um pouco mais sobre mim...

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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Covardia



Procuro as palavras certas
Para cada momento vivido.
Palavras que não firam os outros.
Mas, acabo por ferir-me, em alma.
Ferimentos pequeninos,
Quase imperceptíveis a olho nu.
Minúsculas fissuras dentro d’alma
Que fazem escoar
Pequenas gotas do sentimento bom
Que circula de veia em veia,
Regando o corpo com coisas boas.
E, faltando o néctar doce da vida,
A amargura do viver
Pode ser sentida na língua
Como limão caído do pé
E espremido em copo com sal.
O gosto amargo do que vai dentro do peito
Tortura aos poucos, fazendo-nos morrer, a cada dia.
Uma morte lenta, por vezes sem dor,
Que vem nos abraçando a cintura
Tomando-nos de assalto
E nos dizendo, ao pé do ouvido:
“ – Vamos! Sua hora é agora!”.
Morremos aos poucos
Quando nos faltam as palavras
A serem ditas.
Quando nos faltam o ar e o fôlego
Para que gritemos à felicidade.
Quando nos falta a energia
Para que caminhemos com passos mais largos.
Quando nos falta a coragem
Para que evoluamos, enquanto seres pensantes.
Seres pensantes
Que nos atrevemos a ser.
Que achamos que somos.
Somos e não somos.
Deixamos de sê-los
Quando nos esquecemos
De ligar o pisca – alerta
Em dias de falta de humor.
Deixamos de sê-los
Em dias acinzentados
Rebuscados pelas amarguras
Que azedam a alma
A saliva, o mais doce sabor
Que consigamos sentir nos lábios.
Deixamos de sê-los
Quando deixamos de emanar
A que viemos.
E então seguimos assim...
Por vezes, com os pés nos trilhos.
Noutras, saltitando entre os dormentes
Até que prendamos nossos pés
E acabemos atropelados.
Espatifados em nossa própria ignorância.
Engolidos pela voz gigante
Que nos grita todas as manhãs:
“ – Seja gente! Evolua!”.
E por não querer evoluir
Torna-mo-nos covardes.
Odeio covardia.
Odeio gente morna.
Que não sabe se esquenta
Ou se congela, de uma vez.
Gente estranha.
Que não sabe se vai adiante
Ou se estatela o corpo
À espera do passar da vida.
Uma vida tão insossa.
Que não tem sabor nenhum
Além de leite desnatado e sem açúcar.
Algo sem a magia da aventura.
Do sentir aquele frio na barriga
Aquela tremedeira toda,
De uma hora para outra.
Coisa boa de ser sentida.
A injeção de adrenalina
Para que o cérebro não atrofie
Por somente enxergar em escala de cinza.
É triste ver nos dias de hoje
Que ainda há pessoa assim.
Que corre para baixo da saia da mãe
Toda vez que lhe batem os pés.
É patético ver cena assim.
Um viver quase que sem vida.
Um querer sem ter quisto.
Um ser e não ser.
Por medo.
Por receio de ecoar o que sente.
Por medo de sentir
O que vai n’alma.
Por lutar com o coração.
Por fingir não ouvir a voz
Que nos grita todas as noites.
Coisa feia, coisa boba.
Tão mais fácil dizer.
Tão mais gostoso sentir.
E por retribuir 
O que é sentido ao nosso favor.
Coisa estranha.
Talvez, um dia eu entenda...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quero


Quero fechar meus olhos
E continuar vendo seu olhar
Refletido em minhas pálpebras.
Quero recostar minha cabeça
Em seu peito, depois dos pesadelos.
Quero ouvir sua respiração
Madrugada adentro.
Quero cheirar seu aroma.
Quero salivar seu paladar.
Cuidar de cada gripe, resfriado.
Acalantar seu cocuruto
Para que consiga adormecer tranqüilo e suave
Após um longo e cansativo dia.
Quero poder estar ao seu lado em dias de sol escaldante
Ou mesmo em madrugadas gélidas.
Daquelas em que o frio corta a pele.
Quero poder ofertar-lhe meu colo
Dando-lhe o cafuné necessário
Para que seja sempre feliz.
Quero amar sua alma
Mesmo quando a memória
Deixar de estar presente
Em minha caixa craniana.
Quero sentir que sou sua
E que é meu, também.
Quero agradecer ao Pai
Por todo esse amor.
Algo belo e muito maior
Do que todo o amor que mereço.
Quero tudo isso
E mais um pouco...
Seja hoje, seja agora
Seja pela eternidade afora.
Quero...
E como quero!



Já abri meus olhos
E bem depressa os fechei, novamente.
Já ouvi música de madrugada
E também dancei muito
Até cair, exausta, no sofá.
Já fucei na geladeira
E não encontrei algo do agrado.
Já fiquei horas ao telefone.
Já tomei banho demorado.
Já fiz um jantar dos deuses.
Já me matei de rir.
Já chorei baixinho, para não acordar ninguém.
Já pensei em desistir.
Mas, continuei.
Já me senti linda,
E também um lixo.
Já senti saudade
E depois vi que saudade
É o amor que fica.
Já me liguei na tomada
E já fiquei totalmente desconectada do mundo.
Já sonhei ilusões.
E também já percebi
Que as ilusões são pequeninos
Torrões de açúcar
A nos adoçar as dores.
Já me acabei de pensar
E pensei tanto que fiquei sem idéias.
Já devorei livros e livros
E só fiz aumentar meus conhecimentos.
Já meditei por horas.
Em busca de atingir meu eu interior.
Já busquei meu próprio eu
E quando vi, ele já estava longe, longe.
Já tentei gritar minhas vontades.
Mas, achei melhor calar.
E por calar, já sofri e muito.
E por sofrer, o isolamento.
E por isolar, as perguntas eternas.
Já perguntei a Deus o porquê das coisas.
E nem sempre obtive resposta.
Já busquei crer na cura, na fé.
E caí em contradições sobre o assunto.
Já tentei sorrir sem querer.
Porém, o sorriso foi tão amarelo,
Que tive pena de mim mesma.
Já briguei sem motivo
E com motivo, também.
Já fiquei de mal.
E de muito mal, também.
Já disse que não perdoaria.
E só perdoei, depois de anos.
Já quis um colo, cafuné.
E acabei sendo eu o travesseiro.
Já quis adormecer por dias.
Todavia, já passei a semana
Sem pregar os olhos.
Já vivi amores.
E desamores, por vezes.
Já quis um filho.
E também desisti da idéia
Quando vi que tal idéia era absurda.
Já quis ser livre.
E percebi que, na verdade,
Os pensamentos possuem asas.
Já quis a companhia de anjos.
Mas acabei sentando,à prosa,
Com pessoas pequenas, quase demônios.
Já esperei na janela
Ver o pôr do sol
E entrosei-me na prosa
Que nem percebi o sol ir-se.
Já olhei as estrelas, de madrugada.
E tentei decifrar as constelações.
Já quis ser gente grande.
E quando fui, quis mais
Voltar à idade pequenina.
Já tentei subir em árvore, andar de bicicleta.
E percebi que sou frágil demais
Para os tombos e hematomas
Que ambos causam na memória.
Já fiz loucuras.
E já fugi delas, também.
Talvez por medo.
Talvez por querer andar nos trilhos.
Já soube o caminho a rumar.
E já me perdi de mim mesma.
Já andei à esmo.
E já fui à padaria da esquina
Sabendo o que buscar.
Já vivi, revivi.
Busquei, rebusquei.
Rascunhei e, por vezes,
Nem passei a limpo.
Detalhes de um viver
Tão recheado por pequeninos quebra-cabeças!
Viver tão inspirado em poesias, prosas,
Músicas, mantras,
Livros e letras.
O doce sabor do já
Do detalhe especial
Do querer estar ali, aí, aqui.
Retratos pequeninos
De um álbum
Que segue completando-se
Dia após dia
Seja coberto por purpurinas
Seja recheado por conchas minúsculas
Encontradas à beira-mar
Num fim de tarde triste
E solitário de outono.
Onde somente se busca
Encontrar as respostas exatas
Às perguntas que a vida faz.
Hoje... Amanhã...


