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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

sábado, 22 de maio de 2010

Saudades, apenas...






Saudades, apenas...



Quando fechares os olhos,
Em busca do sono perdido
E ergueres os pés
Na cabeceira da cama,
Voltas no tempo
E encontrarás meu sorriso
Dando-te boas-vindas...
Saudades infindas
De um amor que se foi
Momentos inenarráveis
Paixão proibida,
O doce desejo
De um beijo roubado
Em meio à multidão...
Olhares, pequenos olhares
Quase que enigmáticos.
Fomos felizes, eu sei
E as saudades ainda
Atormentam seus pensamentos...
Por mais que queiras
Esquecer das loucuras
Doces criaturas guardadas
Na memória, contidas
Não conseguirás abandonar
Esta tormenta chamada paixão.
O cheiro suave da pele
O sabor dos lábios
A maciez dos cabelos
A entrega dos corpos
A fusão do desejo,
Pequenos detalhes
Pequeninas lembranças
Que, como a infância,
Não voltam jamais...
Você se foi
E posso sentir no peito
A saudade e o respeito
Que este amor me causou...
Praia deserta
Pegadas na areia
Um castelo em ruínas
Saudades...
Caminho na orla
Em busca de suas lembranças...
Nas mãos, um relicário de família
Na alma, o desejo insaciável
De mais um amanhã...
O sol já se vai,
Dando passagem à imensa lua
Brilhante em meio às estrelas...
Sentada na areia
Ainda sinto no peito o descompasso
Daquela noite maravilhosa...
Coração apertado, cabeça flutuante
Pele e pêlos ouriçaddos
Como que querendo mais!
Aos poucos, seus lábios e os meus
Sua pele e a minha
Tornavam-se, única e exclusivamente,
A fusão do mais belo desejo...
Sua boca percorria meu corpo
Como cão farejando sua caça...
Meu suor, escorrendo pelo corpo
Encontrava em teu êxtase
A magnitude de um anjo
Angelicalidade sem fim
Saudades...
O relicário já não mais
Simboliza o que vivemos,
Hoje é doce lembrança
De algo que não faz mais
Sentido viver!
Carrega dentro de si
A pureza de um amor de juventude
Você se foi... os anos passaram
Já não carrego mais a
Mesma feição jovem e doce
Meus cabelos já estão brancos
Minha pele já está flácida
Aos poucos, as manchas apareceram
E as dores já são as companheiras
Inseparáveis do dia-a-dia...
Hoje, em meio às ondas que arrebentam nas pedras
Enterro suas doces lembranças
Em busca de meu eu
De minha essência
De uma solidão que é só minha
De um amor que é só meu
De uma velhice que toma em seus braços...
Caminho, sem rumo,
Pois o rumo das coisas já não fazem sentido...
Fazem parte de um passado remoto demais...
Entregue às ondas, levado pela espuma dos oceanos...
E soterrado pelas areias de um coração que
Já não vive mais a mesma juventude de
Anos atrás... anos que não voltam mais...
Quando fechares os olhos
E encontrar-me em teus sonhos
Apenas saudades, apenas
...

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