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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sábado, 27 de maio de 2023

Beats & Asas: A Leoa e sua Caça!




Dia dezenove. Do mês de agosto. Penúltimo dia do terceiro decanato de Leão. E hoje a leoa me invadiu a persona. 

Gosto de ferir, de rugir, de sacrificar. Mas, protejo minha caça, se achar pertinente. Mesmo que seja para comer depois, friamente. Somente eu posso devorar. Não divido meu banquete com ninguém! 

Acordei com desejo de olfatar. Os feromônios estão à flor da pele. E minha pele expõe um perfume novo. De enfeitiçar quem busca cheirar minha brancura.

De cabelos castanhos, na altura das asas, nas costas; com batom vermelho sangue na boca. Lápis delineando os olhos. E com as maçãs do rosto coradas, levemente. Com um par de argolas grandes nas orelhas. Com corrente Tiffany de cristais coloridos, a adornar o colo e o sutiã.

Hoje, de renda. Gosto de rendas. E de me render tão somente ao meu querer. Hoje quero, e muito!

Mas, não quero qualquer coisa. Quero me perder, me achar, me enroscar entre pernas e coxas... Entre olhares e bandidagem.

Sou da malandragem em tempos de castidade. Verdade em tempos de omissão. Então, deixo minha impulsividade falar mais alto, e caio na aventura, mais uma vez.

Talvez hoje eu esteja sob efeito no signo de Leão, que me permite ousar.

Ouso. E não faço questão de calmaria, quando estou assim. Quero mais é colocar em prática a prática da conquista. E vou lhe mostrar que sei conquistar. 

Primeiro, dentro de casa. Onde eu faço manha, e ganho o doce. Depois na rua, onde cada dia faço uma coisinha diferente, onde eu sou várias personagens.

Para hoje, a domadora. Com chicote e venda. Kama Sutra e audácia! Passam na minha cabeça os piores pecados, os lugares e as pessoas – todos subordinados a mim.

Assim, feito gata lambendo a pata, num banho de excitação! Para quem vê. Para quem me lambe!

Gosto de um bom banho de língua! E de linguar também! Capricho na execução. E quero coisa bem feita, em meu caminho do prazer.

Fazer a leoa rugir não é tarefa fácil. O leão precisa ser dominador, para me colocar submissa aos seus quereres. E eu amo querer. E fazer, também!

Faço bem feito. Ou nem faço. E quero fazer diferente, brincar com a imaginação de quem me observa. Para isso, é preciso uma aventura diferente, num lugar pecaminoso...

Ao som de Zoli, das antigas... misturado com o tecno agro de hoje, a boate convida a ousar na busca pela presa e sua predadora.

Danço, rebolo, balanço. Bebo uma Beats, para facilitar a ida ao paraíso. E vou para o meio da pista. Estou na pista, com aliança no dedo. Sem medo de ser feliz. 

Marido só viaja. E eu também. Mas, de outra forma. Subindo e descendo ao som dos gemidos, sentidos a cada batida da música e do ato.

Fato esse que de hoje quero me recordar. Pelos olhares... Pelas mãos que passam por meu corpo, pela facilidade de adentrar, depois de uma, duas lambidas.

Contudo, a bebida me alegrou demais... E não sei se me recordarei amanhã dos beijos que minha boca deu, nas peles mais variadas possíveis. 

Hoje perdi a linha. E o carretel. Com direito a subir na mesa e fazer strip-tease. Estou longe de casa e aqui posso ser cachorra.

Mas, sou leoa. E o objetivo é a caça!  Com taça de bebida, com partida de acelerar. Com banco do carro  abaixado, e eu por cima, na rua escura... No estacionamento do shopping... Em qualquer lugar!

Quero olfatar! Quero provar de novos sabores, amores, novas dores possíveis de sentir. E causar.

Beijo boca desenhada, e sem desenho. A essa hora, não sei mais diferenciar! O sabor da língua impede a diferenciação. Mas, não impede a ousadia. 

Encho a mão com vontade, agachada no canto da noite, com a boca perdida em sabores. E apenas mostro que meu sabor está à espera de ser sentido. Na ponta da língua, nas pontas dos dedos.  Na ponta do pincel.

No gemer que chama, inflama, devora. No galope, com açoite, ou castigo. Comigo, hoje, tudo é possível. Até mesmo um sado.

De cavalo alado nas costas, ou asas de dragão. Meu chão está cheio de peças, todas tiradas com os dentes.

Uma, duas, três. Perdi as contas das vezes em que mordi a carne da minha presa. Com presas muito bem afiadas!  Uso a boca,  os lábios, as mãos. Faço gemer e pedir bis, pois sei fazê-lo!

Não tenho dó de quem se propõe a me desejar. E escolho a dedo o roteiro de aventuras. Não gosto de mesmice. Ousadia é meu sobrenome.

O nome? Esse não revelo. Porque quero que tudo seja história para eu relembrar depois que a loucura passar. E eu acordar, lá pelas dez, do dia vinte de agosto... Com gosto de quero mais... Pode ser que eu repita a dose, afinal é feriado na minha folhinha!... 


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