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dama



Madrugada fria e sombria.
Passa das trez e meia
E meu corpo ainda exala
O perfume adocicado
De qualquer dama de luxo.
Junto do gostoso perfume
O gosto do drink
Ainda amarga na boca.
E na alma...
Ah! A alma!...
Esta já nem sente mais
Os sentimentos divinos!
Perdeu-se em meio aos inúmeros lençóis.
Em meio aos muitos falos, dos mais diversos calibres.
Perdeu-se em meio às jóias
Caríssimos mimos
Ofertados por cada amante da madrugada.
Perdeu-se em meio às taças de vinho,
Aos champagnes, aos runs, aos conhaques.
Por vezes a esquentar o corpo
Para uma melhor desenvoltura
De algo que, no fundo, já é sabido fazer
Mesmo com os olhos vendados
E as mãos amarradas
A pedido de um cliente mais ousado.
Noutras, serve de companhia
Para as madrugadas
(Os fins delas)
À cabeceira da cama
Pensando... e pensando...
As roupas seguem no sofá
Já tão amarrotadas
Quanto a decência e os pudores ensinados na infância.
A seda da saia,toda pregueada
É tão suave!
Fruto de mais um amor de madrugada!
E o espartilho todo cheio de pedrarias... 
Sem dúvida o meu favorito,
Usado somente para pessoas importantes.
E hoje, digamos, foi esse dia!
Hoje pude sentir-me 
A mais amada das mulheres...
Fui feliz não só pelo prazer dos movimentos excitantes
Mas pelo valor com que cada beijo significou.
Cada beijo... Carícia.
Coisas que há muito não eram sentidas
Com tamanha intensidade e loucura.
As horas passaram depressa demais!
E o êxtase... Ah! O  êxtase!...
Cada dia melhor.
Mais adocicado
Como o perfume
Que enfeitiça o ambiente.
Quase raiar de sol...
E os pássaros seguem
Cantarolando, felizes
Com mais essa noite.
Vou recostar-me.
Para os sonhos buscar
Num misto de satisfação e desejo,
De loucura e ansiedade
Para mais um encontro desses...
Amanhã ou talvez ainda hoje,
Caso a luxúria torne-se tão gulosa
Quanto cada moeda guardada...
Cada jóia companheira...
Cada bebida e perfume
Inebriando os poros
E os pensamentos...
Sempre!

Vôo...



Abro minhas asas
Mesmo querendo mantê-las
Quietas e quentinhas
Ao ouvir o cricrilar do grilo, ao longe.
E ao abri-las
Acabo por sentir o vento
Movendo cada fibra de vôo...
Um vento forte, revolto...
Chega bravo, como que querendo dizer-me:
“ – Voe! Vamos!”
E então, assim, meio que com sono,
Ergo os braços, sacudo-me toda
Inspiro um pouco de vento
Como forma de combustível
E vou-me embora!
Subo alto, saio do chão
Com tão rápida facilidade
Que até eu me assusto.
Não imaginara possuir
Tão forte alçar de vôo...
Não imaginara sentir no rosto
O poder da liberdade.
Uma sensação de bem-estar toma conta.
E,aos poucos, o medo de cair
Torna-se mero coadjuvante.
Em meio a tantos tombos,
Tantos ralados e sangramentos,
Mais uma queda seria como brincadeira.
Coisa de criança.
Que chora feito doida
Ao escorregar da escada, na escola.
Mas que, depois do curativo,
Corre de encontro ao melhor amigo, dizendo:
“ – Olha! Ganhei um curativo! Veja!”
E sai toda feliz, saltitando, até a próxima queda.
Lá em cima tudo é tão pequeno!
Vejo casas e árvores
Pássaros e cachorros a compor a paisagem.
Uma harmonia e tanto
Que, em terra firme,
Transforma-se no caos da humanidade.
Contudo, embora seja delicioso
Abrir as asas longe dos problemas
É chegada a hora de voltar ao chão.
Para que aprendamos novas técnicas
De manutenção e inspiração a vôos
Cada vez mais altos e duradouros.
Para que consigamos buscar o equilíbrio necessário
Rumo a planações menos densas e sequeladas.
Para que sejamos capazes
De olhar o pôr do sol
Lá de cima, sem que precisemos nos proteger,
Sem que soframos danos severos
À pele e à alma,
Caso queiramos permanecer
Mais e mais lá em cima, só na observação.
Quisera o homem 
Possuir esse dom...

Aprender a ser especial...



Os animais são mesmo especiais... coisas que nós, humanos, temos que aprender a ser... 
E ainda temos a audácia de nos acharmos seres pensantes... Seres possuidores do mundo... 
Podemos conhecer o mundo, mas enquanto não possuirmos o dom de amar sem limites, jamais saberemos como possuir algo que vá além do nosso traseiro... Infelizmente!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ando...




