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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Chuva & Café: Devaneios Sexuais Cotidianos




Dia chuvoso. Um pouco de frio. E mesmo assim, estou como vim ao mundo, debaixo do cobertor.

Ele, o marido, já saiu para trabalhar, há algum tempo. E eu, também preciso ir. Tenho uma reunião importante após o almoço. 

Corro para o banho. Brinco um pouco com minha preguiça. E com meu persa azul. Pompom é meu companheiro de prosa solitária. 

Hoje a roupa pede algo social. Um casaquinho de alfaiataria, com camisa de seda em tom alegre. Nos pés, meia calça preta e sapato fechado de salto. A bolsa de verniz, também preta, guarda documentos e outras coisinhas...

Dentre elas, um batom vinte e quatro horas, vermelho cereja.  E um jogo de dados de posições, que comprei para apimentar o casamento. Porém, não usei. Está lacrado na embalagem. No fundo da bolsa de trabalho. 

Arrumo-me. E arrumo as coisas para mais um dia. Um iPad, um iPhone e um iPod. Algumas músicas na playlist do carro e um gás, depois do banho. O dia promete!  E eu prometo com o dia... 

Chego exatamente às nove e treze. Atrasei-me, com o trânsito. Está cada vez mais complicado chegar às nove. Contudo, minha manhã é livre. Até o almoço. A reunião é somente às catorze. Posso me dar ao luxo de espreguiçar em minha cadeira de executiva, uns minutinhos.

Chego à sala. Guardo os eletrônicos. E coloco minha bolsa  na mesinha pequena, atrás de mim.  Estico meu corpo para a frente, com o intuito de espreguiçar. Mas, ouço uma batida leve na porta.

Não dá tempo de me recompor e sentar, e alguém invade meu espaço. Um colega de trabalho que faz dias eu percebo me olhar diferente.

Nunca me faltara com respeito. Contudo, nunca escondeu admirar quando jogava os cabelos do lado direito do pescoço, evidenciando a corrente de ouro  delicada e com brilho.

Viro-me. E ele me olha. Pede desculpas, e eu aceno que está tudo bem.  Sento-me e o convido para sentar, também.  Discutimos sobre o projeto que está sendo executado, logisticamente.  

Contudo, noto que por vários momentos, ele se perde no assunto. E treme as mãos, segurando-as.

Pergunto o que ocorre. E ele, constrangido, me diz não ser nada. Insisto. E ele, gagueja uma resposta.

Diz-me sentir ansiedade com minha presença. Há tempos. Por eu mexer com as imaginações masculinas.

Eu rio, mexo nos cabelos e, inconscientemente, cruzo as pernas. E causo fervor. Sem querer.

Porém, lá fora o chuvisco bate na janela, gelando o ambiente. Endurecendo meus mamilos, debaixo do bojo do sutiã preto. 

Gosto de preto. Na roupa, na calcinha e sutiã. Na Pérola Negra pendurada como pingente da corrente. Preto é mistério. E eu amo subentender as coisas, sem muita precisão.

Despretensiosa. E com vontade de pecar, só com os olhos. Porque está frio. E eu tenho compromisso à tarde.

Deixo com me observe enquanto falo. E como gosto de falar! Persuado com as palavras. Mostrando que sei enfeitiçar, feito sereia. 

Viajo e deixo viajar, por fração de segundos. E ando pecaminosa. Mesmo entre olhares, que se transformam em devaneios sexuais casuais, para distrair a cabeça.

Analisando bem, ele está cada vez mais nervoso. E eu, envaidecida. Vou aproveitar desse nervosismo para relaxar um pouquinho.

Ele começa a falar. E eu, conscientemente, jogo o corpo para frente, segurando um lápis à mão. Batuco levemente a borracha da ponta no vidro da mesa, num toque quase musical. E fico atenta a cada palavra.

De repente, estou observando bem mais do que deveria. E imaginando meus seios eriçados, não pelo frio do ambiente. Mas, por outro motivo.

Imagino a porta trancada, no meio do expediente. E eu tendo que controlar os gemidos, para a secretária não ouvir... Fazendo um sexo em silêncio, sem poder expôr que está bom.

Pensamento corre solto. Viajo por segundos. E, mais uma vez, sou tirada de meus devaneios. O sonho e a realidade de fundem. Num beijo estalado, roubado, depois de muito ele ensaiar.

Assusto-me. Mas, retribuo. E após, coloco meu indicador em sua boca, e sussurro que aquilo é segredo nosso. Ele apenas concorda com o olhar. E continua me cheirando, feito cão farejando sua caça. Deixo. Afinal, um pouco de diversão no trabalho esquenta minha friagem corporal. 

Ele perde o medo. Mas, me idolatra. E, confidencia em meus ouvidos esperar por esse sonho virando realidade há muito! Abre um sorriso e me beija, frenético. Seu beijo é bom. Molhado. Tem uma boca carnuda e macia. E um hálito com gosto de café forte. Pela bala. Ou pelo café da máquina, extra forte. 

Extra também pareceu ser seus braços, ao me virar de costas, pondo meus cabelos de lado, olfatando meu pescoço. Fareja-me. E apenas sussurra um “ISSO SÓ PODE SER UM SONHO!”...

Então, sussurro de volta que deve sonhar. Que é permitido. E quando vejo, estou marcando um encontro para depois do expediente... Afinal, tenho uma reunião às catorze. 

Porém, posso me atrasar um pouco para chegar em casa. Não há crianças me esperando. Somente um marido que eu sei satisfazer, quando quero e como posso. E isso eu resolvo depois... Num próximo texto!...

Achou que as aventuras parariam por aqui? É muito cedo para eu saciar meu lado sedento por pequenas alegrias do dia a dia... Vem me ler, num próximo capítulo! 


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