Uma névoa fina e gélida para nos dar “bom
dia!”...
Que tenhamos todos um belo dia, apesar do rebuscado
do céu...
Que consigamos buscar nossos sonhos...
Que saibamos sempre os caminhos que nos levem a mais
sorrisos, em vez de lágrimas...
Que nos permitamos mais abraços, mais beijos de
amor, de carinho...
Que nos permitamos mais olfatos, mais paladares,
Ao invés de tão só pobres palavras a nos tentar
preencher o coração...
Que os olhares sejam verdadeiros...
Que os toques sejam suaves...
Que os afagos sejam constantes e bem quistos...
Que o amor seja sempre o quê que nos move...
Que move o mundo...
Pensemos nisso!
Parece
tão bobo
Mas
um toque afaga a alma...
E
resplandeceremos a todos a nossa felicidade!
Um
toque, uma doce palavra...
Um
olhar todo encantado...
Cada
pequenino detalhe a nos preencher os poros.
Verdade...
A
sensibilidade está na nossa pele e a transmitimos em nosso olhar …
Por
que deixar passar sentimentos tão importantes?
Por
medo?
Por
receio de parecermos ridículos aos olhos alheios?
Talvez.
Talvez
estejamos tão presos a coisas que não mais nos servem,
E
acabamos nos agarrando a tudo o que nos mina as raízes, sem que
percebamos...
Medo...
Impede-nos
de buscarmos a felicidade que muitas vezes não está tão longe...
Bastamos
olhar para o lado e ali está …
Distraímo-nos,
talvez...
E
nessa distração não percebemos que ela, a felicidade, é tão
curta e satisfatória.
Ah!
Felicidade cobiçada...
Muitas
vezes queremos ver com os olhos do rosto
E
esquecemos de abrir os olhos da alma!
Ah!
Os olhos da alma...
Tão
importantes quando em se tratando do amor... do bem-querer...
Mas
muitas vezes nos esquecemos de filtrar o que olhamos,
Para
que saibamos escolher o que melhor nos deixa...
Um deixar alegre... doce... suave!
Um querer mais que bem-querer.
Que um mal me quer, um bem me quer.
Um misto de sensações belas e que nos preenchem os
pulmões, os alvéolos
Com a mais pura combinação de oxigênio e
ternura... afeto.
Uma miscelânea toda boa de ser sentida,
Que nos preenche a vida
Para que sigamos saltitantes, como criança
Quando ganha o tão bem quisto pirulito do “Chaves”
Todo multicolorido,
Um prazer aos olhos!...
Ah! Se pudéssemos enxergar o mundo
Através das multifaces do amor...
Sabiamente, seríamos mais capazes,mais audazes
Mais permissíveis a ousadias... a devaneios...
Devaneios, utopias...
Encantamentos, amores...
Sorrisos e doçuras
Sempre tão possíveis.
Sempre tão à espera de nossa coragem!
Uma coragem que nos falta, ora essa!
Quando buscamos no silêncio
As respostas para nossos medos todos
Medos tortos,
E acabamos encontrando apenas um pequenino espelho
Guardado debaixo do travesseiro
Tão escondido... quebrado
Mas quase sempre visível
Das rugas e cicatrizes
Das quais buscamos nos esconder.
Somos nós mesmos
Com medos dos nossos próprios olhos!
Com medo de nossa própria alma!
Com medo de nós mesmos!
Que um dia consigamos nos libertar
E, mesmo em meio à densa névoa,
Saltitemo-nos de calçada em calçada,
De poça em poça,
Para que sintamos nos pés
A delícia de sermos pueris...
Mesmo que para isso
Sujemos nossos pés de lama
E tenhamos que ficar horas e horas
A esfregar os sapatos novos e branquinhos
Ganhos por nós mesmos
Como presente
Pela boa conduta, pelo bom comportamento
Diante dos olhos alheios
Diante dessa tal liberdade que nos chama
E nos seduz, todas as manhãs...
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