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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sonho de menina




Vejo-me menina
No topo da escada
Fazendo pirraça
Pedindo atenção.

Volto no tempo
Na infância
E quase posso
Sentir o cheiro
Dos bolinhos de chuva.

Saudades da infância
E dos sonhos nela contidos!

Tempos remotos
Sonhos desfeitos
Como suspiro de padaria.

Brigo com meus pensamentos
Ora conexos,
Ora sem conexão alguma.

Busco respostas concretas
Mas como as posso querer
Se são feitas a partir dos sonhos?

Trago o bem em minh'alma.
Contudo, nem sempre
Ele retorna para mim.

Trago sorrisos, lágrimas
Pulos, angústias escondidas através do olhar.
Poucos sabem diferenciar-me.
Talvez porque sejam poucos
Os que deixo adentrar em meus pensamentos.

Saio pela manhã
Já depois de muito pensar.
Há dias tranquilos.
Há dias em que a alma
Busca voltar para a cama.

Ora embelezo-me,
Tentando rebuscar as angústias.
Ora as deixo à mostra
Para quem quiser vê-las.

Faço do corpo
Recanto do conhecimento.
Faço d'alma
A eterna morada dos sonhos.

Saltito como quando aos quatro anos.
Mas, compreendo que tal saltitar
Não pode ser concreto, real.

Sorrio sozinha, medito.
Deixo as lágrimas rolarem
Enquanto me banho,
Depois e um longo dia.
Faço delas, as lágrimas,
A válvula de escape
Para que eu não exploda ou enlouqueça.

Esqueço-me das coisas
Como ancião quando retorna à idade pequenina.
Anoto quase tudo
E quando não anoto...
Ah!... Era o que mais precisava lembrar!...

Porém, há momentos
Que mesmo sem serem anotados
Não me saem da memória.

O barulho da Kombi
Levando de vez uma das minhas paixões.
A última conversa consciente
Desta paixão que se foi.
A perda da amiga.
O enterro das ilusões.

A vida se incumbe de encaixar
Pessoas, momentos e coisas
Para que possamos fluir.

Um fluido que nos move as células
Que faz com que cresçamos, dia após dia...
Tombo após tombo.

Somos eternos transeuntes.
Somos viajantes solitários
Vagando ora pelas esquinas do mundo
Ora pelas esquinas de nós mesmos.

Embebedamos nossos pensamentos
Com os mais fortes etílicos
Afim de esquecermos
Que não passamos de seres rodeados pelo passado.
Vivemos do passado
E é ele quem nos faz querer voar
Seja para voltar às doces lembranças
Escritas e esquecidas no diário da menina
Seja afim de consertarmos o que já erramos.
Afinal, a vida, em seus tropeços
Faz-se sábia e contínua
Num eterno vaguear de almas
Em busca do belo e pitoresco.
Do palpável e, ao mesmo tempo, adocicado
Ato de abrir e fechar os olhos,
Manhã após manhã.
Enquanto nos for permitido fazê-lo...

Um comentário:

  1. Nossa q lindo...me vi assim...tão profundo minha anjinha.Parabéns desculpe a demora em vir aqui!beijos te amo

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