Mulher de Sorte...

Deitada sobre a cama.
De lado.
Totalmente nua.
À espera da madrugada passar..
Sem sono... E com os piores pensamentos na mente!
Ouvindo MPB, num frenesi extasiante!
Numa satisfação sem definição!
E para quê definir,
Quando sentir é tão melhor!
Amo as sensações da pele... Da alma!
O passar das horas, no relógio...Lentamente!
O cricrilar do grilo, em meio a esse calor infernal.
O querer... Os quereres!
Os acordes da guitarra compassada de um Djavan.
A respiração ofegante.
O suor escorrendo pelo corpo, enquanto o contorcionismo é uma boa pedida!
Pede-me que eu seja uma boa menina!
E eu só posso me por a obedecer!
Porque também quero!
Caso não quisesse, jamais obedeceria!
Áries tem seus próprios desejos, Baby!
E hoje, na escuridão do quarto, você é o principal!
Numa saciedade absurdada!
Numa insanidade explicitada!
Para adormecer depois de tudo, caso o sono venha...
A noite é nossa!
A cama, também!
Os sonhos,  os planos, os desejos!
Tudo nos pertence!...
Eu a você!
Você a mim!
Num querer simultâneo, recíproco,  maduro!
Porque a vida a dois é assim, toda especial!
E sabe de uma coisa:
Sou uma mulher de sorte!!

Quero... Já!

Quero seu beijo!
Sua pele!
Seus pelos... Seus elos!
Quero suas pernas nas minhas, entrelaçadas, durante o sexo.
Suas mãos acariciando meus cabelos desgrenhados, depois do prazer.
Seu perfume impregnado em minhas narinas, quase embriagando-me.
Seu gosto em minha língua, ácido!
Sua acidez, seu PH básico!... Venha como vier!
Mas, venha!
Quero arranhar suas costas com minhas unhas pintadas de preto...
Quero cravar na sua pele um pouco da minha loucura!
Quero você de cueca branca, limpinha.
E quero tira-la, num passe de mágica!
Para apreciar seu falo todo meu!
Excitado, à espera dos meus dentes...
Quero seus lábios sugando os meus, num contorcionismo tremendo!
Quero sua loucura mais gostosa!
Sua gostosura mais enlouquecida.
Debaixo do chuveiro ou na cama de solteiro!
Na hora do almoço, ou do café da manhã!
Quero sua saliência, sua experiência.
Seu rock and roll instrumental tocando no celular.
Fazer você babar com minha provocação!
Ser sua imaginação mais fértil e viril, enquanto me coloca de costas, na cama...
Enquanto me ama como há muito não faz!
Satisfaz meu desejo...
Eu deixo.
Eu exijo!
Sou de Áries!
E que voem pelos ares qualquer pensamento
Que não seja a mim...
Quero sim!
Quero você!
Quero... Já!

INDEFINIÇÃO

Somos um caso indefinido.
Escondido.
Proibido.
Algo que tem hora e data marcada.
E que, por diversos motivos, precisa de cuidados...
Cuidados extremos, às vezes.
Mas, o desejo que sentimos é algo sem explicação!
É pecado!
Errado.
Segredo de Estado.
E em que estado ficamos, depois de imaginar eu e você...
Você e eu,  juntos, suando o sexo que talvez nunca tivera!
Todavia, a imaginação agora vai ser mais difícil!
O dia certo.
Dia ímpar.
A hora errada...
Você aí,  com ela.
Porque ela lhe possui.
Não sei até que ponto.
Mas, possui.
É nela em quem você deposita seu dia a dia...
É com ela com quem você divide sua rotina.
Contudo, sei que seu desejo mais absurdo de posse no meio do dia é meu!
Sei que seu pensamento mais perverso me pertence!
Sempre que é possível!
Com receio de ser descoberto!
De estragar o que é bonitinho aos olhos dos outros!
Dela perceber que você se deleita solitariamente,  pensando em nós!
Que suas mãos procuram seu falo enrijescido,
Enquanto geme meu nome entre seus dentes.
Tem uma bela vida. Tem uma relação morna.
E sei, sou eu seu incentivo incendiário em momentos de solidão carnal...
Quando pode.
Quando não é preciso manter a compostura.
Tampouco a fachada de uma pessoa exemplar...
Como quando me diz preferir se afastar de tudo o que imagina.
À flor da pele,  à distância...

OPORTUNIDADES

“Você está de parabéns, hoje!”

É o que ouvi de você…

E confesso que a recíproca é verdadeira!

