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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Vegas & Sobremesa: A Cereja do Bolo...




Um olhar. Um toque. Um beijo na mão. Um aceno. Uma saudação. Estamos perto um do outro. Na mesma mesa do restaurante. No mesmo almoço de confraternização da empresa. E ainda assim, não podemos expressar nada sobre o que aconteceu naquele dia chuvoso e frio.

Contudo, ainda sinto sua inquietação. A cada sorriso meu, numa conversa que foge do cotidiano trabalho que realizamos. A cada expressão mais espontânea, quebrando a aparência séria de todos os dias.

Estou mais acessível aos seus olhos. E você, mais desejável, ao meu ver. Com camisa preta e calça social. E sem a gravata vermelha de sempre. Informal, e elegante.

Hoje é dia de festa. E eu quero festejar meu aniversário, com a cereja do bolo na boca. Depois do almoço! Quero emendar a sobremesa com o depois do almoço, milimetricamente confabulados. 

Quero caçar sem pretensão de devorar a presa. Somente pelo prazer de caçar. De dominar. De enlouquecer! Tudo na surdina, num quarto de hotel de luxo. Por gostar do bom e do melhor!

E por falar em luxuosidade, resolvi ostentar no dedo o solitário de casamento, dado pelo marido nas bodas de cristal. Não sou velha, casei jovem. Enquanto ainda acreditava no amor de cena de novela. Aquele amor sofrido e sentido em cada gota.

Porém, esse amor não creio que exista. E caso sim, deve ser algo monótono demais para mim! Sou das aventuras na’lma. Tudo o que me esquenta o coração faz com que eu deseje ter em minhas mãos.

Sou egoísta, talvez. Eu gosto de satisfazer minhas vontades, independente de quem eu precise utilizar para isso. Porque sim... Eu sou a dona de mim! 

E hoje quero a cereja do bolo. Com chantilly ou apenas dependurada no cabinho de pau... Para degustação in natura, sem um gostinho extra.

Hoje eu estou toda toda. E quero provar para aquele homem que ninguém me rouba um beijo e me deixa à deriva! O diabo veste Prada e eu,  tudo o que o dinheiro puder comprar! Inclusive uma tarde de sexo, num hotel de luxo... Com lençóis branquinhos e eu, de bruços, esperando na cama, com os pés para cima, cruzados no ar...

Esperando o quê? Esperando ser a dona da situação! Porque eu dou as ordens! E quando brinco, não faço pela metade...

Vaidade me rodeia. Santidade passa longe. Um sorriso estampado no rosto, mostrando os dentes. Um cabelo esvoaçando com o vento que chega... Uma nega toda branca, com apelido de branquinha.

Sozinha, depois do almoço, passo e vou até o banheiro. Nessas horas já olhei e fitei sua espontaneidade faz algum tempo. E apenas sinto seus passos me seguindo, rumo ao banheiro masculino, defronte ao das mulheres.

Passa e me vê entrando. Sai e me acena para o celular. Eu entendo. Mas, finjo desentendimento. Então, enquanto retoco o batom, no espelhinho de maquiagem, sinto meu celular vibrar. 

Atendo. É ele! Apenas ouço um “ DAQUI A QUINZE MINUTOS, NO ESTACIONAMENTO! “.  Eu penso. E se não for? Afinal, homem nenhum manda em mim... Porém, a comemoração que eu quero é outra! E talvez essa presa alimente minha fome de sexo. E depois, eu descarte. E vire só mais uma história!

Exatamente depois de quinze minutos, ao entrar no meu carro, vejo um jogo de luzes piscando para mim. E então, saio com o meu motorista. Porém, quero um reverse. E uma magia tripla.

Indico o caminho. E meu motorista me leva até o hotel de luxo onde estou acostumada a me hospedar, para diversão! Convido. E ele, além de me levar de carro, também sobe o elevador comigo.  Abrimos a porta. E ele sabe que deve apenas encostar, sem passar a chave. A cama é enorme. Mas, não tão grande como minha vontade de aprontar. 

Já aprontamos algumas vezes juntos. Então, ele se tornou meu confidente. Sabe de coisas sobre mim que meu marido não sabe. Inclusive já contou minhas pintas, formando constelações em minhas costas. 

Beija minha mão. Como cavalheiro. E me diz no ouvido que sou a cachorra mais deliciosa que ele já teve nos braços!

Joga meu corpo na cama e me puxa, abrindo minhas pernas. Eu deixo. Quero ser sentida com todo o fervor da data especial de hoje. 

Lambe, massageia e estimula. Contudo, quando está prestes a penetrar, a campainha toca. Ele  tenta ir atender. Eu não deixo. Enlaço seu quadril com minhas pernas, e ecoo que a porta está aberta. 

Então, aquele outro homem adentra no quarto. São quatro da tarde. E é cedo para ir embora. Ele entra e observa a cena continuar. Como cão de Pavlov, vendo o frango sendo assado na calçada da padaria. 

Observa, sentado na poltrona azul. E saliva. Ansioso por aquele momento. Enlouquecido pelo que vê.

Eu continuo minhas estripulias. E peço apenas um minuto de respiro. Mas, não! Não sou digna de respirar. Sou escrava dos meus desejos. E devo satisfazer minhas loucuras... 

A essas alturas, já não sei mais quem sou. Somente que sou dona do melhor oral da tarde. Engolindo completamente o ardor do fogo na pele, do desejo misturado aos puxões de cabelo. 

E enquanto sinto na língua o gosto de um, olho e vejo o outro se tocar. Com a necessidade de sentir na palma da mão aquela explosão de loucura. E eu, vendo aquilo acontecer, apenas sinalizou com o indicador para vir até mim...

Ele ganhou na loteria. Seu dia de sorte! Ou será o meu? Não sei. Só posso dizer que naquele minuto eu era o troféu do pódio, sendo disputada entre o primeiro e o segundo lugar. Com tamanha loucura, na tarde do meu aniversário! Com valete e reis e dama, no baralho mais cigano e profano das posições! 

Virada de todos os lados, ocupada em todos os orifícios... Salivando e sendo salivada a cada movimento mais audacioso e bruto. Com gemidos, suores e sensações inenarráveis. Porém, sentidas milimetricamente a cada segundo daquelas duas horas de lençóis ao ar...

São dezoito. O relógio indica a liberação dos subalternos, o fim do expediente... E eu, como boa patroa, me viro para que o sutiã seja abotoado no lugar. 

Retoco o batom, repasso o perfume. E fecho a porta do quarto, apenas com o dedo indicador sobre a boca... Indicando silêncio. Afinal, o que acontece em Vegas, fica em Vegas... E o que acontece comigo, vira fruto de histórias, que eu conto para que você leia e se delicie!

Quer saber se essa tarde vai se repetir? Continue me observando! Quem sabe né lhe chame para participar comigo, da próxima vez?!... Você toparia? Vai pensando...

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