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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Culpa & Inocência



Num misto de querer e culpar-se,
A garota dos olhos negros
Confunde-se, com mais uma troca de olhares.
Caminha solitária pela rua.
Pedindo a Deus a melhor explanação para seu viver.
É rebelde, de tênis All Star cano alto
E vestidinho azul, quase céu.
Usa lacinho de cabelo para prender a juba.
E os pensamentos.
Não gosta de exposição.
Nenhum tipo dela.
Odeia a luz solar em excesso.
Por crer que o breu da noite é quase divino.
Pouco se espiritualiza.
Apenas uma “obrigada!” crê ser o suficiente.
Faz isso antes de dormir.
Nas raras noites de sono.
Já perdeu as contas das noites em claro.
Buscando respostas.
Desenhando situações.
É amante das artes.
Desenha como ninguém.
Com lápis de cor e grafite,
É dona de quase tudo.
Contudo, suas obras ficam só para ela.
Tem vergonha de expô-las.
Tem vergonha de mostrar-se ao mundo.
Já pensou em ser freira.
Mas, desistiu por rebeldia exacerbada.
Questionadora, quase enlouqueceu a mãe...
E, por bem, achou melhor viver à solidão.
Solitária por opção,
À procura de si mesma,
A menina de coque mal arrumado no alto da cabeça
Não sabe o que lhe espera, ao dobrar a esquina.
Já teve medo dos becos.
Contudo, hoje se distrai em meio a eles.
Ao contrário do que pensam, não é de todo casta.
Embora, já tenha gostado mais das estripulias sexuais.
Com tatuagens espalhadas pelo corpo,
Mais parece querer expor-se em códigos.
Incógnitas mal decifradas.
Ideogramas quase indecifráveis.
Vive em seu mundo.
Em meio a LP’s antigos e caixinhas de balas coloridas.
É mãe, é filha e esposa.
Mas, não se habituou a nenhum papel.
Quer mesmo é que o mundo termine em acordes,
Para tirá-los na guitarra de estimação.
Aprendeu a tocar quase menina.
Enquanto ainda era mocinha.
Hoje, toca bem menos.
E o “mocinha” é apenas recordação.
Tem memória de elefante.
E coração de gente pequenina.
Corpo de bailarina.
E sonhos do tamanho do universo.
Já cursou várias disciplinas.
Mas, graduou-se mesmo na arte de driblar-se.
Dribla as intempéries de si mesma,
À medida que o cigarro vai queimando.
Fuma feito doida.
Para aliviar a tensão.
Por prazer em fumar.
Sabe que é errado.
Mas, não sabe mais distinguir
Até onde vão seus acertos e seus erros.
É dona de beleza singular.
Com olhar de devorar e despir quem quiser.
Não sabe a que veio.
Nem para onde vai, depois da morte.
Sabe apenas que procura se encontrar.
Um dia.
Numa taça de conhaque.
Num copo de água com açúcar.
Ou sabe-se lá como!
Não esquenta tanto a cabeça,
Por saber que não vale a pena.
Vai vivendo como pode.
Sem poder parar o tempo.
Caminha de volta para casa, no meio da noite.
Esperando talvez o próximo ônibus.
Talvez a próxima encarnação.
Nas mãos, o terço ganho da mãe.
E a jaqueta jeans, surrada.
Na pele, o arrepiar do vento gélido.
Na alma... Todas as incertezas da vida!


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