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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Migalhas



Errar por amor Deus perdoa!
Já cantou Djavan.
E eu vou errando, esperando-te...
Como se não houvesse perdão.
Canso de te esperar em dias de nó na garganta.
E juro me vingar da sua falta de interesse.
Mas, basta você estalar os dedos...
E lá estou de novo acreditando nas falsas juras que me oferece.
Acredito por acreditar.
Por querer acreditar em sua lábia.
Fala que fala, faz que faz...
Que, quando vejo, seus lençóis cobrem minha pele.
E satisfeito, adormece do outro lado.
Deixando eu me sentir tão pequenina, quanto burra.
Queria que fosse tudo diferente, mas como?
Se me enreda com seus olhos todo caramelizados, suas mãos em meus cabelos?
Sabe como me convencer a ser escrava, mucama.
Sabe perfeitamente.
Enfeitiça-me a tal ponto de me pôr à espera sua.
E espero, espero...
Por um telegrama numa tarde de domingo.
Por um aceno, num encontro casual.
Contudo, acena quando quer.
Telefona quando não há outra opção.
E jura por mim uma mudança radical.
E eu, boba, acredito no que diz.
Então você vai dizendo e eu, fingindo acreditar.
Como num jogo de gato e rato.
Como marionete e interlocutor-motor.
Vou acreditando sabe-se Deus por que.
E talvez Deus um dia me perdoe.
Pela falta de inteligência.
Pelo excesso de confiança sua.
Por amá-lo absurdamente.
Carrego no peito um amor bandido.
Daqueles de se fugir quando pode.
O duro é não poder torna-lo fugidio.
E eu nem sei até quando isso vai me retardar.
Retardo uma decisão mais concreta.
Retardo uma abertura de visão maior e a novos rumos.
Retardo... Retardo...
Vou atrasando minha vida
Em troca de umas migalhas de sentimento.
Como cão à espera das lasquinhas de pão debaixo da mesa.
Espero as lasquinhas de seu sentimento bom, de seu amor bandido.
Sei que não é meu, e nem será por completo.
É arredio demais para se contentar com um amor maduro.
Prefere as furtivas estripulias num quarto qualquer do caminho.
Mas, eu ainda acredito amar por nós dois!
E enquanto acreditar pode estalar os dedos...
Venho rapidinho satisfazer sua imaturidade de amor.
Contentando-me com suas migalhas,
Com as lasquinhas de você, bandido amor meu.

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