Fácil apaixonar...

Provoco você como quem recita Neruda!

Ao som do castelhano batendo no céu da boca...

Com a língua bailando num Iglesias

E no céu da sua boca!

Ao sabor da bala de cereja...

Com todo o desejo da saudade!

Excito você ao beijar seus lábios, devagarinho.

E ao morder sua mão, olhando fundo nos seus olhos...

Pedindo para me dominar!

Deixo você achar que é dono...

E, de repente, jogo você no sofá

Subindo no seu colo, lambendo.

Subo e desço, ao som de uma batida no celular, de fundo.

E lá no fundo sinto sua ansiedade!

Quente e escorrendo... A saliva, o cio que toma conta!

As sensações se misturando num passe de mágica.

Os gostos, também!

Da cereja, do chocolate em quadradinho, de você!

Não preciso de muito para lembrar 

De como se faz para perder o juízo!

Faço você se lembrar de mim, doce e obediente...

E maldosa e cheia de malícia!

Delícia!

Isso é fácil de fazer apaixonar , bebê! 

Paraíso!

 

Um amor de verão...

Embalado nas ondas de Angra.

Paraíso de muitos...

Querer só nosso!

Eu lhe desejo como quem busca o impossível!

E você me quer, como sua menininha...

A sapeca, doce e malvada!

Com os olhos penetrantes.

Com a boca semiaberta, num beijo.

Com as pernas abertas, esperando sua vontade mais audaz.

Depois de um dia de trabalho.

Num chamego por trás, na cozinha.

No chuveiro, na cama de casal.

Tal qual dois adolescentes arianos.

Nascidos no mesmo dia.

Ansiosos por uma noite toda acordados...

Sedentos do cheiro, da pele, do sabor.

Da perda dos sentidos...

Despidos, como se não houvesse amanhã!

Uma história comprida...

Que inspira, em noites de solidão.

Ou no meio da tarde, num texto.

Na leitura mais picante, para atiçar a vontade de nós!

A sós, agora... Ou lá na cidade grande.

Vamos? 

Seria ótimo! 

Peças!

Um quarto de motel barato.

Um momento nosso.

Um amor bandido.

Castigo ver você tão poucas vezes!

E ter que me conter, nas poucas horas que temos...

Gosto do assédio, da loucura!

E em cinquenta minutos me sinto numa aula de colegial.

Onde o misto de raiva em acabar a aula preferida 

Mistura-se à pressa em aprender cada fórmula de seduzir.

Gosto de provocar seus instintos!

Gosto de atiçar seus feromônios.

Deixar você me cheirar feito animal 

A saber se sua fêmea está no cio, pronta para o acasalamento...

Copula comigo como quem ordena!

E eu deixo, obediente.

Mas, inesperadamente saio de baixo de você

E subo, mostrando que eu também sei como se brinca!

Brinco e sassarico.

Castigo e faço manha...

Gosto da pegada doce e ácida, ao mesmo tempo...

Onde lhe ordeno com os olhos,

 Enquanto faço carinha de doce menina

Lambendo o sorvete de casquinha sabor morango...

Rosado e adocicado!

Gosto dos papéis, das facetas.

E isso requer tempo para encenação!

Temos poucos minutos...

E isso me frustra!

O jeito é encarnar a Grande Dama do Cabaré

Com as armas que tenho, rapidamente.

Ainda bem que eu sei executar peças com maestria!

Fetiche!

Quero seu beijo, seu cheiro, sua saliva.

Sua força, seu desejo, sua loucura!

Quero um momento, umas horas, um fim de semana...

Uma viagem, uma cama macia, um chuveiro quentinho.

Um sorvete derretido de menta...

No lugar mais inusitado!

Um gole de Amarula, de Curaçau Blue...

Para esquentar as veias 

E fazer tudo pulsar...

O coração, o pênis, a vulva...

Quero que me sugue feito feirante oferecendo a melhor fruta.

Que me engane, dizendo me amar!

Que satisfaça meus desejos.

De social ou traiado de calça, camisa xadrez e boné.

Com perfume no cangote...

Onde eu vou me enroscar!

Quero a pele, os pelos, os poros...

A vontade do já, do agora!

Sem pensar muito no que estar porvir.

Sem esperar o amanhã.

Sem fechar os olhos, para decorar cada movimento!

E fechando-os, para chegar ao êxtase comigo!...

Quero ser seu fetiche mais maluco.

E me enfeitiçar com suas malícias.

Carícias, maldades, prioridade!

Quero ser sua urgência mais audaz.

Satisfaz meu querer?

