um pouco mais sobre mim...

Minha foto
Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

terça-feira, 23 de maio de 2023

Chocolate & Chantilly... Aqui e Ali!




 Sábado. Depois das dezessete. Marido em viagem, a negócios. E eu, entediada.

Na banheira, um banho de espuma. Todo perfumado. Com som de fundo, na caixinha de reproduzir músicas.

Com azulejos azuis, feito banheiro retrô dos tempos de infância e casa de avós... Com vasinho de bonsai no aparador no corredor, rumo ao banheiro do meu quarto. 

Um quarto grandioso, e rico de detalhes. Tudo o que eu preciso, além do que já tenho, é uma boa aventura!

Não fui com ele. Preferiu ir sozinho, alegando voltar em dois dias. Então, preciso me distrair com algo que me faça valer a pena a distância 

Sou dos devaneios, dos anseios, dos desejos. E, perdida em meus pensamentos, sou tirada de meu transe quase hipnótico, quando toca o telefone. 

Logo reconheço o número. Meu amigo de infância. Um homem seis anos mais velho do que eu. E que, mesmo casado, nunca se afastou de mim.

Ligou e eu de pronto, atendi. Estava com saudades de sua voz aveludada me chamando por meu apelido, ao invés do meu nome. 

Em poucos minutos, ouço a campainha tocar. Pego o roupão de banho, visto e vou atender.

Como não há segredos entre nós, não me preocupo com a vestimenta, toda trabalhada na formalidade. 

Sempre fomos amigos, desde a infância. E sempre foi algo natural para nós esse carinho todo. Mais natural ainda recebê-lo em minha casa, mesmo com o marido viajando.

Giro a maçaneta da porta de entrada, e corro lhe abraçar! Com tamanha saudade... Inconscientemente, lhe estalo um beijo no rosto, lisinho feito bumbum de recém nascido. Pego sua mão e lhe puxo até a sala de estar. 

Feito menina sapeca, sento de pernas cruzadas; esquecendo que debaixo do roupão não há peça alguma!

Ruborizo-me, e fico sem jeito. Tento consertar, pedindo desculpas. E ele dá de ombros, dizendo que a casa é minha. E que desde nunca tivemos um com o outro essa formalidade toda.

Então, digo que estava no banho e que não se importa, gostaria de terminar. E que eu retorno em dez minutos. Peço que me espere, prometendo ser sua confidente leal, quando linda e perfumada.

Ele acena com a cabeça, positivo. E eu subo as escadas correndo, para não perder um segundo sequer dos seiscentos segundos.

Deixo-lhe no sofá, com a TV ligada. E subo. Para terminar meu banho, rapidinho. Porém, o banho de uma mulher não é tão rapidinho assim! 

Como lhe deixei com algo a se entreter,  creio que ele não note se eu me demorar mais uns minutinhos, além do prometido. 

Entro novamente no banho. E ligo de novo minha playlist. Dessa vez um pouco de música latina, para aquecer o coração e a alma. 

Quando vejo, estou dançando debaixo d’água. Com as pernas esticadas ao ar, cruzadas, expondo as unhas pintada de vermelho, nos pés e mãos.

Gosto de combinar as cores. Nós esmaltes, lingeries, acessórios, batom. E hoje é dia de vermelho! Assim que eu sair do banho, no divã ao pé da cama de casal, já está separado um vestido de alças finas, em tom vermelho sangue. Com saia comprida, bem fresco. 

Uma música, duas. Na terceira, percebo que os dez minutos já se foram faz uns quinze. E que ele, meu amigo de infância, me observa. Assusto-me. Ainda mais com o que vejo. Aquele homem belo e perfumado se tocando, atrás da porta semiaberta... 

Tento não esboçar reação de espanto. E até não me espanto tanto assim! No fundo, sempre achei ele um belo homem. Atraente. Com uma beleza simples, mas que me encanta há tempos. 

Finjo não perceber ele atrás da porta me olhando. E começo a me mexer debaixo d’água, como se estivesse dançando ao som do estourar das bolhas de sabão.

Então, sinto a porta abrir completamente. Ele, sem jeito, pede desculpas. E diz que não conseguiu resistir minha alegria, em forma de ser...

Abro um sorriso. E convido a vir dançar comigo. Assim, na espontaneidade. E ele, sem titubear, aceita. E diz que mostraria suas habilidades corporais de dança.

Aceno com a cabeça, como quem duvida. Ou como quem está propondo ia aposta, onde o prêmio serei eu!

Afinal, não há roupas para eu apostar. Estou nua e molhada. Pela água que escorre. Pelo desejo que eu sinto resplandecer em minhas pernas.

Saio da banheira. Enrolo-me no roupão cor de vinho, de pano absorvente. E penteio meus cabelos, enquanto me olha constante. Num misto de incógnita e decifração, resolvo ousar! Minha vez de mostrar o lado amiga que talvez nunca tenha reparado.

Insinuo. Ao estilo dona da situação! E apenas aceno para que se sente no pé da minha  cama de casal.

Obedece. Sem dizer uma só palavra! E espera eu me manifestar...

Então, eu vou até o frigobar do quarto. Sempre há algo diferente, para eu adoçar o paladar. E dessa vez, encontro a combinação perfeita: chantilly em spray e chocolate em quadradinhos!

Na caixinha de som, uma salsa. Gosto de mostrar a minha ancestralidade, mesmo que de longe... Começo a me mexer, dançando, enquanto pego um cubo de chocolate e coloco na boca, derretendo-o. Movimento na língua, para lá e para cá, com o intuito de amolecer o doce e facilitar engoli-lo.

A cada nota ecoada, um pedacinho de chocolate... E uma peça que cai. Estou nua, completamente! E ele já não sabe como se controlar! 

A essa altura do campeonato, nem o mais frio dos homens resistiria ao meu perfume exalando no cômodo de dormir. E eu, sabendo disso, provoco mais ainda! Com olhares, cantorias, sorrisos bobos... Com chantilly na pontinha do dedo indicador, indicando que minha saliência hoje está evidente!

Então, ao vê-lo absolutamente excitado, sem conseguir esconde o volume... Chego até seu rosto e, quando vou falar que iria me vestir, sou subitamente pega pela cintura, sem tempo de defesa.

Ele me joga na cama, e pula em cima de mim... Me rouba o beijo mais ardente, vindo daquela boca toda desenhada por Michelangelo. E eu retribuo. 

Apenas consigo sussurrar : “FAÇA!”. E ele, como louco, põe para fora seu desejo em mim, escondido desde muito! 

Roça seu corpo em minha pele úmida. E tão logo ergue meus pés em seus ombros. Deflora minha pequena e apertada flor... Com a língua, com o falo. Com a fala!

E me faz boneca de pano na mão da criança birrenta, mimada e sedenta por brincadeiras. Brinca com meus mamilos, enquanto puxa meus cabelos, de costas.

Lambe minha pele como quem busca o antídoto. Ou o próprio veneno. Envenena-se com gosto de morrer! E eu o mato, a cada rebolar de meus quadris.

Gemo. Sem medo do que possam pensar! E não penso no depois. Pode ser que esse depois nem chegue, talvez.

Quero aproveitar o chocolate, o chantilly... Aqui, ali e acolá! Estou na melhor fase de mim. E hei de satisfazer cada aventura  diabólica da minha imaginação! Por que não? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário