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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

domingo, 21 de abril de 2013

Criancice



Há quem diga que a plenitude d’alma
Só se consegue com os tombos da vida.
Mas, creio piamente no contrário.
Os tombos só nos servem de cárcere.
Ficamos reféns de nossos medos
E nos escondemos debaixo da cama
Como cão recém-nascido
Com medo do castigo
Por ter feito xixi no tapete.
Os tombos acabam por ferir mais e mais.
Não deveriam, mas o fazem.
Fazem com tanta maestria
Que o que mais se vê nos dias atuais
São pessoas movidas por tarjas pretas
Ao ponto de babar colorido
Quando não ingeridos.
A massa de depressivos e neuróticos
Cresce tanto quanto diminui o ritmo da felicidade.
Ser feliz não é um ato mágico.
Embora pareça.
Ser feliz é ser criança.
Mesmo com sessenta, setenta anos de idade.
As responsabilidades acabam por nos cortar as asas.
E sem asas, perdemos a capacidade de voar.
Acostumamo-nos a andar com os pés no chão o tempo todo.
Esquecemo-nos do quão bom é brincar
De esconde-esconde com os pensamentos.
Deixamos de lado os “escorregas”, os desenhos animados.
E o que vemos à frente
É somente e tão somente a sombra de um viver.
Responsabilizamo-nos demais com as coisas
E quando vemos, estamos velhos...
Desdentados e tão surdos quanto uma porta.
Já não suportamos o próprio peso
Quem dirá o dos sonhos!
Dizem que quando se é criança
A única preocupação é o presente de Natal.
Há razão neste dizer.
Não se esquenta a criança
Com nada além de seu leite com Toddy
E sua boneca, seu carrinho.
E quando a fome aperta
Um grito “Mãe! Faz miojo?!”
Resolve todos os problemas.
Deveríamos buscar mais criancices.
Rir da própria careta, no espelho.
Faz um bem danado à alma!
O segredo da felicidade
Está por aí.
Espoletar-se entre sonhos e guloseimas.
Forrar o estômago e a alma!
Dar um chute nos monstros
Que teimam em buscar morada debaixo da cama.
Não ter vergonha de sorrir.
Mesmo que na boca só haja dois dentes.
Ou nenhum talvez.
Que mal há nisso?
Afinal, as responsabilidades e as contas,
Ninguém se dispõe, além de você mesmo.
Então, não deixe a velhice chegar,
Para perceber que a felicidade
Está nos olhos
E não nos lábios.
Afinal, dizer-se feliz,
E a coisa mais fácil que existe.
Já sê-lo...
Ah! Isso só para quem não tem medo
De chamar os “monstros”
Para um duelo de risadas.
Daquelas bem gostosas
Que nos fazem perder o ar
E ficar com câimbra na barriga de tanto rir.
Talvez assim sejamos verdadeiramente felizes.
Antes disso...
Pago para ver!


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