Eu ordeno por isso, agora! 

E sempre!...

Ordem de Loucura, Bebê!

Gosto de descer sua cueca com a boca...

De ordenar sua despida...

Numa liderança quase imperceptível

(Só que não!)

Sou satanáries disfarçado de arianjo...

Sou da batida mais forte.

Do prazer mais pecaminoso.

Sou do signo do fogo...

E do fogo na pele.

Com cheirinho de ameixa.

Com sabor de Halls preto.

Sem sequer se preocupar com a glicemia,

Chupo você como quem saboreia um canudo de doce de leite mineiro...

Docinho e cremoso, sem enjoar, por horas!

Gosto da pressão, da provocação.

Gosto da maldade. 

Gosto da saliência.

Da impaciência quando eu ordeno que agora é tudo meu!

Gosto de dominar só com os olhos.

De gemer à medida que desliza seu pênis em meu bumbum.

Querendo me encontrar e se perder!

Perde o controle e urra!

Gosto de sentir cada perda de controle...

E como perde!

Sapeca, alisa e bate...

De leve, para não marcar!

Desfruta e se delicia com o que tem na mão.

Trabalha com maestria no campo de jogo...

Joga com conhecimento de campo.

Faz gol e comemora!

Senta e curte minha cara de menina má...

Fazendo charminho para o momento mais esperado.

A casa é sua! 

E sabe chegar arrumando a situação,

Sem falar uma palavra!

Ajeita tudo e parte para cima...

Num clima de expectativas e surpresas.

De ansiedade e insanidade.

Busca meu cheiro, minha pele macia.

Minha boca semiaberta... 

Com batom rosado ou sem batom nenhum!

Busca meus seios e minha intimidade.

Despe e despe-se com tamanha rapidez 

Que até Deus duvida!

Sabe fazer bem e satisfazer!

E agora eu estou aqui querendo mais...

Vai demorar para vir me enlouquecer?

Estou ordenando uma loucura já, bebê! 

Agenda...

Vem, faz e vai embora.

Tudo com hora marcada.

Pele depilada, e com perfume de sabonete hidratante.

No celular, os toques de notificações.

No rádio, uma música das antigas em inglês.

Tudo cronometrado.

Desde o olhar ao gozo.

O tempo é curto...

Então, encurtamos a conversa.

Esquecemos os detalhes, as preliminares.

Partimos para o finalmente, no tempo que temos.

Gosto do trabalho.

E de trabalhar para a satisfação.

Satisfazer é minha meta.

E eu me esforço para realizá-la.

Rebolo, empino e salivo.

Sussurro, urro e gemo.

Na medida da velocidade.

Na perda dos sentidos.

Por segundos.

Sou capaz de sair do corpo em milésimos!

Jorro um gozo melado, suado e sentido.

Com sabor suave...

Para você saborear, se quisesse.

Mas, tudo é feito às pressas.

E dessa vez eu me vesti mais rápido que você!

Preciso me recompor para o dia.

Marcamos outro encontro quando sua agenda coincidir com a minha...

Despida... De alma!

Talvez esse seja o último texto.

Talvez daqui um tempo eu não veja mais...

E enxergue com a alma!

Então, tirei o dia para me reconectar com o que me preenche.

Com o que faz meu peito inflar...

Com o que faz meu sorriso brotar quase que involuntariamente.

Pensei nos meus amores. 

De pele e de pelos.

Nos meus gostos preferidos.

No sabor da paçoca da mãe.

No miojo de carne.

No leite com Nescau!

No bolinho de pingar da vó, na tarde de chuvisco.

Na bala de eucalipto... E no Halls preto, também!

Fechei meus olhos e decidi ouvir a melodia das músicas.

Na magia dos acordes.

Na importância de vibrar o coração!

E senti uma lágrima rolar, solitária.

Senti uma pontinha de tristeza.

Mas, senti que estou viva, por dentro...

Que essa ternura ninguém ainda me tirou.

Ainda de olhos fechados, toquei no focinho da minha neném!

E pude sentir seu amor por mim...

Algo puro e eterno!

Como são doces os animais!...

Quisera o homem ter metade de seus corações!

Talvez esse seja o momento mais íntimo de mim...

Onde eu abri meu coração para meu leitor!

Onde eu revelo meus medos e minhas facetas, gavetas .

Algo que eu sempre escondi.

E poucas pessoas puderam conhecer.

Hoje meus olhos buscam o que só a alma enxerga!

E eu estou pronta para sentir com as pontas dos dedos

O que de belo existe entre a alma e o amor...