um pouco mais sobre mim...

Minha foto
Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sábado, 28 de junho de 2014

Outra Chance



Passando em frente ao seu trabalho,
Posso me recordar do seu sorriso.
Doce, suave e enigmático.
Como tudo em sua alma.
De personalidade quase indecifrável,
Vi partir em rota distinta à minha.
E hoje são só lembranças.
Boas, diga-se de passagem.
Escolhi deletar os maus momentos.
Eles me deprimem.
E não seria boa para nós tal depressão.
O elo será eterno.
O fruto de um amor que hoje machuca,
Já completa mais de uma década.
É linda, como nosso primeiro encontro.
Doce, como nossa primeira noite de amor.
Hoje somos eu e ela.
E você no quadro silencioso, na cabeceira da cama.
Você me foi importante.
E ainda é.
Ao meu modo todo desajeitado de demonstrar amor.
Ao seu jeito todo diferente do meu.
Viemos de mundos distintos.
Mas, me unir a você talvez tenha sido minha melhor opção.
É pena que você se foi.
Preferiu seguir viagem sem minhas bagagens atreladas ao seu bagageiro.
Deixou-me esperando na estação, e se foi.
E eu fiquei olhando seus olhos partirem.
Talvez eu jamais entenda seus motivos.
Talvez você jamais entenda os meus.
E talvez seja por isso que não enlaçamos nossos futuros pela eternidade.
Fui sua, da maneira que soube ser.
E lhe senti meu, à sua maneira.
Como pudemos, fomos felizes.
E o amor ainda está aqui, guardado.
À espera de uma nova oportunidade, quem sabe.
Espero... Espero...
É o que mais sei fazer em dias de tempo frio.
Há vezes em que afogo minha amargura num copo mais adocicado.
Tudo muito às escondidas.
Mas, quem nunca?
Não há como me recriminar por isso!
Afinal, não sou perfeita.
E tampouco você também seja diferente aos pormenores.
Machuco meu coração.
E espero gratidão, para toda vida.
Afinal, você é parte importante dela.
Um pouco meu para sempre.
Por conta dos sorrisos dados.
Dos pecados cometidos na escuridão de um quarto.
E do fruto lindo que tivemos.
Fruto esse que sente saudades de você.
Como eu também sinto.
Sinto e não falo.
Prefiro que você descubra nas entrelinhas do meu olhar.
Um dia, talvez, você me decifre.
Você pare sua correria cotidiana,
E veja minha criança escondida, pedindo colo.
E seu colo esteja de novo pronto para um choro meu.
Espero aqui, sentada, afagando os cabelos da boneca nossa.
Vendo nela algo que eu fui anos atrás.
E que eu deixei adormecer pelos problemas da idade adulta.
E foi justamente essa criança grande
Quem lhe fez apaixonar-me,
Numa juventude tão remota,
Levando-se em conta os tombos da vida...

Nenhum comentário:

Postar um comentário