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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sábado, 21 de junho de 2014

Ponto Final



Tivera vida difícil.
E hoje já não acredita em sonhos.
Desistiu de caminhar os próprios passos.
Prefere pedir a Deus o fim da trajetória.
Entre um gole e outros tantos,
Já não se lembra mais direito seus atos.
Não recorda sua felicidade vivida.
Nem se preocupa em felicitar mais ninguém.
Alheio a críticas, ao mundo lá fora,
Prefere amargar sua falta de sorte no copo de destilado.
Para depois adormecer horrores, dias e dias.
Sabe que tem pouco tempo.
E não se preocupa em fazer desse tempo recanto dos perdões.
Não se arrepende de nada.
Por não saber chegar até Deus.
Autossuficiente quase todo o tempo,
Não esperou na Força Maior a salvação de su’alma.
E agora, à beira do abismo, também não pode esperar.
Sabe que não será atendido.
Pelo menos, não tão já.
Cabisbaixo, sabe que sua jornada não foi completa.
Voltará para novos resgates, novas existências.
Com o intuito de se fazer renovar.
Não acredita no amor.
Não sabe amar, senão de forma bruta.
Com poeira no coração.
Com correntes por toda a alma.
Acorrentou-se, fora acorrentado.
E, mesmo sem os grilhões a lhe ferir os pés,
Não é capaz de auto sustentar-se.
Precisa de paz.
Precisa de uma segurança que não tem.
Precisa de afirmação que é especial.
Ao seu modo.
Simples e sem frescura.
Não sabe a que veio.
Nem se voltará amanhã à Terra d’Alma.
De onde viera, saberá quando for.
Num longo processo de resgate,
Pelo qual perambulará rumo à paz do espírito.
Seus olhos escondem seu fracasso.
Não gosta de mostrar que não soube ser homem.
Foi menino arteiro, carteiro e mensageiro.
Da maneira que soube ser, foi o que pôde.
E não pode ecoar sua falta de poder.
Austero, quis ser mais; quase o que houvera sido tempos antes.
Mas, o destino não quis que o fizesse.
E debateu-se em duelo com sua arrogância subconsciente.
Duelou por longos períodos,
Até não mais poder lutar contra as próprias forças.
E, vencido pela própria consciência,
Caiu de joelhos à frente do abismo.
Está prestes a pular.
Será seu salto final.
Pois não haverá trampolim, lá embaixo.
E com asas feridas e atrofiadas,
Tampouco saberá alçar voo...
Ao ponto de ascender-se tanto.
O tempo passou para todos.
E para ele também.
Sua velhice lhe dói.
E suas escolhas lhe sufocam o ser.
Espera um dia se salvar.
Por hora, senta e chora por dentro.
Enquanto sorve um gole gelado de conhaque puro.
Sentado no balcão do bar mais vagabundo da cidadela em que vive...

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