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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Rumo



Preciso encontrar um rumo.
Uma forma de lhe dizer que não é possível mais.
Que o coração desencantou.
Que a pele não arrepia como antes.
Que os feromônios não aguçam.
Que as cantadas não atiçam.
Foi tudo muito bom.
Mas, foi-se.
Como pipa ao vento, foi ao ar.
Sem rabiola a segurar as varetas.
Sem sustentação que me mantivesse presa.
Desprendi-me de tal forma
Que nem as lembranças encantam.
É você estranho para minh’alma.
Uma estranheza sem tamanho saiba disso.
Não há mais por que.
Não há quê que dê um salto, ao menor olhar.
Os telefonemas eu deixei de atender.
As cartas eu não leio mais.
Os e-mails eu apago todos.
Sem o menor “click”.
Passou como vendaval.
Fez varrer meus pensamentos.
Confundiu-me de mim mesma.
Todavia, eu me reconstruí.
Com a ferocidade de um tigre em meio à selva.
Busquei nas coisas suas guardadas na gaveta
Algo que me fizesse ficar.
Mas, não.
Não encontrei nada de grande valia.
Apenas rascunhos de um querer, sem querer.
De um não querer perpétuo.
De uma aventura desventurada.
Desgovernada, bagunçada ao extremo.
O querer precioso foi ficando de lado.
Deixado para cada vez que fizéssemos sexo.
O satisfazer sexual ainda valia.
Contudo, também deixou de valer...
Ao ver você suspirando, sozinho.
Sinal que não era eu mais seu suspiro.
Então, fui me redescobrindo.
Sentindo minha pele perfumar-se novamente.
E hoje a sinto toda cheirosa.
Sem seu estímulo para tal.
A questão não é ficar.
É querer ficar.
E esse querer não floriu mais minh’alma!
Não sustentou mais as sensações.
Talvez seja hora de dar passagem ao raiar do dia.
De ir buscar brilho em outro sol.
Não que seu astro-rei não brilhe.
Mas, não me ilumina na mesma intensidade de antes.
Não me aquece mais.
E eu preciso de calor!
Sou movida a pulsar de sentimentos.
E os nossos já não criam mais raízes.
Mofaram em meio às águas sujas.
É preciso reciclar.
É preciso deixar as janelas abertas, renovar os ares.
É preciso que eu me recolha,
Que eu me afaste.
Para que você compreenda
Que não mais lhe faço parte.
Pertenço a mim.
Não mais aos seus quereres tortos.
Preciso que compreenda isso.
Por bem.
Por ser mais fácil.
Para evitar transtornos.
Para que continuemos os traçados.
Para que saibamos dar continuidade.
É preciso que você compreenda.
É preciso que você siga.
Para que eu consiga seguir, também.
Sem remorso, sem piedade.
Sem maiores preocupações.
Sem futuras frustrações.
O amor não encantou mais.
Mas, não é preciso deixar de acredita-lo.
É preciso apenas fazer-se reciclar.
Para continuar crendo piamente no poder da troca de olhares.
Não nos completamos mais.
Contudo, a felicidade está à porta,

À espera do convite.

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