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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

domingo, 18 de junho de 2017

Enigma



São cinco da manhã. E eu estou acordada há horas, só tentando decifrar suas palavras, suas sensações.
Gosto de enigmar. Porém, os enigmas destinados a mim me perturbam - como quando me disse estar arrepiado até onde mais não possuía pelos!
Sinto esse arrepio. Esse mesmo arrepio, há tempos... Desde que pusera minha voz em seus pensamentos. E desde então venho sentindo você aqui, à flor da pele.
Contudo, sempre há um enigma a me perturbar. E eu não deixo por menos, também!
Perturbamos um ao outro, sempre que o destino deixa... E conspira a favor da perturbação!
Não é sempre que a sintonia encaixa. Por inúmeros motivos. Porém, quando se dispões a sê-lo, misericórdia! Faz com que relembremos  e suspiremos por uma distância menor, por algo mais duradouro.
Não sentimos tantas saudades, eu creio. É algo que perturba, mas não fere. Porque não é uma constante. É esporádico, conforme a necessidade e a agenda permitem.
E por ser esporádico, é inconstante, às vezes. Há dias em que você ou eu estamos mais ariscos, ásperos. Como gatos fora do cio. Correndo, ronronando sem muita paciência.
Coisa de instabilidade, de inconstância, de perturbação enigmática, de um eu e você sem muita firmeza. Porque a firmeza estraga a delicadeza da nossa história toda cheia de rendas, rosas e olhos vendados, olhares de volúpia e perfumes que permanecem impregnados nas narinas e nas golas das camisas, para que cheiremos depois, quando a saudade bater, lá pelas três da manhã de uma quarta-feira gelada de inverno...

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Esconderijo



E ela se esconde. De tudo. Debaixo das roupas de sempre, porque prefere não ostentar uma beleza que não possui.
Prefere ficar às escondidas,  sem ser notada quando passa, às seis da manhã.  Prefere a bala menos ardida, a deixar seu sabor nos hálitos próximos ao  seu. Prefere o cabelo preso,  a mostrar suas madeixas encaracoladas.
Sempre fora assim. Porque desde muito nova ouviu que não deveria ser diferente. Não poderia acreditar demasiadamente em seus sonhos.
E hoje, ela os afoga, enquanto busca no excesso de responsabilidades,  um motivo para ficar.
Fica, mesmo sentindo no peito a necessidade de partir, de voltar para uma moradia distante da sua habitual.  
Pensa, repensa, e junta todo o fervilhar de ideias num amontoado de folhas de papel. Porque sabe que esse é o seu quê.  Que assim é gente. E ponto. Sem retoques, sem adornos. Sem precisar mostrar algo que sequer consegue definir.
Sente na pele  a cobrança da sociedade. Em tudo, sem exceção.  Sabe ser cordial, enquanto (por dentro) duela com a pequenez alheia. 
É pequena em estatura. E com uma mentalidade ainda dentro da órbita. 
Não possui todos os dentes, mais. Nem todos os sonhos de menina. A vida lhe mostrou que, por hora, ter paz é  o caminho mais tranquilo a seguir. 
Não possui nome ou sobrenome definido. Porque pode ser eu, você ou nós todos, de acordo com o dia e o humor.
E hoje... Hoje a saudade é grande. E as incógnitas,  maiores ainda!!!