Perturba minha mente.
Desconcentra meu dia.
E sabe que não pode!
Sabe que essa telepatia comunicativa
É tão prejudicial, quanto adoçante.
É torturar propositalmente.
Querer bagunçar tudo.
Sabe a hora exata,
E nem se queixa em esperar.
Espera, ansiosamente.
Mas, sem qualquer reclamação.
Cutuca quase inocente,
À espera do objetivo alcançado.
E sabe que o alcança rapidinho.
Perturba minha conexão mental,
E põe-se a festejar.
Por seu poder telepático persuasivo.
Tem desejo de correr ao encontro.
Mas, não.
Não apressa o passo.
Nem um pouco.
Por muitos motivos.
Por não ser tão liberto assim.
Então, morre solitariamente às duas da madrugada.
Com frio e excitação a mesclar a alma.
Perturba, confunde.
E some.
E esse sumiço é assustador.
Mostra uma felicidade estampada,
Quando nem é tão feliz assim.
Esconde-se, sobrepondo qualquer vestígio.
É imoral e mortal.
Como a grande maioria dos homens.
E creio que isso me confunda, também.
Por crer no contrário.
Perturba meu juízo.
E por vezes, consegue.
Mas, não pode.
Não é justo.
É ser leviano consigo e comigo.
Não é assim que a banda tem que tocar.
Não mesmo!
O correto é fugir.
É permanecer inerte.
Mesmo que isso me custe algo.
Mas, diga-me como?
Qual a fórmula para eu me afastar?
Enxergar tão somente elos negativos?
Difícil.
Em especial com o sorriso aberto, estampado no rosto.
Difícil fugir por completo.
E então, numa briga de gato e rato com minha consciência
fico eu.
E todas as regras?
Talvez eu me desvencilhe delas, mais um pouco.
Talvez meu pecado me leve ao inferno, depois da morte.
Ou talvez eu seja perdoada,
Simplesmente por crer em toda forma de amor.
Não sei.
Não há como saber.
O que me resta é fechar os olhos, respirar...
E duelar comigo mesma.
Ora querendo ficar, ora fugindo.
Inconstância?
Talvez.
Acho que no fundo somente expressão física
De um querer meio fora do eixo...
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