Já me peguei pensando inúmeras vezes em como lhe escrever isso... E toda vez eu sempre choro, e não consigo terminar.
Hoje, contudo, eu precisava continuar a deixar meu coração falar mais alto, a gritar por tudo o que você significa.
A vida prega peças, botões e zíperes... Disse eu em outro texto de minha autoria. E é verdade! Talvez nunca saibamos o porquê das coisas, dos momentos, das circunstâncias.
Todavia, há algo que qualquer escritor, filósofo ou pensador concorde: os olhos são o espelho da alma! E sim, nossas almas são iguais.
Igualmente sensíveis a esse mundo tão complexo; igualmente apaixonadas pelos pequenos detalhes, que fazem a vida valer a pena.
Sabe aquela paixão de olhar devagarinho e, sem precisar falar nada, entender tudo? Pois com a gente é assim!...
O amor move o mundo... E nos move, maravilhosamente. Com uma maestria sem igual. Como mágico tirando a moeda da orelha da criança... Os olhos brilham, e a magia acontece!
Com a gente não foi diferente. Foi, é e será sempre mágico. Porque a magia está na alma! Onde a maldade do mundo não é capaz de penetrar tanto assim.
Há quem diga que se fecharmos os olhos, no meio da tempestade, e clamarmos por Deus, sentiremos dentro de nós Sua força nos tornando fortaleza, para não desmoronarmos em meio ao caos. E eu digo que, enquanto houver o amor, seremos fortaleza, mesmo quando o barco vira, feito agora.
Porque o amor é a memória mais pura que existe. É o encanto de ter um cais, onde recostar a embarcação quando estamos à deriva.
Falar sobre um nós que só nós sabemos é complexo. É completamente inspirador. Passaria dias a escrever, e ainda assim me faltariam palavras.
Porque tudo se completa e encaixa como balé de Bolshoi. Como Ana Botafogo em sua sapatilha de ponta, interpretando o Lago dos Cisnes. Falar sobre o cheiro, o sabor, o toque... Tudo leva com facilidade a caneta a bailar no papel; numa letra desenhada e redondinha, digna de um caderno de caligrafia.
E por falar em caligrafia, saiba que inúmeras vezes escrevi seu nome. Brincando com a caneta rosa choque no sulfite branquinho, no meio da tarde... Depois de um bombom, de um beijo inesperado.
Feito criança, não tive medo do choro descer no rosto, enrugando a face. Pude ser eu, sem medo da feiura.
Puramente doce, entreguei a ti uma convicção que sempre me fez gigante. Que sempre me fez acreditar valer a pena cada respiro.
Vivi uma fantástica magnitude, que descrever me alegra. Alegra e faz quentura no coração... E no resto do corpo todinho.
Um calor, uma necessidade, uma ansiedade quase que incontrolável. Mas, não que me fizesse mal. Muito pelo contrário...
A gente sempre contou os segundos, e esqueceu deles, quando esses rodeavam nossos relógios, num mesmo instante.
Hoje eu senti que precisava escrever nossas memórias. Eternizando para o mundo algo subjetivo, subliminar, substantivo. E mais. Eternizando para nós o quanto nos amamos. O quanto a pureza das almas pode ser infinita. E pode doer, mesmo curando.
Fecho meus olhos e sinto cada detalhe. Porque tudo é vivo aqui. Porque eu agradeço ao universo por sua existência. E por ter reencontrado seu sorriso, em meio a multidão.
Vou guardar sua doçura para sempre nesse coração que, mesmo cansado, segue lutando e amando você.
E se um dia sentir saudades? Pede um beijo, e grita, mesmo em silêncio: Bora?
Prometo para você que eu venho correndo até seu perfume!