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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

quinta-feira, 21 de junho de 2012



Já abri meus olhos
E bem depressa os fechei, novamente.
Já ouvi música de madrugada
E também dancei muito
Até cair, exausta, no sofá.
Já fucei na geladeira
E não encontrei algo do agrado.
Já fiquei horas ao telefone.
Já tomei banho demorado.
Já fiz um jantar dos deuses.
Já me matei de rir.
Já chorei baixinho, para não acordar ninguém.
Já pensei em desistir.
Mas, continuei.
Já me senti linda,
E também um lixo.
Já senti saudade
E depois vi que saudade
É o amor que fica.
Já me liguei na tomada
E já fiquei totalmente desconectada do mundo.
Já sonhei ilusões.
E também já percebi
Que as ilusões são pequeninos
Torrões de açúcar
A nos adoçar as dores.
Já me acabei de pensar
E pensei tanto que fiquei sem idéias.
Já devorei livros e livros
E só fiz aumentar meus conhecimentos.
Já meditei por horas.
Em busca de atingir meu eu interior.
Já busquei meu próprio eu
E quando vi, ele já estava longe, longe.
Já tentei gritar minhas vontades.
Mas, achei melhor calar.
E por calar, já sofri e muito.
E por sofrer, o isolamento.
E por isolar, as perguntas eternas.
Já perguntei a Deus o porquê das coisas.
E nem sempre obtive resposta.
Já busquei crer na cura, na fé.
E caí em contradições sobre o assunto.
Já tentei sorrir sem querer.
Porém, o sorriso foi tão amarelo,
Que tive pena de mim mesma.
Já briguei sem motivo
E com motivo, também.
Já fiquei de mal.
E de muito mal, também.
Já disse que não perdoaria.
E só perdoei, depois de anos.
Já quis um colo, cafuné.
E acabei sendo eu o travesseiro.
Já quis adormecer por dias.
Todavia, já passei a semana
Sem pregar os olhos.
Já vivi amores.
E desamores, por vezes.
Já quis um filho.
E também desisti da idéia
Quando vi que tal idéia era absurda.
Já quis ser livre.
E percebi que, na verdade,
Os pensamentos possuem asas.
Já quis a companhia de anjos.
Mas acabei sentando,à prosa,
Com pessoas pequenas, quase demônios.
Já esperei na janela
Ver o pôr do sol
E entrosei-me na prosa
Que nem percebi o sol ir-se.
Já olhei as estrelas, de madrugada.
E tentei decifrar as constelações.
Já quis ser gente grande.
E quando fui, quis mais
Voltar à idade pequenina.
Já tentei subir em árvore, andar de bicicleta.
E percebi que sou frágil demais
Para os tombos e hematomas
Que ambos causam na memória.
Já fiz loucuras.
E já fugi delas, também.
Talvez por medo.
Talvez por querer andar nos trilhos.
Já soube o caminho a rumar.
E já me perdi de mim mesma.
Já andei à esmo.
E já fui à padaria da esquina
Sabendo o que buscar.
Já vivi, revivi.
Busquei, rebusquei.
Rascunhei e, por vezes,
Nem passei a limpo.
Detalhes de um viver
Tão recheado por pequeninos quebra-cabeças!
Viver tão inspirado em poesias, prosas,
Músicas, mantras,
Livros e letras.
O doce sabor do já
Do detalhe especial
Do querer estar ali, aí, aqui.
Retratos pequeninos
De um álbum
Que segue completando-se
Dia após dia
Seja coberto por purpurinas
Seja recheado por conchas minúsculas
Encontradas à beira-mar
Num fim de tarde triste
E solitário de outono.
Onde somente se busca
Encontrar as respostas exatas
Às perguntas que a vida faz.
Hoje... Amanhã...


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