Ando buscando anjos.
E talvez eles estejam ao lado.
Ao lado, não juntos.
Caminho pela rua
Rezando baixinho...
Como se fossem pecados
Todos os meus pensamentos.
Então, rezo como forma de punir-me.
Punir-me por olhar-lhe, mesmo ao longe.
Por querer-lhe, mesmo que por alguns instantes.
Por acreditar nos anjos,
Mesmo que vagamente.
Crê-los faz de mim
Ser melhor que sou.
Faz com que eu me sinta gente.
E não uma acompanhante qualquer.
Quando digo que faço dos êxtases
Meus únicos companheiros
Pode acreditar que falo a verdade.
Faço de cada gozo, cada falo novo,
O único quê que me tome olhares.
E olho demoradamente.
Pensando na melhor forma
De usufruir até da última gota de sêmen.
De sugar de cada homem
Algo que me torne ser melhor.
Por vezes, consigo.
Mas, em sua grande maioria,
O que me sobram são suores.
E aquele gosto amargo na língua.
Fruto das estripulias masculinas
Em minha carcaça humana.
Deixo que façam de mim o que quiserem.
Confesso que gosto disso.
Aprendi a gostar.
E hoje sinto falta
Quando não surgem falos
A satisfazer-me os instintos.
Saio à procura freneticamente.
Usando o que há de melhor.
A melhor roupa.
O melhor perfume.
O penteado mais incrementado.
Vou à caça.
Mesmo que
subliminarmente.
Não fico na esquina,
À espera de companhia.
Sou discreta.
Embora todos saibam,
Prefiro preservar minha vida social.
Preciso de cautela.
Uso a noite
Como cúmplice
Para as safadezas do corpo.
Para tentar saciar o desejo.
E quem sabe preencher a alma.
Posso ser o que quiserem que eu seja.
Isso não depende de mim.
Cabe ao seu anseio mais arteiro.
Hoje sou menina-moça.
Amanhã, mulher vulgar.
E depois...
Você escolhe, decide.
Se vou gostar?
Tente me satisfazer!...
Nossa!respirar fundo rsrs quentíssimo mesmo heim!
ResponderExcluirAdoro escrever esse tipo de erotismo... Instigante, mas sem ser chulo... sensual, mas sem sem explícito!
ExcluirPerfeito!
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