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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Azaleias e Aplausos



Trago-lhe azaleias.
Não sou das rosas.
Muito menos das orquídeas.
Sou da delicadeza.
E gosto de fazer-me assim com quem me importo.
Trago-lhe azaleias em vaso.
Com papel celofane furta-cor.
E com laço cor de rosa.
Como as flores.
Como a sua beleza.
E não há como não reparar nela.
É algo que foge a conceitos.
E também preconceitos.
É doçura na ponta da língua.
E encantamento no canto dos olhos.
É meninice avançada com o tempo.
Mas tampouco sentida dentro d’alma.
É cabelo branqueando pela velhice
Mas com o mesmo esvoaçar dos tempos de juventude.
A pele, enrugada levemente,
Quase nem mostra o avançar dos anos.
Porque possui a alma de menina.
Perfumada como as flores.
Avivada pelas cores do bom humor.
Descrever sua forma de ver o mundo
É deixar no varal a toalha de bolinhas
Ao balanço do vento suave,
E ao calor do sol da manhã.
É borboletear em meio às árvores,
Sem se preocupar com o resto do mundo.
É cantarolar debaixo do chuveiro morno,
Nem se preocupando com os minutos todos.
Descrever sua vitalidade quase infantil
É algo que contagia, vicia e virtua.
Porque sua criancice toda delicada
Faz com que você emane energias do bem
Sem direcionar a quem vai atingir.
Atinge qualquer um ao lado
E, assim, contagia a todos.
Discorrer sobre sua molecagem de menina grande
É ver criança com picolé de chocolate.
Delicia-se sem vergonha de se lambuzar,
Porque sabe que o gostoso é isso!
É também admirar banho de passarinho na poça de areia.
Bonito de ver, num fim de tarde.
É gato na tigela de leite morninho.
Com os bigodes respingados por matar a fome.
É cão com aquele brinquedo barulhento preferido
Que quase não se contém de tanto jogá-lo de lá para cá.
É pudim de padaria.
Suspiro de mãe.
Bolinho de chuva da avó.
É café bem quentinho.
Coca-Cola gelada.
E leite morninho, antes de dormir.
Com um pouquinho de açúcar
A adoçar os “bigodes”.
É curtir aquela música boa.
De se sacolejar o esqueleto.
E que mesmo depois, permanece nos neurônios.
É pôr os pés para cima, na cabeceira da cama
E, só de toalha, relaxar a mente.
Fechar os olhos e abrir os sonhos.
Sem medo de pessoas a perturbá-los.
É caixa de lápis colorido.
Que mais parece um arco-íris.
É algodão doce na ponta dos dedos.
Rosa, azul ou mesmo branco.
É pirulito com sabor de anis.
Bala de leite, embrulhada em papel dourado.
É brisa que bate na face, levemente.
E acalanta lá no fundo d’alma.
É aconchego em dia de solidão.
Paciência em dia de insanidade.
E também falta dela, só um pouquinho,
Em dia de explosão de alegria.
Descrever sua meninice toda
É toda forma de agradecer
O tudo de bom que representa ao mundo.
Não tem medo da batalha, labuta.
Não tem medo das adversidades, enfrenta.
Não tem medo do próprio medo.
Porque não tem tempo para tê-lo.
Ser feliz ao seu modo a consome.
Um consumir sustentável.
Sem ociosidade que a perturbe.
Em dias de relaxar, o faz com satisfação.
E também com aquela garra toda
Que todos que lhe conhecem admiram.
Posso ficar me rendendo aos elogios.
Posso rasgar-me em verbos, adjetivos.
Todavia, nada supera a satisfação
Em vê-la sempre assim.
Essa doce menina grande
Com ar de criança e olhar levemente adocicado.
Uma gigante com pouco mais do que uma pequena estatura.
Que não necessita de salto para ser superior.
A você, minha mãe,
Todos os aplausos do mundo.
E o meu muito obrigada, sempre!

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