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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Gostosuras...



Uma noite quente... 

Eu, nua.

Na pele, seu cheiro misturado ao meu perfume.

Nos cabelos, ainda sinto o puxar de suas mãos, levemente.

A brancura da pele. 

O gosto do leite condensado...

A acidez do gozo na língua, descendo goela abaixo.

O frenesi, dois corpos.

O encaixe perfeito...

O carinho e a força, fundindo na pele 

A fundura do pecado.

Ao lado da cama, na cabeceira, um Halls preto aberto

E um copo de curaçau blue.

Um dedo de destilado a colorir o fundo do copo.

Um dedo, dois, três...

A procurar meu clitóris.

Contorção e sensações humanas...

Sentimentos e loucuras, de olhos fechados.

Posso sentir sua vida pulsar dentro de mim, a cada movimento.

E no momento, somos dois e apenas um.

Sem pudor, sem frescura.

E com um frescor que adentra, janela adentro.

Lá fora, mesmo quente, as gotículas da garoa

Fazem com que a gente se refresque.

E sue o prazer dos anjos e demônios.

Posso dedilhar suas costas, depois do sexo.

Mas, enquanto me invade, cravo minhas unhas em sua pele.

 Os feromônios fazem de nós animais no cio.

Arrepio à medida em que me enlaça a cintura,

Buscando em meu colo o aconchego para suas angústias.

Perde a noção do tempo.

Perdemos a noção do espaço.

Faço o que me pede.

Faz o que eu exijo.

Numa madrugada que se arrasta

Até às cinco da manhã,

Quando a realidade da vida cotidiana chama

Para aquilo que chamamos de trabalho...

Ôh! Coisa chata essa interrupção de gostosuras...

Dona de mim...


Ao som de Endereço, de Vercillo, apronto minha roupa. Uma calça preta, jeans, justa. Uma blusa coral, com detalhe em pérolas no colarinho... Esvoaçante, de musseline. 

Por baixo, uma lingerie magenta de renda. E um colar com meu nome... Ao estilo dourado, combinando com os brincos de argolas.

Na boca, um batom cereja, para delinear os lábios. Nos olhos, um breve contorno de lápis marrom, bem sutil, para realçar os olhares castanhos esverdeados.

Os cabelos, semi presos  de lado, no ombro esquerdo, exalam o perfume do condicionador. No colo, um pouco de Glamour, do Boticário.

A bolsa a tira colo carrega, além da carteira, certa liberdade de expressão.

Na mão, uma aliança dourada, que rodopia no dedo anelar, enquanto a música toca, no fone de ouvido.

Faz sentido tudo o que se passa, aqui dentro? Talvez.

A sensatez da educação exímia, por vezes é obstáculo.  Noutras, é ponto de partida para a observância desenfreada das sensações humanas.

Insana, com pensamentos maquiavélicos... Por hora, ponho-me a dançar, sem sequer mexer o quadril. Apenas batendo a ponta dos dedos na sandália de salto quadrado.

Num salto, estou pronta. E agora olho no espelho, admirando aquela que chamam de dona do meu nome.

Um nome que eu amo pronunciar! Que combina com a entonação da minha voz, enquanto soletro cada letra que o compõe...

Sou dona de mim, assim, sem rodeios.

Os meios de expressão são minha persuasão mais audaz. E faz com que eu me ofereça a ouvir, sentir, sonhar.

Como menina aos doze, esperando o príncipe encantado.

Encanto-me com a beleza da alma. Mas, confesso que os olhos também atraem meus pensamentos mais perversos. São neles que enxergo além da pele, num bagunçar de pensares, de olhares, de personagens...

Sou persona, de roupão de banho ou saia rodada. Num jeans ou com vestidinho, a evidenciar a minha brancura.

Trago na pele uma montanha de cicatrizes e de sonhos...

E há quem diga que isso tudo faz com que eu seja carinho... 

Talvez.

Tudo depende de como se aninham os sentimentos nessa que vos fala, 

A dona de mim!