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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sábado, 25 de maio de 2013

Posso morrer amanhã




Posso morrer amanhã.
Não sei.
Não sei quanto tempo me resta
Para organizar uma festa
Ou mesmo uma confraternização.
Posso fechar meus olhos, devagar.
E só abri-los lá, bem longe.
Posso ter medo.
Querer ficar.
Mas, já não há por quê.
Já não há motivo ou razão
Que me segure.
Que necessite de mim.
Posso morrer amanhã.
Não sei.
Mas a certeza do amor vivido
Isso, sim, sei que carrego!
Além túmulo.
Além plano físico.
Além olhos e olhares.
Carrego dentro d’alma.
Em meio às luzes, energias.
É ele quem me sustenta.
Seja aqui, seja lá.
E esse lá é sei lá...
Algo sem definição concreta.
Sem camiseta, coberta.
Sem matéria, sem lenço.
Então, apenas me benzo
Para ver se vou para o céu.
Porque para o “beleléu” já fui várias vezes.
Já cantei desafinado
Para arrumar o trocado do pão.
Já dancei provocante
Para alegrar a amante
Em noites de decepção amorosa.
Já fiz de tudo um pouco.
E hoje vou vivendo.
Repensando o amor vivido.
Toda vez que o cupido
Ousou passar por aqui.
Cupido besta, sem noção!
Fazendo-me levar cesta
Toda enfeitada para a moça bonita
Que de bonita só tinha os olhos.
O resto era sem sal, sem açúcar!
Não sei como pude me encantar tanto!
Foram encantos vários
E noites mal dormidas a perder de vista.
Ah! Se tivesse me embriagado menos...
Talvez assim tivesse menos arrependimentos.
Mas, o cupido que se dane!
Foi-se o tempo dele bater asas
Por essas bandas.
Ele que vá voar no vizinho!
Velho solitário, aquele!
Quem sabe ainda arrume alguém
Para chamar de “meu bem...”
E parar de resmungar.
Onde já se viu tanto resmungo junto?
Porém, o cupido que vá plantar batatas!
Os meus dentes já se foram.
Hoje são de resina os que ostento
Ser o “sorriso bonito” das fotos 3X4.
Meus cabelos criaram asas.
Desconfio que o cupido andou levando,
Porque em toda foto sua que vejo
Seus cabelos cacheiam cada vez mais.
Minhas manchas senis
Quase me fazem um dálmata.
Para latir, confesso, falta pouco!
O que resta de bom na verdade
É o doce lembrar dessa vida.
Que fez-me feliz por um tempo.
Hoje, já nem sei se sou.
Ando num jeito “sei lá...”.
Que nem explicar eu sei.
Acho que ando mesmo é esperando
Aquela bruxa malvada
Que a gente foge toda a vida.
Mas, de que adianta fugir,
Se no final das contas
Ela vem vestida de noiva,
Com cara de cachorro de rua
Querendo um dono?
Por mais que haja medo,
A gente acaba casando.
Posso morrer amanhã, não sei.
Contudo, o que garante
Que lá do outro lado
A “noiva” que vem nos buscar
Não se transforme na mulher dos sonhos?
Seria bom, não acha?
Afinal, o final sempre existe.
Com medo ou não.
Com festa ou não.
No final, a gente casa.
A gente sempre casa...

Um comentário:

  1. boaaa mesmo ando querendo mandar o cupido plantar batatas tbm kkkkkkkk adorei!!!!!!

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