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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Prosa da Saudade




Hoje resolvi tirar a noite para relembrar nós dois. E a cada lembrança ressentida na alma, uma pequena lágrima rolou de meus olhos, silenciosamente.

Os toques, os olhares, as risadas. Tudo refez dentro de mim seu caminho de liberdade. Tudo voltou ao seu ponto de partida, onde fomos felizes sem medo do ridículo.

Relembrei também das inúmeras conversas... Onde os planos eram parte do pacote de felicidade. E senti uma saudade gigantesca! Uma saudade que, às vezes, dilacera.

Foram tantos momentos bons! Numa intensidade tamanha, como eu gosto de sentir...

Sou completamente doce e ácida. E isso fez você ficar e, também, ir embora...

Embora para longe, mesmo perto. Embora para fora, mesmo dentro! Com a poesia, a prosa poética, o conto, o romance... Todos os gêneros literários inclusos nessa nossa solidão acompanhada.

Fomos um, somos dois. Bem mais que um sorriso de canto de boca, onde a boca desenhada morde o lábio, de leve, ainda sentindo o gosto da saudade!

Uma vontade de parar o tempo! E reapaixonar a alma!... Perdidamente, com direito a enrosco no pescoço, feito com as mãos, pretensiosamente!

Vontade de olhar nos olhos e não precisar dizer nada, dizendo tudo! Um tudo sem som, tão bom de ser sentido!

O tempo passa depressa demais! E o ontem... Hoje, é passado. Mesmo sem querer! 

A vida muda os minutos. E eu, por vezes, gosto de nostalgiar coisas boas... Aquela cócega n’alma, que alivia as dores, dos amores, das delícias!

Malícias que fazem a gente de refém, mesmo sem sequestro. Empresto minha loucura e, você, embarca abraçado em meu querer.

O que fazer quando a saudade aperta? Relembrar! Porque revivendo na memória, talvez eu lhe traga pertinho... Carinho e silêncio, na literatura... Minha fiel companheira, nas noites de frio na pele e no coração.

Acho que não saberia não traduzir os sentimentos humanos de outra forma...


domingo, 23 de outubro de 2022

Horas & Pensamentos




Quatro e quarenta e um...

E eu já me cansei de olhar as horas!

Relembrando tempos onde o sorriso brotava fácil no rosto...

Onde os perfumes, as expressões, os toques... Tudo era palpável!

Hoje, ficaram as lembranças.

E as saudades.

Hoje eu olho para mim e vejo que preciso reacreditar que posso!

Estou sozinha nesse labirinto.

E preciso encontrar a saída por minhas próprias pernas.

Com cadeira de rodas, aprendendo a dirigir a vida de outra forma!

Não posso mentir que tudo é assustador!

Que aqui dentro de mim as lembranças gritam no silêncio da madrugada!...

Que eu queria um colo, feito criança pequena quando tem medo do monstro debaixo da cama.

Hoje minha cama é outra.

 Meus sonhos estão perdidos.

Assim como eu, em meio a tudo o que fora vivido...

Muita gente deve achar absurdo maldizer a vivência que me cerca.

Mas, só eu sei o quanto está sendo difícil suportar engolir o choro,

Por ser forte.

Uma troca injusta, para quem sempre estendeu a mão!

Sinto falta de mim, de nós, de tudo!

De um sorriso que enchia o rosto e causava rugas de felicidade!

De fechar os olhos na gargalhada, virando oriental sem sê-lo...

Do beijo, do aceno, de andar na guia da sarjeta equilibrando a meninice...

Sinto falta daquela paz que vinha na alma.

Mesmo eu sendo a tempestade mais inesperada!

Quase cinco, de um domingo, vinte e três...

E as saudades hoje estão gritantes!

O jeito é encolher o corpo, debaixo da manta, 

E esperar o raiar do Sol, num novo dia.

Seja o que Deus quiser!...


quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Talvez o amor seja isso...




Já faz um tempo que eu não rezo... Já desaprendi a pedir ajuda!

Sempre preferi ajudar quem quer que fosse.

Mas, hoje, no rolar da madrugada, eu decidi rezar...

Fazer uma conexão com o universo, do jeito mais puro.

Chorando baixinho, para não acordar ninguém!

Pedindo para eu ter forças, de novo.

Eu preciso entender o porquê disso tudo comigo.

E eu estou tão cansada!

Teve dia que eu achei que não mais voltaria para casa...

Que não mais colocaria no papel o que sei fazer de melhor: escrever!

Hoje minha visão está indo embora...

E eu tenho que me adaptar a essa nova realidade!

Na verdade, é difícil!

Quem me conhece sabe o quanto eu sempre fui resolutiva,

Para hoje precisar de auxílio para resolver qualquer coisa.

Tenho tentado entender o motivo de estar assim.

E em mim, lá no fundo, ainda não consigo entender.

O desabafo só vem aqui, nas Letras.

Porque no dia a dia eu não sei com quem falar sobre isso.

Pedir a Deus uma explicação?

Faz tempo que eu não rezo.

Não tenho direito de cobrar nada Dele.

Só tenho que fechar os olhos e esperar.

As lágrimas logo secarão...

O medo, em breve, dará lugar à força de acreditar

Que eu vou caminhar de novo.

Com passos mais lentos, tomando cuidado onde pisa meu pé e minha alma.

Hoje estou pequenina.

A menina que se escondia debaixo da cama, com medo do pai.

Talvez isso tudo passe logo.

Não sei.

Só espero conseguir acreditar nos meus sonhos, de novo.

Agradeço a quem me manda energia boa...

Chegam todas até mim.

Sim! Elas me mantém viva!

Eu hoje aprendi que rezar pode ser o choro sincero.

Saído da alma, escorrendo pelo rosto, em silêncio!

E é em silêncio que eu traduzo o que sinto,

Enquanto espero o dia clarear

E observo minha doce Margarida dormindo e sonhando,

Aninhada no meu peito.

Talvez o amor seja isso, um pequeno detalhe vivo

Que busca aconchego na gente,

Mesmo quando a gente está quebrado por dentro...