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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Heloisa Armanni





Para falar de coisas lindas
Antes é preciso
Navegar por águas turvas.
Então, venho lhe falar
De tudo o que aflige a alma
Que vos escreve...
Digo que me liberto
Fecho os olhos e abro os braços
À frente, um abismo sem fim
À espera do pulo fatal.
Dou um suspiro e salto!
Lá embaixo, lembranças remotas
Lá em cima, talvez o medo de olhar para atrás...
Enquanto deixo meu corpo seguir a lei da gravidade,
Apenas sinto o vento cortar minha pele.
Olhos semi-cerrados
Cabeça flutuante,
Lágrimas que escorrem que maneira involuntária...
Aos poucos, filmes vão passando
E posso ver cada detalhe, de cada momento vivido.
As pontes, o violino triste
Entoando, no meio da noite sombria e gélida,
Canções de amargas os lábios.
O perfume suave das cartas
Escondidas no fundo da gaveta...
Os vestidos, as anáguas,
Os espartilhos apertando não só a pele
Mas a vontade de gritar por socorro...
Tudo passa de forma natural.
Um quê extra-sensorial.
O motivo mais que infindo
Para tão grandes amarras da alma!
Embora a brisa da madrugada
Gele meus pelos
No fundo, ouço vozes que me dizem
Para pular e esquecer de tudo!
Aos poucos, crio coragem e pulo!
Para esquecer das lágrimas
Para buscar uma nova chance de felicidade.
Quando os olhos se abrem, finalmente
Sei que as dores ainda permanecem.
Meio sem consciência, me pego
À procura de pessoas
E vejo que estou só!
Uma solitude que é pior
Do que quando haviam dores físicas.
Saio de mim e, agora não posso
E não consigo ser mais o que eu era.
Mas tive a chance de voltar
E fazer de forma diferente.
As lembranças... mesmo constantes
Hoje já atormentam bem menos.
As mágoas, refletidas nos olhares,
Ainda podem ser reconhecidas...
Mas, hoje são fantasiadas.
Tenho tudo o que posso querer:
Um amor de contos de fadas
Um trabalho que me alegra
O sorriso doce que vem me dar “bom dia”
Uma casa de boneca.
Mas, no fundo, a alma ainda dói.
Por quê?
Por que tantas lágrimas sufocadas no travesseiro?
Por que tantas melodias tristonhas,
Ao invés de uma lambada
Para mexer o esqueleto?
As lembranças ainda são fortes demais.
As lágrimas caem quase que involuntariamente.
Um nome ecoa nas veias:
Heloisa Armanni...
A beleza na pronúncia
A solidão na história vivida.
Somos duas e somos uma,
No caminho da liberdade
Do poder ecoar “socorro”!
Do sair e rodopiar
Do sentir com os olhos fechados.
Uma encobrindo a outra
Sentindo as mesmas sensações.
Mesmo através da ponte da vida.
Falar das emoções e sensações por ela, vividas
É tão simples como acordar, aurora afora...
Deveria ser mágico,
Mas não é!
Deveria ser especial,
Mas causa angústia!
Deveria ficar somente nas cartas e poemas,
Mas está em mim
E isso é concreto demais
Para permanecer às escondidas!
Hoje carrego outro nome,
Outro corpo e outra vida...
Mas a alma segue seu caminho
E o olhar... Ah! O olhar!...
É o mesmo pelo qual já buscou
Tudo o que lhe fizesse sentir felicidade.
À procura dela, sempre!...

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