Ando precisando de anjos
Que guiem meus sonhos,
Que olhem por cada pecado meu,
Que mostrem-me o melhor caminho
Rumo à tão sonhada felicidade
Descrita nos livros
Sentida nas notas musicais
E demostrada a cada energia luminosa
Que emanemos ou recebamos.

Ando precisando de fadas
Com asas multicoloridas
E varas de condão perfumadas
Que ora abram suas asas,
Que coloram meus pensamentos...

Ando precisando de conselhos
Palavras doces que acalantem meu ser.
Músicas suaves, cheiros perfumados levemente.
Pequeninos detalhes que fazem toda a diferença...

Ando precisando de novos rumos, sonhos mais reais
Daqueles que nos deixam com o sabor nos lábios
E o aroma vivido em meio às narinas...

Ando querendo ouvir o vento, todo rebelde,
Balançar os galhos, na madrugada
Num tom quase que austero.

Ando buscando flores e versos
Poesias que causem todo o impacto
E deixem o coração à deriva.

Ando querendo anjos
Mas, confesso que, na falta deles,
Qualquer demônio a fazer companhia
Já traz um pouco de silêncio.
Talvez não consiga sentir a paz em meus poros.
Talvez não seja digna de tal mérito.
Contudo, quando do silêncio
Das noites frias de inverno
Sei que as tormentas adormecem
Com o suave tilinta das flores
Ao baterem na vidraça.

Então fecho meus olhos
Sorvo um gole de vinho
E lentamente sinto meus pés menos frios
Do que o restante da minh'alma.

Aos poucos as fotografias vão se misturando
tão fétidas pelo cheiro do tempo
Tão carregadas em suas lembranças.

Puxo meu cobertor à perna
E tão perdida nos pensamentos
Faço d'alma pequenino altar do amor.
Um amor tão singelo e tão eterno.
Tão completo e, ao mesmo tempo, tão pequenino.
Algo que faz valer a pena
Que mostra o encanto do dividir
Sem ter que subtrair qualquer pedaço que seja.
Algo que nos eleva enquanto pequenos que somos.
Que nos faz ver com olhos mais brilhantes.
Que nos faz sorrir, mesmo quando tudo conspira contra.

Ando em meio às lembranças
Tão remotas no calendário,
Tão visíveis aos sentimentos.
Cada segundo, um filme
Ora em mil cores
Ora sem cor alguma a enfeitar.

Ando à procura de esquinas
À mercê das mágoas,
À deriva, em meio aos sonhos.
E talvez toda essa mistura
Seja o quê todo ímpar
A mostrar que, no fundo,
A busca é eterna
E os anjos, nada companheiros....

