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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

domingo, 6 de outubro de 2013

Agradecimento



Quando digo a você
Que meu único motivo de permanência é seu,
Deveria acreditar.
Há muito já deixei de lado
Toda e qualquer outra razão para permanecer.
Há muito venho pedindo mais vagalumes.
E até agora, pouco os guardiões que vêm iluminar.
Já pensei em desistir, inúmeras vezes.
Contudo, seu sorriso me impediu.
Fez e faz com que eu continue.
Mesmo em dias cinzentos.
Ou noites de chuva forte.
Por falar em chuva forte,
É nela em que busco afogar os sofrimentos.
Em dias de mar agitado,
Uma boa tempestade auxilia muito.
Deveria crer piamente em sua força sobre mim.
Minh’alma sente-se amparada junto a sua energia toda.
Então, sinto que posso me recostar mais um pouco.
Que o barco ainda navega,
Mesmo com o casco todo lameado...
E com os remos mordidos pelos tubarões.
Posso navegar.
Com os crocodilos à espreita, ao menor suor.
Com cascavéis no topo das árvores,
Prontas a dar o bote mortal.
Entretanto, o mar é sempre calmo...
O rio sempre permanece sossegado
Ao menor sinal seu.
Entreguei-lhe minh’alma.
Quando, pela última vez, pedi ao Pai
Uma chance mais de viver esse amor.
De vivê-lo e revivê-lo.
Por saber de sua existência, em vidas tantas.
E como passe de mágica Ele me ouviu.
Ouviu e permitiu que ficasse.
Por esse amor.
Por você.
Por ter encontrado o motivo de eu ter voltado.
São tantas as recordações!
E ainda me vejo sorrindo,
Ao ver-lhe adormecer, noite adentro.
Vou sorrir enquanto me for permitido.
Não sei quanto me resta.
Embora saiba que os dentes não cairão
Pelo passar da vida...
Todavia, o tempo que restar,
Seja ele um dia ou meia centena de vida,
Eu dedicarei a você.
Dedicarei a esse amor que me prende...
Que me guia, ampara-me.
Dedicarei a tudo o que você e seu amor me representam.
De olhos fechados, agradeço ao Pai
Por ter-me deixado ficar por aqui, um pouco mais.
Por ter-me colocado sua alma frente a minha,
Naquele dezenove de junho.
E agradeço a você, amor meu,
Por toda a paciência e o encantamento
Que fazem com que eu ainda fique,
Mesmo quando o sol se esconde,
Num fim de tarde frio e solitário de outono...

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