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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Estrelas e Meteoros



Existem coisas que são tristes, porém belas.
Acalantam-me a alma
Para que eu veja o meio sorriso
Como algo não tão estranho assim...
Existem momentos que são eternos.
Sejam nas lembranças vivas,
Sejam nas cartas amareladas pelo tempo.
Existem pessoas que são especiais.
Talvez nem saibam,
Mas seus sorrisos
E o brilho de seus olhares
Enchem-nos o coração de felicidade.
Mesmo que estejamos tão murchos
Quanto cada pétala da rosa
Desprendida do buquê avermelhado
Ofertado pelo amor da vida
Em dias de plenitude de sentimentos...
Há amores que são para sempre.
E nada os substituem.
Nada se faz comparar
Quando as doces lembranças
Brotam dentro dos olhos
E vêm, suave, deslizar
Por entre as faces,
Parando em meio aos lábios
Quase que abertos
À espera do gosto do recordar.
Recordar é viver.
Já dizia o poeta.
E talvez tal pensamento
Seja tão verdadeiro quanto sentido.
Sentimos com as pontas dos dedos
Tocadas suavemente, às escondidas.
Somos feitos de energia.
E cada energia contida
Em cada ponta de dedo
Emana um pouquinho
Do que vai n'alma.
Somos pequeninos pedacinhos de estrelas.
Por vezes, brilhamos com tal intensidade
Que somos os primeiros a brilhar
E os últimos a apagar as luzes
Em noites de lua cheia.
Noutras, somos meteoros a vagar.
Pequeninas pedras frias e grotescas.
Seres inanimados, mesmo que haja alma
Como forma de animação carnal.
Somos feitos de matéria viva... matéria morta.
Tudo tão mesclado
E, ao mesmo tempo,
Com uma distinção tão severa!
Átomos desgovernados.
Pedaços de gente
Que, por vezes, não vale a pena
Juntar com cola brilhante
Ou mesmo com fita isolante.
Nada que seja feito
É capaz de enfeitar a casca,
Quando por dentro
O casulo fecha-se.
E fecha-se tão bem!
E fechado vive devaneando.
À espera de momentos belos
Mesmo que enfeitados os tristes
Com laços de cetim
Ou pedrinhas de brilhante.
Há momentos que, enfeitados,
Perduram mais dentro do peito.
Contudo, quando se devaneia demais
Corre-se o risco de morrer à mercê dos próprios sonhos.
Tão à deriva, com sede do novo
Dos ares tão distantes.
E com uma fome tão gigante
Que quase nos consome as letras
Quando são delas que precisamos
Para ecoar ao mundo
Que talvez sejamos felizes
Olhando lá fora pela janela do quarto.
Vendo lá embaixo o pobre passarinho
Banhar-se na areia fina e alva
Da calçada do vizinho.
Talvez sejamos felizes.
Talvez sonhar nos tire os medos.
Medos do escuro, da morte,
Dos monstros debaixo da cama.
Talvez sejamos felizes.
Ou talvez aprendamos tão bem
Cada dia a camuflar
Seja uma simples dor de dente
Seja uma enorme dor de cotovelo
Ou ainda o cansaço que dá
Aprender a caminhar com as próprias pernas
Em meio à bamba corda
Que nos é esticada aos pés
Quando só sol desponta, horizonte afora...

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