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Estrelas e Meteoros



Existem coisas que são tristes, porém belas.
Acalantam-me a alma
Para que eu veja o meio sorriso
Como algo não tão estranho assim...
Existem momentos que são eternos.
Sejam nas lembranças vivas,
Sejam nas cartas amareladas pelo tempo.
Existem pessoas que são especiais.
Talvez nem saibam,
Mas seus sorrisos
E o brilho de seus olhares
Enchem-nos o coração de felicidade.
Mesmo que estejamos tão murchos
Quanto cada pétala da rosa
Desprendida do buquê avermelhado
Ofertado pelo amor da vida
Em dias de plenitude de sentimentos...
Há amores que são para sempre.
E nada os substituem.
Nada se faz comparar
Quando as doces lembranças
Brotam dentro dos olhos
E vêm, suave, deslizar
Por entre as faces,
Parando em meio aos lábios
Quase que abertos
À espera do gosto do recordar.
Recordar é viver.
Já dizia o poeta.
E talvez tal pensamento
Seja tão verdadeiro quanto sentido.
Sentimos com as pontas dos dedos
Tocadas suavemente, às escondidas.
Somos feitos de energia.
E cada energia contida
Em cada ponta de dedo
Emana um pouquinho
Do que vai n'alma.
Somos pequeninos pedacinhos de estrelas.
Por vezes, brilhamos com tal intensidade
Que somos os primeiros a brilhar
E os últimos a apagar as luzes
Em noites de lua cheia.
Noutras, somos meteoros a vagar.
Pequeninas pedras frias e grotescas.
Seres inanimados, mesmo que haja alma
Como forma de animação carnal.
Somos feitos de matéria viva... matéria morta.
Tudo tão mesclado
E, ao mesmo tempo,
Com uma distinção tão severa!
Átomos desgovernados.
Pedaços de gente
Que, por vezes, não vale a pena
Juntar com cola brilhante
Ou mesmo com fita isolante.
Nada que seja feito
É capaz de enfeitar a casca,
Quando por dentro
O casulo fecha-se.
E fecha-se tão bem!
E fechado vive devaneando.
À espera de momentos belos
Mesmo que enfeitados os tristes
Com laços de cetim
Ou pedrinhas de brilhante.
Há momentos que, enfeitados,
Perduram mais dentro do peito.
Contudo, quando se devaneia demais
Corre-se o risco de morrer à mercê dos próprios sonhos.
Tão à deriva, com sede do novo
Dos ares tão distantes.
E com uma fome tão gigante
Que quase nos consome as letras
Quando são delas que precisamos
Para ecoar ao mundo
Que talvez sejamos felizes
Olhando lá fora pela janela do quarto.
Vendo lá embaixo o pobre passarinho
Banhar-se na areia fina e alva
Da calçada do vizinho.
Talvez sejamos felizes.
Talvez sonhar nos tire os medos.
Medos do escuro, da morte,
Dos monstros debaixo da cama.
Talvez sejamos felizes.
Ou talvez aprendamos tão bem
Cada dia a camuflar
Seja uma simples dor de dente
Seja uma enorme dor de cotovelo
Ou ainda o cansaço que dá
Aprender a caminhar com as próprias pernas
Em meio à bamba corda
Que nos é esticada aos pés
Quando só sol desponta, horizonte afora...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

DIFERENÇA...




     Há quem diga que, nos dias de hoje, não se seguem mais os mesmos valores que há décadas atrás. Em certa parte, concordo. Não vejo mais os mesmos valores sendo usados com as mesmas finalidades que assim o faziam, nos tempos dos meus, dos seus avós.
   O mundo tomou rumos tão distintos e os valores foram se desencontrando, ano após ano. Aos poucos, pôde-se perceber nos olhares certas atitudes que não mais condiziam com o que houvera sido passado, ao longo da infância.
     Os jovens viram em seus géis de cabelo a força para gritar pela liberdade. Todavia esqueceram-se de mostrar a educação à qual foram criados. Esqueceram de mostrar que os laquês nada mais eram do que um adorno à cabeça, e não ao cérebro.
     O tempo foi passando, e as crianças tomaram formas mais esguias, porém menos inteligentes.
Os esforços repetitivos foram sendo instalados e, ao que se vê, cada vez menos o homem dispôs-se a aprender algo novo. E assim, o que se viu foi a criação de indivíduos austeros, e nada inteligentes.
     Quando digo ser inteligente, me refiro a ser digno da inteligência para a qual fora concebido, e não o ato de possuir ou não a inteligência cognitiva em si.
     Ser inteligente vai além. Vai aquém de todo e qualquer teorema, ou regra linguística. Ser inteligente segue a linha sábia que cada indivíduo possui. Não obstante, nem sempre essa linha sábia é tão sábia e tão linha, também. Permeia caminhos tortuosos e acaba tornando certos humanos menos inteligentes do que deveriam ser.
     E faltando inteligência sábia, outros quês tornam-se relevantes. Quês complexos, cheios de idas e vindas, de picos eufóricos e depressivos, com uma oscilação tão visível que quase é possível senti-la à distância.
     Oscilação à parte, rebeldia à flor da pele, cortesia nada presente. Aos poucos, o que se vê são homens que sabem manusear diferentes máquinas e mal sabem amarrar os sapatos! Homens que lutam pela liberdade, mas nem sabem se realmente estão presos a algo ou alguém. Homens que buscam o ser pleno, mas que não sabem o caminho exato rumo ao nirvana.
     Pessoas cada vez mais afim de gritar, mas com uma voz tão rouca que mal se ouve da esquina. Pessoas que buscam o calor, mas que não se preocupam em serem sóis, ao invés de icebergs. Pessoas que ainda necessitam aprender a engatinhar, para só depois bater no peito que é gente grande...
     Essa é a diferença!