na tentativa de driblar a ansiedade.

Já perdi as contas das vezes em que olhei para o espelho,

Esperando não sentir tudo isso!

E mesmo assim, há noites em que a solidão é gigantesca...

A intuição grita!

E eu teimo em não ouvir sua voz ecoando em minh’alma.

Eu lhe peço apenas sinceridade.

E diz-me estar tudo bem!

Mas, algo aqui dentro ecoa para eu pensar...

Oh! Deus! Pensar mais ainda?!

O coração pede atenção. 

A mente também!

Você é doce.

E eu, sou diabética.

Com uma irresponsabilidade glicêmica, ouço o que diz o coração!

E isso pode ser bom, ruim... Sei lá!

Talvez eu devesse ser mais racional.

Contudo, não estaria sendo feliz!

Há um turbilhão de pensamentos e sensações aqui, duelando comigo.

E eu sei que tudo é loucura...

Eu, os pensares, as sensações, os medos e as coragens insanas!

Só preciso saber o que pensa?!

Isso me consome, noite afora.. 

Sinto.

E isso faz de mim ser intensidade em meio ao furacão.

Faz com que eu seja difícil, eu sei.

Mas, já se passaram dias! 

E ainda sinto-lhe!

Isso é sinal que, no fundo, o universo conspira...

Basta apenas que eu não me assuste em olhar no espelho

E enxergar todos os seus objetivos com o perfume da minha vida

Em consonância com a sua!

Sossegar o coração...

Talvez seja esse o segredo da minha paz!