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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

domingo, 18 de junho de 2017

Enigma



São cinco da manhã. E eu estou acordada há horas, só tentando decifrar suas palavras, suas sensações.
Gosto de enigmar. Porém, os enigmas destinados a mim me perturbam - como quando me disse estar arrepiado até onde mais não possuía pelos!
Sinto esse arrepio. Esse mesmo arrepio, há tempos... Desde que pusera minha voz em seus pensamentos. E desde então venho sentindo você aqui, à flor da pele.
Contudo, sempre há um enigma a me perturbar. E eu não deixo por menos, também!
Perturbamos um ao outro, sempre que o destino deixa... E conspira a favor da perturbação!
Não é sempre que a sintonia encaixa. Por inúmeros motivos. Porém, quando se dispões a sê-lo, misericórdia! Faz com que relembremos  e suspiremos por uma distância menor, por algo mais duradouro.
Não sentimos tantas saudades, eu creio. É algo que perturba, mas não fere. Porque não é uma constante. É esporádico, conforme a necessidade e a agenda permitem.
E por ser esporádico, é inconstante, às vezes. Há dias em que você ou eu estamos mais ariscos, ásperos. Como gatos fora do cio. Correndo, ronronando sem muita paciência.
Coisa de instabilidade, de inconstância, de perturbação enigmática, de um eu e você sem muita firmeza. Porque a firmeza estraga a delicadeza da nossa história toda cheia de rendas, rosas e olhos vendados, olhares de volúpia e perfumes que permanecem impregnados nas narinas e nas golas das camisas, para que cheiremos depois, quando a saudade bater, lá pelas três da manhã de uma quarta-feira gelada de inverno...

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