Posso tentar fugir de você. De mim. Mas, não do que sinto. Do que me perturba, de tempos em tempos.
É algo absolutamente sem pudor. É pecado. É absurdo. Porém está tudo aqui, dentro do peito. Fervilhando nas veias, alvéolos e capilares. Sem precisar de nenhum toque. Sem precisar de uma palavra sequer.
Porque isso me acontece? Porque deixo seu pensamento me chamar, em meio à noite fria e acinzentada?
Queria definir. Queria não precisar definir nada, sei lá! Contudo, minha covardia é maior do que o que me proponho a sentir. Mesmo quando às duas da manhã me pego ilusionando cenas de nós dois.
Ilusiono e desmaio sobre o querer. Por estar cansada de ser sua segunda opção, sua válvula de escape.
Talvez por isso tanta covardia. Tanta reluta com algo que é bom, mas que não acrescenta tanto quanto eu queria.
São dias de saudade. E eu, boba, ainda lhe espero chegar com flores e bombons... Mesmo que isso tudo não passe de algo esporádico, quase surreal.
Espero você. Com o coração aberto a mim. E predisposto a pôr-me no quadro, no centro de sua sala e de suas ideias...
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