Diz que eu tenho medo. Mas, você tem tanto medo quanto eu. Você tem medo das minhas palavras. Tem medo da sensação que lhe causo, mesmo distante.
Algo pavoroso. E que faísca, sem querer. Ou querendo. Um medo que assusta e faz rir, tudo ao mesmo tempo.
Causo-lhe medo e excitação. Ousadia e covardia, com ou sem rimas a enfeitar. E isso tudo é muito vivo, aqui. E aí, na sua pele... Que sempre arrepia quando ouve minha voz lhe dizendo que sinto saudades... Saudades de tanta coisa, toda a imaginação fértil!
Uma saudade que chama minh’alma às duas, às quatorze... Enquanto durmo ou trabalho! Enquanto vivo o frenesi da minha loucura diária ou mais, enquanto ilusiono você sobre mim, ofegante e suando em bica!
O sobretudo está no armário, solitário. E dentro do peito um misto de ardor e receio confundem meu juízo. O pouco juízo que ainda me resta, depois ter ardido em chamas debaixo do cobertor, pensando no quão bom seria ter você aqui, junto à minha pele perfumada às notas adocicadas de um importado.
Posso tentar fugir. Pode buscar nunca mais me querer. Todavia, a sintonia é absoluta! E imperativa. Não precisa de complementos. Nem de adjuntos adnominais. Somos você e eu. Mesmo que existam incontáveis pessoas a compor a história.
Assim é. E assim será! Porque a pele ouriça e a saliva guarda o sabor gelado do meu halls. Tão negro quanto meus pensamentos. Tão pecaminosos quantos meus quereres, em relação a nós dois!
Foge de mim como o diabo da cruz. Porém, já lhe aviso de antemão : é inevitável sentir-me ! Estou aqui, aí e onde quer que você quer que queira que eu esteja, perto ... Sentindo. Ou distante, na imaginação fértil de uma alma adulta e pecaminosa!
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