O que te faz inspirar?
Perder o fôlego, talvez?
Ou fechar os olhos, sem pensar em nada?
Erguer o som, na madrugada?
Com ou sem fones de ouvidos?
Levantar ao som do galo?
Ou de um metal melódico?
Quem sabe um dance todo empolgante?
Sacudir a toalha, na varanda?
Mostrar ao mundo que o sol está lá?
O que te faz inspirar?
O beijo doce, na manhã de chuva?
O amor debaixo das cobertas?
Ou simplesmente o abraçar dos anjos?
O cafuné sem pressa, no fim do dia?
O banho de chuva, numa sexta-feira?
O sorvete escorrendo da casquinha, mordida?
A lambida do melhor amigo de pelo?
O ronronar do bichano nas orelhas?
Ou o cheirinho de café coado no bule?
O que te faz inspirar?
O que te faz querer ficar?
O que te traz com os pés no chão?
O que te deixa com os pensamentos lá no alto?
Talvez você descubra
hoje, ao ler-me.
Talvez amanhã, ao abrir o pote de margarina.
Ou talvez nunca, sei lá.
O que faz com que fiquemos é a inspiração.
Sem ela, somos meros seres pensantes.
Com cabeça a apartar as orelhas.
Mas, sem aquele quê todo especial...
A nos sustentar os sorrisos, em dias de céu encoberto.
O que nos inspira são pontinhos de luz
A “lumiar” a estrada, como diziam os mais velhos.
E de luz, precisamos todos.
Afinal, já somos breu por conta própria.
Em momentos de solidão depressiva.
Precisamos, portanto, de todo vagalume possível.
Dez, cem, mil.
Ou mesmo um solitário guia lá no final.
Para que saibamos que, por mais escura,
A estrada sempre abrir-se-á para a iluminação.
Seja ela o iluminar do dia, clareando a manhã.
Ou ainda o iluminar da vida, evoluindo a alma, o espírito.
E como somos espíritos,
Que sejamos todos iluminados.
Que sejamos inspirados.
Que sejamos inspiradores.
E que ascendamo-nos enquanto imortais!
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