Numa falta de juízo
Procura minhas sensações
Em dias de morrer d’alma.
Espera, ansiosamente, pelo melhor momento...
No meio da madrugada.
Ou num início de manhã.
Procura-me, desesperadamente.
E nem sempre me encontra.
Por não conseguir um encontro.
Por não haver uma forma para tal.
Então, morre solitariamente.
Solitária e nada silenciosamente.
Num desfalecer intrigante, instigante...
Onde as horas passam rápido demais.
O desejo se instala nos poros
E demora a passear, longe deles.
Procura a encarnação literal do arrepio.
Para preencher sua solidão.
É solitário em meio a tantos.
E nem sabe como explicar tantas coisas!
Procura não voltar no tempo,
Para não morrer de arrependimento.
Não gosta, mas recorda-se.
As escolhas geram consequências.
E nem sempre elas são coloridas.
Fecha os olhos, inalando os feromônios.
E transmite tudo, como mágica!
Deseja com as pontas dos dedos.
E enlouquece, debaixo do edredom.
Ao som de um blues, um jazz, um soul.
Ao som de qualquer coisa que lhe faça hipnotizar.
Hipnotiza-se por minutos,
Até sentir saciado seu desejo mais perverso.
Perverte-se, perturba-se...
Para depois se arrepender.
Mais uma vez.
Por um querer desenfreado.
Nos momentos mais inoportunos.
As oportunidades surgem.
E como criança ao colo da mãe, as agarra.
Prefere o agarrar-se sem compromisso.
Sem expectativas.
Simplesmente por ser mais fácil.
E menos questionador.
Não é adepto a questionamentos infantis.
Então, age conforme prefere.
E anda preferindo perverter-se solitariamente.
Apenas imaginando.
Em virtude de um cansaço.
Numa briga de gato e rato.
Não põe expectativas.
Prefere o agora.
É do lema “o agora é a hora!”.
E faz dessa bandeira sua manifestação.
Manifesta-se tão bem, se soubesse!
Com direito a sacudir o mastro
Em tempos de expressar-se silenciosamente.
Esquece o juízo.
Aprofunda-se no querer.
Estimula a falta de compostura.
Para, vez ou outra, fazer óbito e ressurreição...
Em questão de momentos.
É patrão e funcionário.
Superior e subordinado.
Assume o melhor papel
Para o instante a seguir.
Perde o juízo, em dias de morrer d’alma.
E faz com que esse morrer
Seja apenas e melhor forma de mostrar-se
Mais vivo do que nunca!
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