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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

domingo, 8 de setembro de 2013

Momento



Chega um momento na vida
Em que desistir talvez seja o óbvio.
Não por covardia.
Mas por falta de sustentação em algo
Que já não vale mais a pena.
E talvez seja esse o momento!
Aquele de se pular da cama
E jogar o pijama no cesto de roupas sujas.
Aquele de se mudar o penteado,
E além dele, a alma.
Aquele de se tomar banho gelado
Sem aquele medo besta da gripe.
Ninguém morre com a mudança.
Isso já está mais do que provado.
Morremos mesmo estagnados
Toda vez que nem no espelho nos vemos.
Morremos um pouco por dia,
Pela covardia de lutarmos com a própria ignorância.
Somos medíocres.
E ainda nos achamos “os tais”.
E tais quais somos pequeninos,
Pequenina também é nossa capacidade de compreensão em certos pontos da vida.
Teimamos em expor ideias que não nos cabem.
Em crer em duendes,
Quando não é do nosso feitio.
Dizemo-nos superiores.
E mal nos enxergamos refletidos na colher de sopa.
Temos medo de mudar o foco e o rumo.
Temos medo de qualquer mudança.
Seja ela radical, ou de algo besta, como nós.
Temos medo de andar em linha curva.
E até na corda bamba andamos.
Desde que essa linha seja reta.
Driblamos obstáculos simples.
Mas um pulo maior não é capaz de dar.
Acovardamo-nos.
Imensamente.
E depois temos a ousadia de ecoarmos fortaleza!
Só se for sobre um castelo de cartas a nossa sabedoria.
Só se formos reis dos jogos da “Estrela”.
Dos jogos antigos, como nós.
Porque a atualidade também pede mudança.
Pela radicalidade.
Pede um “jogar-se um pouco mais”...
Pede um salto sem paraquedas.
Acostumamo-nos com o morno.
Algo que não nos gele os dentes.
E muito menos nos queime a língua.
Amornamo-nos o viver, dia a dia.
E depois somos todas reclamações.
Quanto ao andar da carruagem.
Queremos flores a nos enfeitar o túmulo.
Mas não as cultivamos em vida.
Chega um momento em que
Mudar o caminho seja o sensato.
Buscar mais sorrisos, ao invés de feições tristonhas.
Fazer mais amor, ao invés das dores de cabeça.
Trocar o salto agulha por um tênis ou chinelo.
De dedo, bem antigo.
De nada adianta estereotiparmo-nos
E permanecermos tão rijos quanto cadáver mumificado.
Devemos inspirar mais.
Estampar ao mundo nossa arcada dentária com mais frequência.
E perder o medo do próximo passo.
Afinal, mais vale um ralado no joelho,
Do que orelhas de asno enfeitando a cabeça.
Chega um breve momento
Num estalo qualquer
Que nos põe frente ao abismo.
Ou pulamos e criamos asas.
Ou urinamos nas calças, feito bebê.
E ninguém gosta de ser tão criança assim.
Eu não gosto.
E você, gosta?

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