O
que é educação para você?
Pode
crer que, embora falemos do mesmo assunto, talvez não falemos da mesma
educação. Mas, vejamos os motivos para tal divergência de entendimentos.
Para
começo de conversa, temos que adentrar à questão do que você ou eu consideramos
como “educação”.
Dizem
os mais velhos que a boa educação vem de casa, dos pais, dos avós e dos tantos
ascendentes que formam nossa árvore genealógica. No fundo, não há tantos
questionamentos quanto a essa teoria. No fundo, estão quase que completamente
corretos.
Contudo,
os filósofos e teóricos da atualidade secular insistem em teorizar a educação
como algo sendo novo e em constante movimento. Algo que deve estar de braços
abertos a toda e qualquer mudança, seja do ambiente, seja da sociedade em que
vivemos.
Todavia,
essas teorias são belas e magicamente aceitas, literalmente na teoria. Quando
vistas sem óculos escuros espelhados, tais teorias fogem um pouco da beleza
estampada em tampa de margarina.
Quando
desfocadas denotam certo ar de “faz-de-conta”. Uma realidade postada
utopicamente nos jornais regionais, a fim de demonstrar uma realidade que
verdadeiramente não existe.
Somos
burros. Porém, nem tanto quanto nos pintam nas telas expostas por aí. Somos é hipócrita,
isso sim. Em concordarmos com essas teorias bestas, que nos pintam seres
educados, criados em berço de ouro e com cajado de algum apóstolo de Jesus
Cristo nas mãos.
O
que se vê, na atual realidade secular vivente, são seres que se formam sem
qualquer educação educada, formada, moldada pelas vivências da vida. O que se
vê são seres sendo instruídos conforme “a banda toca”, e não conforme o maestro
ensina. E devemos ressaltar que a formação de maestros e maestrinas anda um
tanto quanto a pé, hoje em dia.
Os
maestros esqueceram sua batuta e sua ordem de nota a fim de criar uma melodia
harmônica. Deixou a rima de lado, e passou a usar-se de botões tantos,
iluminados artificialmente. O que se vê são notas desconfortáveis aos ouvidos,
melodias descompassadas e por fim maestros cada dia mais ignorantes na arte de amestrar.
E
com a educação não é diferente. Falo isso por vivência. Por experiência. Ou
ainda por audiência.
A
arte de educar foi algo que, infelizmente, “caiu de moda”. Hoje o que se vê são
educadores nas teorias, com seus diplomas de pós-graduação ou algo além, que
mal sabem o significado da palavra humanidade. O que se vê são notas azuis nos
boletins, quando deveria haver vermelhas. Não como forma de punição ao educando
que não se esforça, mas como forma de
mostrar a ele que nem tudo na vida vem de bandeja.
Hoje,
alunos deixam a boa educação, dos tempos dos pais e/ou avós, debaixo do
travesseiro. E quando retornam à casa, nem agradecem o pão que lhes alimenta.
Infelizmente,
isso está se tornando cada vez mais rotineiro. Para alguns, porém, ainda seja
um absurdo. Para mim, também.
Não
obstante, ainda há olhares que vejam essa falta de valores familiares como algo
corriqueiro, sem a menor importância. Afinal, criando filhos doutores, está
bom. Contudo, deve-se lembrar aos tais “pais e/ou responsáveis” que há valia
alguma em se criar filhos doutores, que mal saibam tratar seus subalternos, pacientes, clientes,
educandos.
Às
vezes, a formação externa nos faz seres inteligentes funcionais. Somos experts no assunto em que dominamos em
teorias. Mas, somos ignorantes na arte de pô-las em prática.
Hoje
em dia, somos hipócritas em querer crer na teoria, e deixar a prática debaixo
do travesseiro, ou em meio às contas tantas a pagar no décimo dia do mês.
O
que é educação para você? Não sei. Não há como saber.
Só
não podemos crer tão somente nas fotografias das tampas de margarina. Devemos
utilizar de nosso faro investigativo para ver se realmente estamos no caminho
que nos considere seres educados para a vida. Afinal, farejar é bom. Sempre
bom. E educar-se verdadeiramente é melhor ainda!