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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sábado, 20 de julho de 2013

Elástico



Antes não tivesse surgido.
Talvez agora eu estivesse em paz.
Talvez agora essa paz fosse real.
Talvez tudo fosse real.
Sem precisar de realeza, só realidade.
Antes não tivesse aberto sorrisos.
Eu estaria em calmaria.
Comigo e com o mundo.
Eu poderia olhar no espelho
E não ver seu reflexo no fundo do meu olhar.
Antes não tivesse mandado todos os beijos.
Dito todas as palavras.
Acariciado com toda sensualidade.
Assim estaria eu agora sem pensar e repensar nisso tudo.
Sem chegar à conclusão alguma que preste!
Mas, não.
Você veio cheio de sorrisos,
Com olhares de cão pidão,
E toda uma carência n’alma.
E eu, toda mole, não resisti.
Tentei, por ser errado.
Mas, não consegui.
Fui me envolvendo em sua carência,
À medida que me enredava com palavras açucaradas.
E quanto açúcar pôs nelas!
Fez tudo direitinho
Para que eu lhe satisfizesse os pecados.
Pecamos juntos, eu sei.
Não me desvencilho da culpa.
De forma alguma.
Contudo, soube enredar meus dias,
Para que eu ansiasse suas melancolias.
Metaforicamente ou não.
Concreta ou abstratamente.
Esperei à moda da curiosidade.
Buscando o próximo capítulo.
Mas, como num livro de páginas poucas,
O fim veio sem compreensão.
Mostrou-se antes mesmo do beijo final.
Findou-se esse quê sem nexo,
Na velocidade de uma folha em chamas.
Chamuscamos tanto... E tanto...
Que acabamos queimando as próprias asas.
Viramos anjos caídos.
E nossa maior dúvida talvez seja
Se realmente acabamos um para o outro.
Se não haverá faíscas,
Caso haja união dos fios d’alma.
A dúvida instala na mente.
E depois coça nos dedos,
Buscando a procura.
E quando vemos, já estamos nós enroscados de novo.
Em mais um lençol barato,
De mais um quarto de hotel qualquer.
Como o tesão todo que nos une.
Ou desune, sei lá.
Como toda essa inconstância de um “vai e volta”
Que não acaba nunca.
Por acreditar que a elasticidade, por mais gasta,
Ainda permanecerá num estende e retrai.
O que esquecemos é que mesmo que se estique,
O elástico perde a beleza, enrugando-se.
E assim será nossa interrogação.
Enormemente esticada até enrugar
Ou estourar, para piorar.
Estamos nos esgotando.
E nem sabemos se lá na frente isso valerá a pena.
Estamos no agora.
O amanhã a Deus pertence.
Esse é o lema.
O melhor lema para nós.

Um comentário:

  1. chorei minha anjinha...nem consigo comentar o que queria é tudo leste minha alma...esperar...o amanha pertence a Deus. te amo bjs Ro

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