Sou sua diversão furtiva...
Passiva, passada.
Por vezes, esboço um querer.
Mas, na maioria das vezes,
permaneço nas sombras.
Porque é preciso.
Porque seria inadmissível mostrar qualquer desejo...
Que não fosse o seu, quando quer e quando pode!
Pode ser que você até me queira.
Mas, sinceramente, não acredito.
Deixei de acreditar nas suas palavras.
Como deixei de acreditar em mim.
Por dar a você uma importância maior que a mim...
Por estar ao seu deleite, como enfeite de cabeceira.
Com cabeça e cabelos bagunçados, molhados pelo suor e pelo banho a dois.
Um dois... Que é individual.
Casual.
Sensual.
Quando você tem um tempo na agenda.
Quando consegue driblar sua perfeita vida...
Procura meu corpo, sacia sua fome de luxúria.
E depois se vai...
Voltando para sua vida de cena de Da Vinci.
Numa felicidade enigmática quase Monalisa de ser.
Para a mim procurar novamente, quando Deus der bom tempo.
Quando realmente quiser viver a realidade nua e crua,
Sem tempero sabor Barbecue.
Que adocica e apimenta, disfarçando o sabor agridoce,
quase insensível à língua.
Sua língua me procura.
Seus braços também.
E eu acabo por não resistir.
Porém, um pedido é preciso ser feito:
Ensina-me a fugir de você!
Suplico!
Antes que eu não me reconheça.
Antes que eu esqueça como é amar as minhas entranhas...
Estranhas por ficar à espera dos seus caprichos.
Ensina-me! Eu preciso aprender a ser minha,
Já que ser sua quando você está disponível é algo que machuca...
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