Você me tira do sério, com sua falta de compostura…

Com suas provocações, enquanto confabula posições mirabolantes!

Enquanto sente perto a provocação, mesmo distante…

E essa provocação toda é parte do pacote.

É faísca que, na proximidade, explodiria feito morteiro de São João.

Suas mãos, seus dedos… Sua saliva me sugando!

Cada detalhe de um desejo que corre nas veias, que segue por caminhos proibidos!…

Proibição momentânea.

Desejo que já fez aniversário!

Loucura na mente!

Arrepio na pele…

Sensação de você aqui, agora, ontem…

É fechar os olhos e pronto!

Posso sentir sua respiração ofegante me pedindo para não parar!

Oportunidades surgem.

Você também, por vezes!

Às vezes, em dias pares.

Noutras, ímpares…

Como você, ímpar!

No desejo, na insanidade, na especialidade em adentrar ao imaginar!

Em imaginar a força, a intensidade, a perda de limites!

E para que limites, quando sentimos?

Sensações… São elas que sustentam a historia!

A nossa historia ensandecida!

É pena o perto estar tão longe!

Seria muito mais pecaminosa nossa vida, se estivéssemos a um piscar de olhos,

A um discar de telefone…

Seríamos o colorido de um preto e branco que já é deliciosamente memorável.

Inesquecivelmente enlouquecedor!

Ainda mais quando há oportunidades como a última!...

Talvez amanhã!...

Resolvi lhe esquecer!
Eu preciso.
Mas, ensina-me como?
Se o seu sorriso maroto está guardado aqui, nas minhas íris !
Se estar longe me causa angústia e ansiedade!
Preciso me livrar das lembranças.
Do que fora vivido e sentido à flor da pele!
Uma pele macia, perfumada ao meu gosto...
Um par de olhos que despem sem precisar arrancar qualquer peça!
Mãos que carregam historias...
Historias inacabadas pela covardia da vida!
É necessário a frieza.
É preciso que eu seja forte!
Todavia,  é absolutamente complexa essa fortaleza toda.
Ainda mais quando lhe vejo à minha frente, todo lindo!
A beleza que encanta meus olhos e meus dias, quando você surge inesperadamente.
Preciso esquecer sua presença,  sua importância em meio a tudo o que me representa...
Porém,  não sei por onde começar!
Se lembrar de cada detalhe é senti-lo aqui...
Mesmo que seja pecado.
Que seja ilusão de menina grande.
Iludo-me à medida do meu desejo... Do seu querer quase sem querer!
E acho que, por hoje, esquecer vai ser a última alternativa.
Porque tudo isso é bom demais para cair no esquecimento.
Pelo menos por agora...

Perto... Longe!

Sim!
Eu te amei!
E não posso dizer que não há algo, ainda.
Sim!
Você tem medo!
Seus olhos me fitam.
Sua boca, por vezes, me sorri enquanto diz ser somente um carinho.
Mas, então por que vem a mim,  sempre que lhe chamo?
Por que está sempre de prontidão a me atender?
Impossível não haver sequer lembrança do que fora vivido!
Por mais que diga não existir nada...
Por mais que diga ser somente curiosidade minha...
Seus olhos são categóricos ao cruzar com os meus!
Seu olhar diz-me se está ou não bem.
E por mais que esconda, eu lhe sinto!
Sinto como há muito tempo!
Ah! Quantas lembranças! ...
Quantas sensações escondidas no decorrer da vida!
Quanto querer e não  querer, misturados ao que fora vivido!
Sim!
Por mais que haja reluta, há décadas.
Já ensaiei tantos diálogos, se soubesse!
E no fim nenhum ato sai dos ensaios, criando vida!
Já escrevi e reescrevi, inúmeras vezes.
E meu lixo sempre tem algum rascunho seu...
Porque dizer ou não, é duelo!
É exprimir algo que, talvez,  lhe leve mais longe ainda de tudo.
Porque a recíproca nem sei ser verdadeira!
Pela falta de coragem?
Talvez.
Mas, pela covardia que, abraçada ao dia a dia, faz de tudo ser inacabado.
Eu quis. Muito.
Eu esperei.
(e as esperanças ainda fazem graça)
Mas, esperar o quê,  não é mesmo?
Se a vida seguiu seu caminho.
E quis que fôssemos assim,
Longe-perto; perto-longe?
Não sei o que dizer.
Sou sentir!
E hoje pude sentir mais um pouco
Disso que ainda perturba meu juízo : você!