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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

domingo, 30 de novembro de 2014

Delicadeza



Sou da delicadeza na hora do amor.
Entre quatro paredes o que vier,
Tem que vir adocicado.
Tem que vir enfeitado, tipo presente de aniversário.
Onde você desembrulha aos poucos, com medo de perder a surpresa.
Eu me enfeito.
Você me respeita.
E juntos vamos buscando o amor, aos poucos.
À medida que o corpo pede, que a alma aconchega.
Tem que haver suor, saliva e orgasmo todo.
Mas, o sussurro, o olhar e o beijo têm de estar lá, para aquecer.
Você pode não acordar ao meu lado.
Mas uma prosa depois do êxtase é de toda especial!
Enriquece, acarinha...
Sou das mãos tateando, na pontinha dos dedos.
Das pernas entrelaçadas.
Do meu pé gelado, em noite fria, debaixo do seu cobertor.
Do sussurro enlouquecedor,
Num “eu te amo!” absolutamente apaixonante.
D’uma safadeza delicada, feita aos poucos,
À medida que o coração e a pele pedem, juntos.
Sou assim.
Da delicadeza na hora do amor.
Do amor na hora do sexo.
Sexo e amor, a meu ver, têm que caminhar juntos.
De mãos dadas.
Como todo casal que se ama também deveria andar.
O entrelaçar das mãos é troca de energia.
É um cuidado mútuo.
Um querer estar junto.
E é difícil eu crer ser diferente.
Não venho de criação arcaica.
Mas, trago de vidas certo tradicionalismo,
Quanto aos sentimentos humanos.
Ponho meu sentimento à frente, sempre que dá.
E me dou em pedacinhos...
Para instigar quem me tem.
Para que eu nunca lhe falte.
E eu nunca me acabe.
Não sou muito dos términos.
Sou mais das reticências.
Daquele não saber exato até onde eu vou, onde vamos...
Prefiro assim.
O ponto final não me encanta.
A exclamação e é bem melhor!
Da surpresa toda em momento de alegria.
Ou em momento de arrepio d’alma.
Uma boa exclamação é toda diferença!
Sou diferente dos outros.
Totalmente avessa às “modinhas”.
Pode ser difícil o entender.
Pode ser toda a diferença na hora da escolha.
Isso depende do ponto de vista que me olha.
Contudo, prefiro isso tudo.
É melhor para com os meus quereres.
Assim, devagarzinho...
A gente sente mais e guarda na memória o que sentiu.
Para puxar na lembrança aquela saudadezinha toda apertada,
Lá no fundo do coração...



terça-feira, 18 de novembro de 2014

Além da Pele



Venha até mim...
Sim! Sou negra!
Não sou mulata,
Porque de mula não tenho nada!
Sou dona de cabelos com vontade própria...
Cabelos e desejos!
Desejo o que quiser!
E não preciso de cota, lorota, lambida...
Sou da lida, da lira, de qualquer lugar.
Caminho de salto alto ou sapatilha,
Com filha no colo
Ou colo aparecendo.
Posso pôr renda, fenda, cetim.
E assim, de batom vermelho cereja, posso beijar, sorrir e cantar.
Sei de cor o hino nacional e o hino da igreja.
Sei embalar o bebê.
Embalar a feira.
Desemaranhar o cabelo, fazer tererê!
Amo a cor de jambo, de jabuticaba.
De paçoca caseira, douradinha!
As cores do Brasil me encantam.
Mas, encanta-me mais quem se orgulha do espelho.
Quem não foge de si, não renega a etnia.
Quem se cria no morro, na comunidade,
No centro da cidade!
Quem levanta cedinho,
E em oração pede por mais um dia.
Um guia, uma prece, um silêncio...
Um olhar para o alto,
Com salto e unha pintada.
Com perfume a demarcar espaços.
E por falar em espaços,
Saiba você que o meu venho conquistando...
Cada dia, entre uma batalha e outra.
Não fujo das provações.
Provo todas de canudinho!
E de mansinho enquadro uma a uma,
Para pô-las na parede, penduradas...
Os troféus são todos meus.
O seu desejo em me conhecer além da pele...
Ah! Esse é todo nosso!
Seja bem-vindo!...