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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

domingo, 29 de setembro de 2013

Atriz



Em um balanço de corda e flores
Desce a atriz em seu corset rosa bebê.
Doce, com pinta no canto esquerdo do lábio,
Quase paralisa com seu volume do colo.
Fascina por sua beleza alva
E sua trança caindo de lado, no ombro.
A calçola toda rendada
É bem avançada para o tempo.
Propositalmente posta,
A fim de arregalar olhares másculos
Em favor de uns presentes cá e acolá.
Sabe como arrancar suspiros.
E nem sempre precisa arrancar as vestimentas.
Tira-as apenas a quem lhe interessar.
E são poucos os que sobem aos seus aposentos.
Na plateia, desde rapazotes até altos barões.
Com ou sem esposas,
Buscam aí horas de relaxamento.
Um relaxar regado a vinhos, conhaques, champagnes...
E muito, muito prazer.
Nada adepta a orgias, conquista só.
Com roupão adornado a pérolas minúsculas
E algumas gotas de água de cheiro.
Seus olhos, num tom mel paralisante,
Despem suas caças da noite,
Do mesmo modo como é despida.
Aos poucos, escolhe sua lebre...
E a faz subir até o quarto.
Lá, busca mais que satisfazer o desejo alheio.
É cortesã.
Mas, ama ser cortejada.
Busca seu prazer próprio.
A qualquer custo.
Sobre qualquer valor.
Monetário ou além dele.
Busca os melhores gemidos,
Os contorcionismos mais excitantes...
Até que atinja o ponto maior do prazer absoluto.
Não se entrega se não for chegar ao ápice.
Não gosta de satisfazer.
Gosta de se sentir satisfeita.
E faz isso como magia.
De pés para o alto
E cabelo molhado de suor,
Deixa com que suguem sua seiva.
Até que encontrem o ponto de se contorcer.
E como se contorce, Deus!
Não poupa demonstrações físicas e sonoras
De que está no caminho certo!
Não hesita em excitar-se.
Com ou sem companhia.
Com ou sem adornos ao pescoço.
Apenas um copo de algo gelado
Apara que as mãos encontrem
A melhor e mais rápida maneira rumo ao gozo!
E como atinge o nirvana rápido, rápido!...
Gosta de se jogar na cama, de costas,
E pedir que a saciem.
Com beijos, línguas e puxões de encontro.
Maneira bruta, por momentos alguns.
Maneira suave, para variar um pouco.
Tem dias de solidão, também.
Dias em que a porta não se abre.
E o balanço não desce, no meio do palco.
Dias de pensar se é certa.
Se ainda continua, ou para.
Contudo, esses dias são raros no decorrer dos anos.
Simplesmente porque no fundo ama ser o centro das atenções.
Ama despertar suspiros quase diabólicos.
Ama as caixinhas de veludo quase gigantescas.
Ou mesmo as pequeninas, desde que recheadas e muito valiosas.
Fascina com uma voz rouca, quase infantil,
Num tom de fazer ereto qualquer falo
Ao menor “boa noite, meu bem...”.
Enlouquece quem bem quiser.
E depois...
Ah! Depois adormece feito anjo
Com as asas escondidas sob o lençol
Tão branco quanto sua pele...
Mais branco que sua consciência.
Para amanhã, quem sabe,
Tornar ereto o falo seu, num “boa noite” qualquer...
Coisa de atriz.
Que ama o foco e o falo,
Ambos, a todo o tempo.

Um comentário:

  1. q lindo,parece uma história real,de época...passoou um filme na minha cabeça.parabéns!

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